sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Ano novo, coração novo


Estamos acostumados aos rituais, às comemorações, às celebrações. Quando um ano se encerra e outro se inicia, celebramos o Dia da Paz, a confraternização entre os povos. Quando um novo ciclo se inicia, somos convidados a renovar algo em nós. Quem sabe, neste novo ano, possamos ter um coração novo.
O coração é a metáfora dos sentimentos, das intenções. Um coração envelhecido é aquele que desistiu de amar, que não acredita na humanidade e que, consequentemente, se fecha. E é, por isso, solitário. A solidão pela ausência do amor envelhece o coração.
As desculpas para um coração envelhecido recaem nas decepções com as pessoas que amamos.

Reclamamos dos erros dos outros, lamentamos as atitudes incorretas de nossos irmãos e, assim, optamos pelo fechamento. Vivemos condenando nossa triste situação. Pais, filhos, amigos, parece que não há ninguém de valor a nosso lado. Pensamos como seria bom se eles mudassem, se eles melhorassem.
No ano que passou, vivi momentos de muita emoção. Um deles ao lado de meu querido irmão Dunga. Eu fazia uma pregação em um grupo de oração em Presidente Prudente (SP). Enquanto isso, ele compunha o refrão de uma música. A reflexão era sobre as mudanças que temos de fazer para que nosso irmão seja mais feliz. E o refrão diz exatamente isto: "Quem tem que mudar sou eu, para que você seja mais feliz".
Eu escrevi o restante da música que fala em aprendizado, em perdão, em saber ouvir, em lembrar que não há ninguém perfeito. E que talvez precisemos do tempo da boa ingenuidade de volta, do sorriso leve, dos sonhos dos primeiros encontros.
O tempo pode ser uma boa escola. Ele nos ensina a tolerância, o respeito às limitações do outro e às nossas próprias limitações, a bondade no julgar. É uma lição de vida a reflexão de Madre Teresa de Calcutá: "Quem julga as pessoas, não tem tempo para amá-las".

Às vezes, os pais exigem dos filhos algo que não podem dar. O inverso é verdadeiro. E na relação entre o casal também. Cada ser é único. E talvez grande parte dos erros não sejam intencionais.
Meu irmão, não espere que o outro mude. Mude você. Diga à pessoa que você ama: "Quem tem que mudar sou eu, para que você seja mais feliz". E, se precisar, complete com o pensamento de Madre Teresa: Não vou perder tempo julgando, quero gastar esse tempo amando.

E é esse o convite para o novo ano. A consciência de que a sua família será melhor se você for melhor. Que o seu trabalho será melhor se você for melhor. Que o mundo, esse grande coração que pulsa, será renovado se o seu coração for renovado.

Feliz ano novo, feliz coração novo.



Gabriel Chalita

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Confiantes em Deus, anunciemos a Boa Nova!


