sábado, 22 de junho de 2013

Quero um amor

Em busca do “Amor Maior” - Parte 3: Quero um amor!

“O homem não pode viver sem amor. Se não lhe for revelado o amor, se ele não se encontra com o amor, se não o experimenta e se não o torna algo próprio, se nele não participa vivamente Ele permanece para si próprio um ser incompreensível e a sua vida é destituída de sentido,”, escreveu o papa João Paulo II na encíclica Redemptor hominis (n. 10).

Somos chamados a amar de maneira verdadeira. Amar o outro apesar do seu nada, por causa do seu nada, amá-lo com um amor mais forte e mais puro que o desejo de felicidade. Tudo isso só é possível se o amor humano se conjuga e se nutre com o amor eterno. Eros e Ágape.

Precisamos ser bem sinceros conosco mesmos. Quero um amor para quê? Estou à procura de que amor? Quero um amor que me sacie? Que me complete? Que… e que… Estas reticências foram propositais para que você coloque o amor que deseja.

Amar é ter a disposição de se dar, mas receber também. Querer se doar e não usar. Vivemos em um tempo de “utilidades”: aquilo que presta é o que pode ser usado; do contrário, é descarto e jogado fora. Assim tratamos tudo. O erro é quando levamos este jeito de pensar para nossas relações e, em vez de amar, nós usamos.

Útil é aquilo que potencializa o prazer e o conforto e diminui a dor. Ao pensar assim assume-se que a felicidade é o pleno prazer e só. Dessa forma, a vida se torna uma busca incansável por tudo que pode proporcionar conforto, vantagem e benefício, sempre evitando o que causa sofrimento, desvantagem e perda. Uma forma de mandar para o “paredão” o que não agrada. E o que agrada é usado até ser esgotado ou até quando atingir o máximo do prazer.

Se a meta principal é perseguir o próprio prazer, então as escolhas feitas na vida serão baseadas no quanto elas podem alcançar essa meta, não importando os caminhos trilhados, se trata-se de pessoas ou não, ou se fazem bem ou mal. O que deixa de boa é “bem-vindo” e o que não faz tão bem é descartado. O que conta é a própria curtição, não interessando como se chegou a isso!

Viver assim é viver do usar e não do amar. Avaliar as vantagens que os relacionamentos podem trazer ou estimar a utilidade das pessoas para se atingir uma meta, não é amar! Não requer fidelidade nem compromisso. Querer um amor assim é querer transformar o outro em objeto, e não em pessoa. Não dá para medir um relacionamento, um amor, no que o outro pode dar. Isso não é amar, e sim transformar o outro em objeto de nossas necessidades.

Tudo isso nos faz lembrar de muitas amizades, namoros e até mesmo casamentos que terminaram em uma rapidez surpreendente. As causas desses rompimentos imediatos podem ser várias: as relações surgiram com base no poderiam trazer de “vantagem” ou apenas no quanto se poderia obter de prazer com elas, com o propósito de esgotar o que o outro fosse capaz de dar, sugando o máximo de prazer!

Tais relacionamentos são superficiais e mais voláteis que gás hélio. Se a necessidade de prazer e de bem-estar não é mais saciada, descarta-se o outro e parte-se para “outra”, ou então se no decorrer do relacionamento aparece outra “fonte” de prazer, nada mal trocar, não é? Afinal, o que conta é a própria felicidade e o “velho amor” já não significa mais nada, não valendo mais nada, pois perdeu sua utilidade diante da nova “fonte de prazer”. Cara, querer um amor só por prazer e bem-estar é se distanciar do verdadeiro amor.

Devemos querer um amor, mas um amor para amar e não usar; alguém que possamos amar e sermos amado. Amar o que o outro é, e não o que queremos que ele seja. Queremos sim ser reeducado no amor, que é mais forte que a morte…

Claro, isso não é fácil. Desse modo, o amor verdadeiro é algo que custa muito a ser encontrado, fazendo dele ainda mais belo e valioso, pois aquilo que muito custa, vale muito. Não fomos feitos para ficarmos sozinhos, e Deus sabia disso, por isso nos deu o outro. Fomos criados para amar.

Tamu junto

Adriano Gonçalves


Texto extraído do livro: “Quero um Amor Maior”

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