domingo, 6 de julho de 2014

A Necessária Fadiga do Início!

Tudo no início parece difícil e complicado. Mas, aos poucos, vão se delineando os contornos e os perfis de cada personagem e suas competências e tarefas. O Bispo, o Vigário Geral, o Coordenador Diocesano de Pastoral, eis os novos personagens e agentes que estamos buscando construir para nossa Igreja diocesana.

O Bispo ainda não aprendeu a administrar o tempo entre reuniões, atendimentos, solicitações, visitas, respostas de correspondências (cartas da nunciatura, das congregações de Roma, de instituições daqui, de pessoas, de aclamantes e reclamantes, e-mails, etc). Há tarefas que quereríamos executar logo, mas o logo também exige tempo: reestruturar o conselho diocesano de pastoral e o conselho presbiteral, eleger os novos vigários forâneos, construir o novo modelo de coordenação de pastoral, agora sob os cuidados de um padre, construir as necessárias mudanças e ajustes. Isso vai demandar tempo e paciência, do bispo e de quem o procure. Algumas situações vão exigir inversão da ordem de prioridades, cancelamentos disso para atender àquilo. E assim vamos adiante! Todos, ou muitos, querem o bispo ao mesmo tempo e para situações sempre urgentes (pelo menos na visão de quem o procura!). “Há um momento oportuno, um tempo certo para tudo debaixo do céu” (Ecl 3,1). Haveremos de atender a todas as demandas, mas numa ordem humanamente possível ao bispo e cronologicamente possível ao relógio. “A paciência tudo alcança”, ensina Santa Teresa d’Ávila.

O Vigário Geral é outro personagem que vai tomando a cena no palco na nossa vida diocesana. Pe. Paulo Sérgio é o escolhido. Homem bom e manso, acessível e escutador, próximo e sensato. Ele, por missão, é um terceiro ouvido do bispo e um parceiro importante na relação do bispo com o clero, as comunidades e as pessoas. Ele terá suas tarefas próprias, internas, administrativas, burocráticas, mas também aquelas pastorais, litúrgicas e “paternas”, como as do bispo. É “ordinário sem caráter” (designação que não soa bem, mas que se compreende bem!), e deverá encarnar,  verdadeiramente, o coração do bispo. Ele será um bom mediador entre o bispo e todas as instâncias e pessoas da diocese. Para ele, também, isso é novo. É algo a ser construído, experimentado, formatado. Na letra é mais fácil que na cabeça e no coração! Ele nos será um precioso colaborador.

O Coordenador Diocesano de Pastoral é o terceiro personagem. Pe. Emerson, que no silêncio generoso e doído da boa paróquia de São Sebastião, de Nova Serrana, foi entregue a esta nova missão. Não foi o bispo quem o escolheu e tirou do seu chão pastoral, mas foi uma escolha colegial. Os irmãos padres o escolheram para esta tarefa tão importante. Depois de um fecundo e fatigante trabalho realizado pelo querido leigo Carlos Roberto, a quem agradecemos de todo o coração, agora é um sacerdote que toma este lugar e esta missão. Sem abandonar o chão pastoral e paroquial, pois ele será vigário da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Divinópolis, Pe. Emerson assume a missão de nos ajudar a construir a Igreja que precisamos, o “novo” que nosso tempo e nosso Papa pedem de nós, a responder às grandes urgências pastorais e evangelizadoras da nossa diocese, a nos sintonizar pastoralmente com as diretrizes para a Igreja no Brasil. E isso será feito de modo colegial e dialogal, consciente e eficiente. Não dependerá exclusivamente dele o sucesso desta empreitada, mas de todos: do bispo, dos padres, dos leigos e leigas, das comunidades religiosas, das novas comunidades, de todo o corpo eclesial da Diocese.

Esperanças e vontades positivas não faltam. Vigor e criatividade também não. Só não avançaremos se não quisermos. Uns apoiando e estimulando os outros. Às vezes, os padres estimulando as comunidades; às vezes, as comunidades e lideranças estimulando os padres. Não importa de quem seja a iniciativa. O que importa é que ninguém fique de fora da missão de fazer com que nossa Igreja dê os frutos que “esta hora” exige e espera dela. Ninguém tem o direito de, como no dizer paulino, “estar muito ocupado em não fazer nada” (cf. 2Ts 3,11), nem de emperrar o processo de avanço, de renovação, de encarnação da nossa Igreja diocesana neste chão e neste tempo!

A todos abençoo, pedindo também que fecundem com muitas preces meu ministério, em favor desta Igreja.

José Carlos, Bispo da Igreja que está na Diocese de Divinópolis.

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