Os Evangelhos mostram a Igreja como um barco, no qual Jesus está presente, embora em alguns momentos pareça estar dormindo (Mt 8,23-27). O mar que este barco atravessa é a História, a qual, às vezes, está calmo, outras vezes turbulento e ameaçador. Há quase dois mil anos o barco saiu de seu porto. Não sabemos quando ele chegará ao seu destino, mas temos a certeza de que Jesus nunca o abandonará.
Em Pentecostes, “a Igreja se manifestou publicamente diante da multidão e começou a difusão do Evangelho com a pregação” (Ad Gentes, n. 4).
Pentecostes dos anos 30, todos reunidos: os apóstolos, Maria, parentes de Jesus, algumas mulheres. Um ruído de ventania desce do céu. Línguas de fogo surgiram e se dividiram entre os presentes. Todos ficaram repletos do Espírito de Deus e começaram a falar em outras línguas.
Esta assembleia inicial, esta Igreja, é o princípio. Depois do prodígio das línguas, Pedro dirigiu-se à multidão reunida na praça e fez uma memorável pregação. Muitos se converteram, especialmente judeus vindos da Diáspora. Estes levaram a Boa Nova aos seus locais de origem, o que provocou o surgimento, bem cedo, de comunidades cristãs em Damasco, Antioquia, Alexandria e mesmo em Roma. Alguns helenistas, no entanto, permaneceram em Jerusalém. Para cuidar de suas necessidades materiais, os apóstolos escolheram sete diáconos. Dentre estes estava Estevão, cujo martírio celebramos hoje.
Temos, nesta narrativa de Mateus, um trecho do discurso atribuído a Jesus ao enviar os doze apóstolos em missão. O texto é escrito em estilo literário-apocalíptico. No Evangelho de Marcos, mais primitivo, ele faz parte do discurso escatológico de Jesus ao prenunciar a destruição do Templo de Jerusalém, nas vésperas de Sua Paixão (cf. Mc 13,9-13). De fato, muitos dos primeiros cristãos sofreram perseguições tanto da parte dos judeus como do Império Romano. A alusão à terrível tragédia no seio da família, no texto acima, no seu estilo escatológico-apocalíptico, é uma referência à tradição profética da injustiça universal no fim dos tempos (Mq 7,6).
Após a perseguição e morte de Jesus, o diácono Estevão foi o primeiro dos discípulos a ser martirizado. Embora com uma função subalterna como diácono, ele ousou fazer uma pregação de denúncia do Templo e das tradições do Judaísmo, e foi apedrejado.
O seu grupo foi perseguido e disperso, enquanto os chefes da Igreja de Jerusalém foram poupados.
Estevão era o diácono que mais se destacava. Por sua pregação incisiva, foi detido pelas autoridades judaicas, julgado e apedrejado como blasfemador. Torna-se o primeiro mártir da História da Igreja. Enquanto é assassinado, perdoa os seus perseguidores e entrega, confiante, a sua vida nas mãos de Jesus.
O manto de Estevão foi deixado aos pés de um jovem admirador do ideal farisaico, chamado Saulo. Que ele interceda por nós, a fim de que não tenhamos medo de nada e de ninguém, contando que anunciemos o Evangelho a propósito ou a despropósito.
Padre Bantu Mendonça

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

O Verdadeiro significado do Natal

E o Verbo Se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1, 14). Desse modo singelo resumiu o Discípulo Amado o maior acontecimento da História. Suas despretensiosas palavras sintetizam o rico e insondável conteúdo do grandioso mistério comemorado a cada 25 de dezembro: na obscuridade das trevas do paganismo, raiou a aurora de nossa salvação. Fez-Se homem o Esperado das nações, Aquele que tinha sido anunciado pelos profetas.

Na noite em que Jesus veio ao mundo, pairava sobre Belém uma atmosfera de paz e alegria. A natureza parecia estar em júbilo enquanto, dentro de uma gruta inóspita, um santo casal contemplava seu Filho recém-nascido. Ela é a Mãe das mães, concebida sem pecado original, criatura perfeita, na qual o Criador depositou toda a graça. Ao seu lado encontra-se São José, esposo castíssimo, varão justo cujo amor a Deus, integridade e sabedoria o tornam digno de tão augusta Esposa. E a Criança que ambos contemplam é o próprio Deus, que assume nossa natureza para dar a maior prova possível de seu amor à humanidade.

Quão sublime atmosfera envolvia aquele cenário paupérrimo! O ambiente no qual nasceu o Menino Deus devia estar tão tomado pelo sobrenatural que, se alguém tivesse a dita de entrar naquela gruta, ficaria imediatamente arrebatado por toda sorte de graças.

