quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Para esclarecer sobre o Carnaval

s cores, a música, a dança, as fantasias e a liberdade de expressão, em muitos casos reprimida durante o ano, tornam o carnaval o evento mais popular do nosso país. Ainda hoje, em outras nações, o Brasil é lembrado turisticamente pelos desfiles das escolas de samba e pelas mulatas brasileiras. Durante o período do carnaval, que geralmente ultrapassa os três dias oficiais, não há crise econômica, política e social que o ofusque. Para uns, o carnaval representa um tempo de descanso, para outros uma oportunidade de negócio, para o povo em geral dias de euforia.
ORIGEM DO CARNAVAL
Não se tem um consenso quanto à origem desta festa. Porém, uma definição mais aceita nos remonta à Antigüidade, com os cultos agrários, onde os “mortais” dançavam, brincavam, festejavam muito para que as sementes crescessem e dessem bons frutos. Entre estes cultos, o mais conhecido é o da deusa Ísis.
Estas manifestações marcaram presença em todos os períodos históricos e culminaram nos carnavais modernos, como os que se realizamem diversas cidades como:
- Paris, Roma, Veneza, Munique etc. No Brasil, o carnaval foi trazido pelos portugueses e espanhóis nos séculos XV e XVI, que poderíamos chamar de primeiros folguedos carnavalescos com a “Serração da Velha” e o “Entrudo”.
Inicialmente, o carnaval brasileiro era um tanto rude:
- jogar farinha, lama, água, ou mesmo atirar ovos podres nas pessoas. Mas, em oposição a este tipo de festejo grosseiro, aos poucos surgiram os bailes de carnaval e os desfiles dos blocos, patrocinados pelos comerciantes e, em seguida, pelas prefeituras. Neste contexto, a euforia do carnaval contagia e a fantasia, embora efêmera, parece fazer bem para as pessoas que, pelo menos durante os três dias, esquecem a falta de comida na mesa, o marido bêbado, filhos na droga, traficantes dominando comunidades, políticos corruptos, etc. Não há tempo para pensar nisso, a ordem é alegria. Porém, nos últimos anos, a mídia tomou conta desta festa comunitária, grosseira ou não, tornado-a um grande espetáculo, um verdadeiro megashow, abrilhantado pela exibição das mais famosas estrelas nacionais.
A IGREJA E O CARNAVAL
Popularmente se ouviu falar que o carnaval cresceu dentro da Igreja e que agora já é difícil conciliá-lo com a fé cristã. Em partes, é verdade. O próprio papa Paulo II,no séc. XV, foi um forte propagador do carnaval, chegando a autorizar a festa em frente da sua residência como palco do carnaval romano. Ele introduziu também o baile de máscaras que fez sucesso por vários séculos e ainda hoje é muito característico em Veneza e em nossas escolas de samba. Esta festa, por ser um período de divertimento, com seu auge nos três dias que precedem a quartafeira de Cinzas, assume um caráter “mundano” em oposição ao religioso que está prestes a iniciar. A origem do nome vem da expressão “carne vale”, isto é, o exagero em comer, dançar e se divertir, justificado pelo fato de se entrar num longo período de abstinência e contrição.
A Igreja não é contra o carnaval e muito menos exigente que seus fiéis participem das festividades, mas, como disse Paulo:
“Tudo é permitido, mas nem tudo convém... Nem tudo edifica” (cf. Cor 10,23).

CARNAVAL DE JESUS
Hoje, em muitas igrejas cristãs e outras manifestações religiosas, acontecem os famosos “retiros decarnaval”ou os “carnavais de Jesus”. É uma maneira que as pessoas encontraram para sair das agitações mundanas destes dias e aproveitar o feriadão para se aproximarem de Deus. Em muitos lugares, e muitas vezes comandados pelo movimento da Renovação Carismática Católica, os “carnavais de Jesus” são disputadíssimos. Há testemunhos de conversão. E para quem acha que estas pessoas passam três, quatro dias só rezando, está muito enganado.
Ali eles rezam, dançam e cantam pra valer!Após a leitura deste artigo, responda consigo mesmo e partilhe em nossos comentários:
1.º Hoje, em geral, o carnaval tornou-se um espetáculo onde se privilegia o extravagante, a nudez, o estético..., dando margem à exclusão. A seu ver, como fica a dignidade do homem e da mulher neste contexto?
2.º Com este cenário, o período carnavalesco proporciona, para muitos jovens, uma busca desorientada pelo sexo, com as conseqüências que bem conhecemos. O que poderíamos fazer como jovens evangelizadores? Será que basta falar e fazer encontros?
3.º A seu ver, como poderíamos realizar hoje um carnaval que seja espaço de alegria e fraternidade?



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