quarta-feira, 25 de maio de 2011

Pentecostes de ontem, de hoje e de sempre - Texto preparatório para o encontro nº 2


A palavra “batismo” significa mergulho. A palavra “efusão” significa derramamento. Por toda a sua vida Jesus prometeu que enviaria o paráclito, o Espírito da verdade, que habitaria no meio dos apóstolos e os levaria ao cumprimento da vontade do Pai. (cf Jo 14, 16-18). O Senhor, Ele mesmo nos diz, não nos deixaria órfãos e estaria sempre conosco. É o Espírito Santo a promessa do Filho salvador. E a primeira vez em que tal promessa se cumpriu foi no dia de Pentecostes. Havia se passado cerca de cinqüenta dias desde a morte de Jesus e os Apóstolos estavam reunidos num mesmo lugar, chamado Cenáculo (lugar da ceia). Neste contexto de medo e de espera é que veio o Espírito Santo. Primeiro veio do céu um ruído, como se soprasse um vento impetuoso que encheu toda a casa em que estavam. Em seguida, apareceu-lhes então uma espécie de línguas de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles. Logo, eles ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas conforme o Espírito lhes concedia que falassem.
Como era a festa da colheita dos judeus (Pentecostes), estavam em Jerusalém muitos judeus piedosos de diversos lugares do mundo. Eles escutaram o ruído e foram ver o que estavam acontecendo. Eram judeus de várias nações e falavam vários idiomas. Eles escutaram os apóstolos falando as maravilhas de Deus em suas línguas de origem. Alguns, de fato, pensaram que os apóstolos estavam embriagados e ficaram atônitos, sem saber o que fazer. Foi aí que São Pedro tomou a palavra e fez um belíssimo discurso no qual ele explica o que havia acontecido. 
Este foi o primeiro Pentecostes e a Igreja o repete sempre, em todos os sacramentos, em todas as reuniões, a cada vez que se reza e se pede o Espírito Santo. Nós podemos e precisamos fazer esta experiência. Mas por que dizemos que precisamos fazer esta experiência? Basta olhar o resultado de Pentecostes. Aqueles discípulos que antes estavam fechados, com medo, se abriram ao mundo. Neste dia nasceu a Igreja, gerada e desejada por Jesus, fundada por Ele. A “eclesiofania” ou “epifania da Igreja” (manifestação da Igreja ao mundo) não foi o único fruto de Pentecostes. Os apóstolos, depois de terem conhecido e convivido com Jesus, receberam uma força incomparável para anunciá-Lo ao mundo. Sem medo, entregaram suas vidas por causa do Evangelho. Viveram, a partir dali, uma vida nova: a vida que Deus sonhou que eles vivessem.
Assim também é o Pentecostes que precisamos fazer. Somente cheios do Espírito Santo é que cpoderemos cumprir a vida que o Pai traçou e desejou para nós. Somente cheios do Espírito Santo é que cumpriremos a nossa missão de Evangelizar: o Espírito nos dá a coragem, a ousadia, os dons necessários, os meios e a força. Ele fala em nós, através de nossas bocas e de nossas atitudes. Sim! Precisamos de um novo pentecostes, que renove nossos corações, que anime nossas forças, que nos confira novos dons e novos carismas!

O Espírito Santo nós já o temos desde o nosso batismo. Nós o recebemos com força total na Crisma. Nós o tocamos a cada Missa que participamos. Entretanto a frieza de nosso coração, o fechamento de nossa alma e nossa falta de docilidade às suas moções faz com que quase não o notemos em nós. E assim minamos e minguamos a sua ação em nossa vida. Por isso é preciso um novo Pentecostes, um novo sopro do Espírito, para que as brasas ardentes de amor que estão cobertas de cinzas sejam reinflamadas, para que o lixo do pecado seja dissipado, para que comece uma vida nova em nós.
Isso nós o faremos pela oração, pela súplica, pela canção. Mas é necessário estar com o coração disponível a Deus. Livres de todas as próprias vontades, libertos de todas as dúvidas, embrenhados da palavra de Deus e desejosos de receber tal graça. Só assim acontecerá aquilo que esperamos!
Texto extraído de "Veni Sancte Spiritus - Cenáculos 2011"

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