Foi o que ocorreu com os pastores. Após o aviso dos Anjos, correram em direção à gruta e lá encontraram o Rei do Universo deitado sobre palhas. Abismados pela grandeza dessa cena, que contemplavam também com os olhos da Fé, não tiveram outra atitude senão a da adoração. Que extraordinária dádiva receberam, sendo os primeiros a contemplar o Criador do Céu e da Terra feito homem, envolto em faixas, numa manjedoura!
Considerando as imponentes manifestações da natureza que acompanhavam as intervenções de Deus no Antigo Testamento — o mar se abre, o monte fumega, o fogo cai do céu e reduz cidades a cinzas —, resulta surpreendente constatar a humildade e discrição com que Cristo veio ao mundo.
Não teria sido mais condizente com a grandeza divina que, na noite de Natal, sinais magníficos marcassem o acontecimento no Céu e na Terra? Não poderia, ao menos, ter nascido Jesus num magnífico palácio e convocado os maiores potentados da Terra para prestar-Lhe homenagens? Bastar- Lhe-ia um simples ato de vontade para que isso acontecesse…
Mas, não! O Verbo preferiu a gruta a um palácio; quis ser adorado por pobres pastores, ao invés de grandes senhores; aqueceu-Se com o bafo dos animais e a rudeza das palhas, em lugar de usar ricas vestes e dourados braseiros. Nem mesmo quis dar ordem ao frio para que não O atingisse. Num sublime paradoxo, desejava a Majestade infinita apresentar-Se de forma exemplarmente humilde.
Pois, apesar das pobres aparências, Aquele Menino era a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade. N'Ele dava-se a união hipostática da natureza divina com a humana, conforme explica o renomado padre Boulenger: “União é o estado de duas coisas que se acham juntas. Ela pode realizar-se ora nas naturezas, por exemplo, quando o corpo e a alma unem-se para formar uma só natureza humana; e ora na pessoa, quando se unem duas naturezas na mesma pessoa. Esta última união chama-se hipostática, porque, em grego, os dois termos, hipóstase (suporte) e pessoa, têm igual significação teológica”.
E, depois da união, essas duas naturezas permaneceram perfeitamente íntegras e inconfundíveis na Pessoa de Cristo, que não é humana, mas divina. Por esse motivo é Ele chamado Homem-Deus.
Entretanto, por que quis Jesus sofrer o desprezo dos seus coetâneos e os tormentos da Paixão? Estando hipostaticamente unido à Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, qualquer gesto da Sua natureza humana poderia ter redimido a humanidade inteira. Um simples ato de vontade de Cristo teria bastado para obter de Deus o perdão de todos os nossos pecados.
Mais uma vez, deparamo-nos com um sublime paradoxo. Com o exemplo de Sua Vida e Paixão, queria Jesus ensinar-nos que, neste vale de lágrimas, a verdadeira glória só vem da dor. E como o Pai desejava para Seu Filho o máximo grau de glória, permitiu que Ele passasse pelo extremo limite do sofrimento.
“O Filho do homem veio, não para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate de muitos” (Mt 20, 28). Já na manjedoura em Belém, nosso Salvador estava ciente de ter vindo ao mundo para expiar nossos pecados. É esse o motivo pelo qual em muitos presépios o Menino Deus nos é apresentado com os braços abertos em cruz. Durante toda a sua vida, de Belém ao Gólgota, Jesus não fez outra coisa senão avançar ao encontro do Sacrifício Supremo que Lhe acarretaria o fastígio da glória.
Pode haver ser humano mais frágil do que uma criança, habitação mais simples do que uma gruta e berço mais precário do que uma manjedoura? Entretanto, a Criança que contemplamos deitada sobre palhas na gruta de Belém haveria de alterar completamente o rumo dos acontecimentos terrenos.
Afirma o historiador austríaco João Batista Weiss: “Cristo é o centro dos acontecimentos da História. O mundo antigo O esperou; o mundo moderno e todo o porvir descansam sobre Ele. A Redenção da humanidade por Cristo é a maior façanha da História universal; sua Vida, a memória mais alta e bela que possui a humanidade; sua doutrina, a medida com que se há de apreciar todas as coisas”.
Difícil é, num mundo marcado pelo relativismo e pelo laicismo—quando não pelo ateísmo —,ter bem presentes o verdadeiro significado do Santo Natal e o benefício incomensurável que representou para os homens a Encarnação da Segunda Pessoa da Santíssima Trindade.
Cristo era o varão prometido a Adão logo depois de sua queda, o Messias anunciado durante séculos pelos profetas. Mas a realidade transcendeu qualquer imaginação humana: quem poderia excogitar que Ele seria o próprio Deus encarnado? A vinda de Jesus ao mundo não só abriu-nos as portas do Céu e nos trouxe a Salvação, mas também renovou toda a Terra. Diz São Tomás que Nosso Senhor quis ser batizado, entre outras razões, para santificar as águas. E o mesmo aconteceu com todos os outros elementos: a terra foi santificada porque seus divinos pés a pisaram; o ar, porque Ele o respirou; o fogo ardeu com maior vigor e pureza. Podemos sem dúvida dizer que este nosso mundo nunca mais foi o mesmo depois de nele ter vivido, feito homem, o próprio Criador.
Não é por acaso que se contam os anos a partir do nascimento de Cristo, pois Ele, realmente, divide a História em duas vertentes. Antes d'Ele a humanidade era uma, e depois passou a ser diametralmente outra. São duas histórias. Quase poderíamos afirmar serem dois universos! 

