domingo, 20 de janeiro de 2013

Os Novíssimos: uma verdade de fé

A tradição apostólica da Igreja nos transmite o ensinamento sobre a vida eterna. Faz parte da nossa fé. “Creio na vida eterna”. E para isso, a Igreja nos ensina também sobre o Juízo Final, ou seja, o encontro final com Cristo em sua segunda vinda.
“Cada homem recebe em sua alma imortal a retribuição eterna a partir do momento da morte, num juízo particular que coloca sua vida em relação à vida de Cristo, seja por meio de uma purificação, seja para entrar de imediato na felicidade do céu, seja para condenar-se de imediato para sempre”. (Catecismo da Igreja Católica §1022)
Os novíssimos sãoos três estados da alma após a morte: a purificação, ou seja o purgatório; a felicidade eterna, o Céu; e a condenação eterna, o inferno.

Céu
“Os que morrem na graça e na amizade de Deus, e que estão totalmente purificados, vivem para sempre com Cristo. São semelhantes a Deus, porque o veem “tal como ele é” (1Jo 3,2), face a face (1Cor 13,12)” (CIC §1023)
“Este mistério de comunhão bem-aventurada com Deus e com todos os que estão em Cristo supera toda compreensão e toda imaginação. A Escritura fala-nos dele em imagens: vida, luz, paz, festim de casamento, vinho do Reino, casa do Pai, Jerusalém celeste, Paraíso. “O que os olhos viram, os ouvidos não ouviram e o coração do homem não percebeu, isso Deus preparou para aqueles que o amam” (1Cor 2,9).” (CIC §1027)
O Purgatório
“Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não estão completamente purificados, embora tenham garantida sua salvação eterna, passam, após sua morte, por uma purificação, a fim de obterem a santidade necessária para entrar na alegria do Céu.” (CIC §1030)
O purgatório é um estado de sofrimento da alma, que se difere do sofrimento do inferno. O purgatório é chamado pelos santos padres de fogo purificador. “O sofrimento do purgatório excede todas as dores que podemos sofrer nesta vida” (Santo Tomás de Aquino). “No que concerne a certas faltas leves, deve-se crer que existe antes do juízo um fogo purificador, segundo o que afirma aquele que é a Verdade, dizendo, que, se alguém tiver pronunciado uma blasfêmia contra o Espírito Santo, não lhe será perdoada nem no presente século, nem no século futuro (Mt 12,32). Desta afirmação podemos deduzir que certas faltas podem ser perdoadas no século futuro.” (São Gregório Magno)

É por esta razão que rezamos pelas almas do purgatório, assim podemos contribuir para aliviar e diminuir a sua pena no purgatório. Fazemos isso quando oferecemos Missas, Terços, penitências, esmolas, etc. (cf. CIC §1032) “Era esse um bom e religioso pensamento. Eis por que ele pediu um sacrifício expiatório para que os mortos fossem livres de suas faltas” (2Mac 12,46).

O inferno
O inferno é a condenação eterna, para lá vão as almas que morrem na inimizade de Deus, que morrem em pecado mortal sem arrependimento e sem confissão. É importante também o arrependimento sincero e a confissão bem feita, sem ocultar pecados ao confessor. Certa vez uma mulher viúva cujo marido cometia adultério perguntou ao santo Padre Pio onde estava a alma do seu marido, Padre Pio chorou e disse: vou te falar porque é capaz de suportar, está no inferno. A mulher assustada perguntou: como se ele se confessou no fim da vida. O padre respondeu: ele se confessou sem arrependimento e escondeu um pecado ao confessor.

"Não podemos estar unidos a Deus se não fizermos livremente a opção de amá-lo. Mas não podemos amar a Deus se pecamos gravemente contra Ele, contra nosso próximo ou contra nós mesmos: "Aquele que não ama permanece na morte. Todo aquele que odeia seu irmão é homicida; e sabeis que nenhum homicida tem a vida eterna permanecendo nele" (1 Jo 3,14-15). Nosso Senhor adverte-nos de que seremos separados dele se deixarmos de ir ao encontro das necessidades graves dos pobres e dos pequenos que são seus irmãos. Morrer em pecado mortal sem ter-se arrependido dele e sem acolher o amor misericordioso de Deus significa ficar separado do Todo-Poderoso para sempre, por nossa própria opção livre. E é este estado de auto exclusão definitiva da comunhão com Deus e com os bem-aventurados que se designa com a palavra "inferno".
Jesus fala muitas vezes da "Geena", do "fogo que não se apaga", reservado aos que recusam até o fim de sua vida crer e converter-se, e no qual se pode perder ao mesmo tempo a alma e o corpo. Jesus anuncia em termos graves que "enviar seus anjos, e eles erradicarão de seu Reino todos os escândalos e os que praticam a iniquidade, e os lançarão na fornalha ardente" (Mt 13,41-42), e que pronunciar  a condenação: "Afastai-vos de mim malditos, para o fogo eterno!" (Mt 25,41)." (CIC §1033,1034)
Vivamos em comunhão com Deus e a sua Igreja, através de uma vida de sacramentos, buscando a santidade e confiando-nos à Virgem Maria, chamado pelos santos de atalho da salvação e auxílio dos cristãos.

Do seu irmão,
Rafael Nascimento

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