sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

A Noviça Rebelde obedeceu a Deus?

por Felipe Bezerra

Essa estória “Hollywoodzada” da Família Von Trapp fez parte da memória de infância de muita gente e já fez muita gente viajar para a Áustria para conhecer os cenários desse filme. Quando a pessoa conhece a verdadeira história e os verdadeiros cenários ela tem uma certa decepção. Hollywood e sua mania de “enfeitar” tudo acaba fazendo a gente querer um mundo perfeito que só existe na tela do cinema.

Abrindo um parêntesis é preciso que tenhamos discernimento ao assistir filmes, especialmente os “românticos”, comédias ou não, por que a vida não tem muito a ver com o que é retratado lá. O normal dos filmes é: o casal se conhece, tem uma série de situações que faz com que eles se envolvam, então algo acontece que eles ficam ofendidos ou decepcionados um com o outro, ai no final eles descobrem que não era bem aquilo que eles pensavam, se perdoam, se beijam (na chuva) e termina o filme com o casal “feliz para sempre”. Ninguém quer saber das brigas que o Príncipe tinha com a Cinderela por que ela tinha mania de limpeza, ou os filhos da Aurora (Bela adormecida) com medo de brincar perto do quarto da mãe por que ela acorda de mau humor… Gente acordem! Amor não é romance! A vida é difícil e exige de nós decisões difíceis as vezes. O amor é uma decisão.

Voltando para o nosso filme, uma vez vi uma pessoa muito católica falando que esse filme era “um atentado à vida religiosa”. Sem querer gerar uma discussão muito grande quero dizer que não concordo. A Maria claramente não se adaptava à vida monástica e estava insistindo em viver uma vida para a qual ela não era chamada, embora se sentisse atraída. É muito difícil discernir a vocação pessoal e muitas pessoas com uma decisão sincera de fazer a vontade de Deus as vezes demoram muitos anos para descobri-la em suas vidas. O nosso coração sempre se sente atraído a aquilo que é bom e muitos jovens acreditam que só vão ser santos se forem padres ou monges. Muitos, por feridas, fogem do matrimonio ou fogem do “mundo” para a vida missionária ou monástica. Mas a fuga nunca é o melhor caminho. Eu pessoalmente acredito que discernir a Vocação é descobrir para que alguém foi criado. Mais que escolher o que eu quero, é descobrir o que Deus quer. No filme eu consegui ver a mão de Deus conduzindo a vida da Maria para conduzi-la à sua verdadeira vocação, o matrimônio.

E o filme é sobre discernimento de estado de vida? Não. É sobre uma noviça que vai ter que passar um tempo como governanta na casa de um capitão da Marinha austríaca que tem sete filhos. Entre brincadeiras com as crianças ela traz a música de volta a casa Von Trapp e junto com a música a alegria. As músicas são muito lindas, animadas, bem colocadas nas cenas, o cenário é muito lindo. Salzburgo ainda está muito parecido com o que era na época das filmagens e, embora as pessoas na Áustria não conheçam o filme e ele muitas vezes é referido como “aquele filme que os turistas gostam”, dá pra conhecer muitos cenários do filme.

É um filme para toda família, muito divertido, embora longo não é cansativo. Na minha humilde opinião ele não fere a doutrina nem os valores cristãos, é um filme excelente.

Ficha Técnica:

Gênero: Musical
Direção: Robert Wise
Roteiro: Ernest Lehman
Elenco: Angela Cartwright, Anna Lee, Ben Wright, Charmian Carr, Christopher Plummer, Daniel Truhitte, Debbie Turner, Doris Lloyd, Duane Chase, Eleanor Parker, Evadne Baker, Gilchrist Stuart, Heather Menzies-Urich, Julie Andrews, Kym Karath, Marni Nixon, Nicholas Hammond, Norma Varden, Peggy Wood, Portia Nelson, Richard Haydn
Produção: Robert Wise
Fotografia: Ted D. McCord
Trilha Sonora: Irwin Kostal
Duração: 171 min.
Ano: 1965
País: Estados Unidos
Cor: Colorido
Estúdio: Argyle Enterprises / Robert Wise Productions / Twentieth Century Fox Film Corporation

Trailer:

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentário e ajude-nos a evangelizar!