(Revista Arautos do Evangelho, Dez, n. 96, p. 19 a 21)



sábado, 22 de dezembro de 2012

Natal dos internautas


Dê um clique duplo neste NATAL!!!
Arraste a LUZ para seu DIRETÓRIO principal
SALVE-A em todos os seus ARQUIVOS pessoais
selecione-a como seu documento mestre.
Que ela seja o seu modelo
para FORMATAR a sua vida:
justifique-a e alinhe-a
à direita e à esquerda,
sem quebras na sua caminhada.
Que a LUZ não seja apenas um ÍCONE,
um ACESSÓRIO,
uma FERRAMENTA ou um RODAPÉ,
mas sim o CABEÇALHO, a LETRA CAPITULAR,
a BARRA DE ROLAGEM de seu caminhar.
Que Ela seja a FONTE da graça...
para a sua ÁREA DE TRABALHO,
o PAINTBRUSH para colorir seu sorriso,
a CONFIGURAÇÃO da sua simpatia,
a NOVA JANELA...
para VISUALIZAR o TAMANHO do seu amor,
o PAINEL DE CONTROLE...
para CANCELAR seus RECUOS,
COMPARTILHAR seus RECURSOS e
ACESSAR o coração de suas amizades.
COPIE tudo o que é bom,
DELETE todos os seus ERROS.
Não deixe à MARGEM ninguém,
ABRA as BORDAS de seu coração,
REMOVA dele o VÍRUS do egoísmo.
Antes de FECHAR,
coloque a 'LUZ' nos seus FAVORITOS
e o seu Natal...
será o ATALHO de sua felicidade!
CLIQUE agora em OK
para ATUALIZAR seus CONTEÚDOS!
Um Santo Natal a Você!

Portal Canção Nova

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012


Esteja firme, Jesus está a caminho

Para nós que acreditamos e vivemos na fé, a nossa única certeza é de que, um dia, Cristo irá voltar e estaremos diante dele. Isso é o maior conforto para corações cansados e que se sentem abandonados diante dos problemas.
Jesus nos prometeu que iria para a casa do Pai preparar nosso lugar e, quando tudo estiver pronto, voltaria para nos buscar. Por isso, nosso sustento precisa ser a segurança que precisamos ter em Deus, mas não as coisas passageiras desse mundo.
Para chegarmos a glória, é preciso antes passar pelas dificuldades da cruz. Cumprir a vontade de Deus não é e única será algo fácil, mas também não podemos ter a cruz de Cristo como sinal de morte o fim, mas de recomeço e vida eterna.

O inimigo de Deus vai mandar tudo para destruir a nossa vida e nos afastar do coração de Deus. Ele faz isso com o único objetivo de zombar do Senhor, pois isso é tudo que ele é capaz de fazer.
O pecado tem um efeito danoso em nossas feitas, porque quanto mais fundo formos nele, mais distantes estaremos da graça do Pai. 
Não conheço as tempestades e as tribulações que você vive na sua vida, mas uma coisa eu posso afirmar: se sua família foi construída sobre a rocha que é o próprio Cristo, sua casa não cairá jamais.
Não desista da sua casa e assim você não estará desistindo de Deus. Porque quando Nosso Senhor voltar, ele precisa te encontrar vigilante. 
Você não pode perder todo o trabalho que Jesus tem para te levar ao seu por causa de pequenas discussões, orgulho, inveja e a impaciência. Muitas vezes, a única resposta que você terá, será a oração, então se agarre a ela.
A verdadeira experiência com Deus é feita no dia a dia, quando nos deixamos amar e amamos de volta o Senhor. Por isso, devemos nos preocupar muito com o “faça-se em mim” do que com o “eu faço”. 

A autossuficiência acaba nos cegando diante de muitas situações, e quando nos damos conta já esquecemos o lugar de onde vimos e para onde estávamos indo. A docilidade ao Espírito, assim como fez a Virgem Maria, é fundamental para nos firmarmos na fé. 
Nossa alegria precisa ser fazer a vontade de Deus. Quando nos afastamos disso e lutamos para seguir nossas vontades é quando as doenças, discussões e a tristeza entra em nossa vida.
A vinda gloriosa de Cristo está cada vez mais próxima a cada Santo Sacrifício que celebramos no altar, mesmo quando não nos damos conta da importância que isso tem em nossas vidas.
Precisamos acreditar que Jesus está vindo e já está a nossa porta esperando nos encontrar vigilantes. Pois nada O alegrará mais do que nos encontrar em prontidão, com todas as coisas prontas, apenas esperando que Ele nos chame.



Padre Alessandro Chagas

sábado, 8 de dezembro de 2012

MISSÃO KERIGMA: 4 ANOS


Há 4 anos atrás, no dia 7.12.08, dava-se o encontro de fundação do Grupo Kerigma. Já há alguns meses antes quatro jovens, ao redor de um seminarista - que hoje já é padre - foram preparando o que se tornaria não um simples grupo, nem associ
ação juvenil, mas uma verdadeira Missão, uma família de discípulos de Jesus Cristo. Seguindo a inspiração do Espírito Santo, dóceis às suas moções, a Missão Kerigma ao longo de sua existência, tem anunciado o nome de Cristo à cidade de Itapecerica e sua atuação não se restringe apenas aos jovens, mas chega a todos que participam da comunidade eclesial. Quantos passos foram dados, quantas vidas transformadas, quantas bênçãos recebidas, quantos desafios enfrentados! Olhamos para o futuro com a certeza de que há muito para ser feito e com a convicção de que quem conduz nossas atividades é Deus. "Isto é estar em Cristo, é viver Renovação"!
Agradecimentos particulares aos fundadores Pe. Daniel Leão, Gregory Rial, Juliana Ribeiro, Suelena Silva e Edione Martins.
Aos padres que nos acompanham: Mons. Pedro, Pe. Anderson, Pe. Breno, Fr. Nataniel, D. Zicó e D. Gil.
À Renovação Carismática Católica de Itapecerica, ao Ministério Jovem da Diocese de Divinópolis e a todos os benfeitores, amigos e colaboradores.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Celebraremos amanhã:a Imaculada Conceição


O tempo do Advento tem, sem dúvida alguma, um sabor mariano. É com a Virgem que melhor aprendemos como esperar o Sol que nasce da Aurora, o Cristo, nosso Deus! Por isso, é muito conveniente celebrar a Solenidade da Imaculada Conceição de Maria, a Virgem.
O que a Igreja crê e celebra neste mistério? A Escritura Santa nos ensina que a humanidade fora criada por Deus para a comunhão com Ele, para ser feliz convivendo com Ele, construindo a vida e o mundo. Mas, infelizmente, desde o início da história humana e até hoje, nossa raça foi dizendo “não” ao sonho de Deus. Quisemos e queremos ainda ser como deuses, conhecedores do bem e do mal (cf. Gn 3,4s); queremos viver a vida de modo autônomo, como se a existência fosse nossa e não um dom recebido do Senhor. Se não dizemos, pensamos muitas vezes: "A vida é minha; faço dela o que eu quero!" O resultado dessa atitude tem sido trágico: tornamo-nos uma humanidade ferida, esfacelada num mundo também ferido e esfacelado. 
Somos todos presa de um enorme fechamento para Deus, uma desconfiança n'Ele, uma tendência a não percebê-Lo. Por isso somos profundamente desequilibrados no nosso modo de nos ver, de ver a vida, de nos relacionar com os outros e com o mundo. Somos um poço de contradições, de paixões, de anseios desencontrados e sentimentos, muitas vezes, destrutivos. Somos, pois, profundamente feridos de morte, feridos até a morte! É esta situação miserável que a Igreja denomina “pecado original”, pecado que já nos marca desde o primeiro momento de nossa existência: “Minha mãe já concebeu-me pecador” (Sl 50,7). É desta situação miserável, sem saída, que Cristo nos arranca com a Sua encarnação, Sua vida, Sua morte e ressurreição com o dom do Seu Espírito: “Todos pecaram e estão privados da glória de Deus, e são justificados gratuitamente em virtude da redenção realizada por Jesus Cristo” (Rm 3,23s). 
Pois bem, a Igreja crê, firmemente, que a toda Santa Virgem Maria, desde o primeiro momento em que foi concebida no seio de sua mãe, foi preservada por Deus desta solidariedade com esta situação de pecado. Nós já nascemos marcados de morte; ela, desta marca de pecado foi preservada; nós, precisamos ser arrancados da lama do pecado graças à cruz do Cristo; ela, pela cruz do Cristo foi liberta desde a origem e, sequer, foi tocada por esta lama maldita; nós fomos redimidos, porque lavados desta lama; ela foi ainda mais perfeitamente redimida. porque, pelos méritos da Paixão do Senhor, sequer experimentou esta situação de pecaminosidade. 
Desde o ventre materno, desde o primeiro instante de sua concepção, o Senhor a libertou graças aos méritos de Cristo. Ela, a Virgem, pode ser chamada Toda Santa, isto é, Toda Santificada. Ela pode cantar as palavras da profecia de Isaías: “Com grande alegria rejubilo-me no Senhor, e minha alma exultará no meu Deus, pois me vestiu de justiça e salvação, como a noiva ornada de suas jóias!”
A Igreja crê nesta Concepção Imaculada da Mãe de Jesus e com ela se alegra. E crê fundamentada na Escritura Sagrada. A Palavra de Deus não afirma que o Senhor colocou uma inimizade de morte entre a serpente e a Mulher, entre a descendência da serpente e da Mulher? Quem é esta Mulher? Não é aquela a quem Jesus chama Mulher em Caná e ao pé da cruz? Não é aquela de quem São Paulo diz: Quando chegou a plenitude dos tempos, enviou Deus o Seu Filho nascido de Mulher? Como, pois, poderia estar sob o domínio do pecado, fruto da serpente, a Mulher de quem nasceria o Cordeiro sem mancha, que tira o pecado do mundo? 
Estejamos atentos ainda no modo como Gabriel saudou a Virgem no Evangelho: ele lhe muda o nome! Não diz "Alegra-te, Maria!”, mas “Alegra-te, Cheia de Graça!”. Cheia de graça, kecharitomene, do verbo charitô, agraciar. "Alegra-te, ó Toda Cumulada Pela Graça!", "Alegra-te, ó Mar de Graça, ó possuída totalmente pela graça! Em ti, Virgem Maria, não há o mínimo lugar, a mínima brecha para a “des-graça” do pecado!" – É isto que significam as palavras de Gabriel. Podem crer: Deus juntou toda água um dia e chamou de mar; Deus juntou toda graça, outro dia, e a chamou de Maria! 
A Virgem não é dona da graça; ela a recebeu totalmente. A Virgem não é imaculada por seus próprios méritos, mas pelos méritos daquele que, nascido de suas entranhas benditas, venceu a antiga serpente e destruiu o antigo inimigo. Observemos que esta ideia aparece na segunda leitura da Missa desta solenidade. O que diz o apóstolo? O Pai “nos escolheu em Cristo, antes da fundação do mundo, para que sejamos santos e irrepreensíveis sob o seu olhar, no amor. Ele nos predestinou por intermédio de Jesus Cristo (Ef 1,4s). 
Se todos somos fruto de um sonho eterno de Deus, se todos somos predestinados em Cristo, desde antes da fundação do mundo; se o Senhor conheceu nossos dias antes mesmo que um só deles existisse, pois bem: em Cristo, Deus, o Pai, preservou a Mãe do Seu Filho do pecado, graças ao Seu Filho! Que nossos irmãos protestantes se alegrem conosco pela Imaculada Conceição de Maria: ela é bíblica, ela exalta enormemente a grandeza abundante da graça de Cristo, único Salvador! São Paulo diz que “todos pecaram e estão privados da glória de Deus”; assim estaria a Virgem sem a graça de Cristo; mas disso foi libertada no primeiro momento de sua existência, graças a Cristo!
Esta é a beleza desta festa: o triunfo da graça, celebrar a graça de Cristo que age antes mesmo do nascimento histórico de Cristo! Que graça tão grande, que Salvador tão potente, que Deus tão previdente! E para nós, que alegria contemplar o mistério, vislumbrá-lo, mergulhar nele! Hoje, a Virgem foi concebida livre do pecado; hoje, começou a raiar a aurora do dia sem fim; surgiu a puríssima Estrela d’Alva que anuncia o Sol, que é o Cristo, nosso Deus!
A Igreja, exultante de alegria, tem palavras lindas na celebração litúrgica no dia da Imaculada. No Ofício Divino, ela assim se dirige à Virgem Toda Santa: “Com a vossa Imaculada Conceição, Virgem Maria, um anúncio de alegria percorreu o mundo inteiro” e, mais adiante, no Ofício, continua, admirada: “Toda bela sois, Virgem Maria, sem mancha original! Sois a glória de Sião, a alegria de Israel e a flor da humanidade”. E, imaginando a resposta da Virgem, coloca nos seus lábios estas palavras que ela dirige ao Senhor: “Foi nisto que eu vi, porque vós me escolhestes! Porque não triunfou sobre mim o inimigo, porque vós me escolhestes!” Isso mesmo: mais que ninguém, a Virgem é devedora a Cristo: Ele a escolheu, a preservou, sustentou-a e teve por ela uma predileção inigualável!
Alegremo-nos nós também! Em Cristo o pecado pode ser vencido! A Conceição Imaculada de Maria é sinal belíssimo desta vitória! Alegremo-nos, porque a Imaculada Conceição de Nossa Senhora é o feliz princípio e o primeiro albor da salvação que o Senhor Jesus nos traz! Bendita seja a cruz de Jesus, que antes de ser fincada no Calvário, já libertou com seus raios a Virgem de todo pecado! A Jesus, fruto bendito, do bendito ventre da bendita Virgem Maria, a glória pelos séculos dos séculos. Amém.

Dom Henrique Soares da Costa


quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Tempo do Advento


O advento é o tempo litúrgico que antecede o Natal. São quatro semanas nas quais somos convidados a esperar Jesus que vem. Por isso é um tempo de preparação e de alegre espera do Senhor. Nas duas primeiras semanas do advento, a liturgia nos convida a vigiar e à conversão, para melhor aguardarmos  a vinda gloriosa do Salvador. Nas duas últimas, lembrando a espera dos profetas e acompanhando  Maria, nos preparamos mais especialmente para celebrar o nascimento de Jesus em Belém.
Até um tempo atrás se associava o advento com o tempo da quaresma, tempo de jejum e penitência. Mas na verdade, o advento é um tempo de alegre esperança da chegada do Senhor. Jesus vem e isso é motivo de muita alegria. Na verdade, Jesus já veio e virá uma segunda vez. Esse é o ensinamento da Igreja. Mas nosso encontro com Jesus que vem, acontece todos os dias. Jesus vem até nós na pessoa dos nossos irmãos e irmãs, de um modo especial os mais sofredores. Ou mesmo em tantas formas de presença onde o Cristo ressuscitado vem até nós, na oração, na celebração litúrgica ou quando nos reunimos em seu nome. Nosso encontro definitivo com Jesus se dará quando morrermos e participarmos com Ele em sua glória, no seio da Santíssima Trindade. Por isso nós, cristãos, somos convidados a viver num constante advento, antecipando, na nossa frágil e muitas vezes debilitada história, esse encontro definitivo.
Com o advento inauguramos o ''ciclo do Natal'', que se estende até a festa do Batismo de Jesus em janeiro.

sábado, 1 de dezembro de 2012

Mensagem aos jovens feita pelo Papa Bento XVI - Final


5. Fazei discípulos!
Penso que já várias vezes experimentastes a dificuldade de envolver os jovens da vossa idade na experiência da fé. Frequentemente tereis constatado que em muitos deles, especialmente em certas fases do caminho da vida, existe o desejo de conhecer a Cristo e viver os valores do Evangelho, mas tal desejo é acompanhado pela sensação de ser inadequados e incapazes. Que fazer? Em primeiro lugar, a vossa solicitude e a simplicidade do vosso testemunho serão um canal através do qual Deus poderá tocar seu coração. O anúncio de Cristo não passa somente através das palavras, mas deve envolver toda a vida e traduzir-se em gestos de amor. A ação de evangelizar nasce do amor que Cristo infundiu em nós; por isso, o nosso amor deve conformar-se sempre mais ao d’Ele. Como o bom Samaritano, devemos manter-nos solidários com quem encontramos, sabendo escutar, compreender e ajudar, para conduzir, quem procura a verdade e o sentido da vida, à casa de Deus que é a Igreja, onde há esperança e salvação (cf. Lc 10,29-37). Queridos amigos, nunca esqueçais que o primeiro ato de amor que podeis fazer ao próximo é partilhar a fonte da nossa esperança: quem não dá Deus, dá muito pouco. Aos seus apóstolos, Jesus ordena: «Fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei» (Mt 28,19-20). Os meios que temos para «fazer discípulos» são principalmente o Batismo e a catequese. Isto significa que devemos conduzir as pessoas que estamos evangelizando ao encontro com Cristo vivo, particularmente na sua Palavra e nos Sacramentos: assim poderão crer n’Ele, conhecerão a Deus e viverão da sua graça. Gostaria que cada um de vós se perguntasse: Alguma vez tive a coragem de propor o Batismo a jovens que ainda não o receberam? Convidei alguém a seguir um caminho de descoberta da fé cristã? Queridos amigos, não tenhais medo de propor aos jovens da vossa idade o encontro com Cristo. Invocai o Espírito Santo: Ele vos guiará para entrardes sempre mais no conhecimento e no amor de Cristo, e vos tornará criativos na transmissão do Evangelho. 

6. Firmes na fé
Diante das dificuldades na missão de evangelizar, às vezes sereis tentados a dizer como o profeta Jeremias: «Ah! Senhor Deus, eu não sei falar, sou muito novo». Mas, também a vós, Deus responde: «Não digas que és muito novo; a todos a quem eu te enviar, irás» (Jr 1,6-7). Quando vos sentirdes inadequados, incapazes e frágeis para anunciar e testemunhar a fé, não tenhais medo. A evangelização não é uma iniciativa nossa nem depende primariamente dos nossos talentos, mas é uma resposta confiante e obediente à chamada de Deus, e portanto não se baseia sobre a nossa força, mas na d’Ele. Isso mesmo experimentou o apóstolo Paulo: «Trazemos esse tesouro em vasos de barro, para que todos reconheçam que este poder extraordinário vem de Deus e não de nós» (2 Cor 4,7).
Por isso convido-vos a enraizar-vos na oração e nos sacramentos. A evangelização autêntica nasce sempre da oração e é sustentada por esta: para poder falar de Deus, devemos primeiro falar com Deus. E, na oração, confiamos ao Senhor as pessoas às quais somos enviados, suplicando-Lhe que toque o seu coração; pedimos ao Espírito Santo que nos torne seus instrumentos para a salvação dessas pessoas; pedimos a Cristo que coloque as palavras nos nossos lábios e faça de nós sinais do seu amor. E, de modo mais geral, rezamos pela missão de toda a Igreja, de acordo com a ordem explícita de Jesus: «Pedi, pois, ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita!» (Mt 9,38). Sabei encontrar na Eucaristia a fonte da vossa vida de fé e do vosso testemunho cristão, participando com fidelidade na Missa ao domingo e sempre que possível também durante a semana. Recorrei frequentemente ao sacramento da Reconciliação: é um encontro precioso com a misericórdia de Deus que nos acolhe, perdoa e renova os nossos corações na caridade. E, se ainda não o recebestes, não hesiteis em receber o sacramento da Confirmação ou Crisma preparando-vos com cuidado e solicitude. Junto com a Eucaristia, esse é o sacramento da missão, porque nos dá a força e o amor do Espírito Santo para professar sem medo a fé. Encorajo-vos ainda à prática da adoração eucarística: permanecer à escuta e em diálogo com Jesus presente no Santíssimo Sacramento, torna-se ponto de partida para um renovado impulso missionário.
Se seguirdes este caminho, o próprio Cristo vos dará a capacidade de ser plenamente fiéis à sua Palavra e de testemunhá-Lo com lealdade e coragem. Algumas vezes sereis chamados a dar provas de perseverança, particularmente quando a Palavra de Deus suscitar reservas ou oposições. Em certas regiões do mundo, alguns de vós sofrem por não poder testemunhar publicamente a fé em Cristo, por falta de liberdade religiosa. E há quem já tenha pagado com a vida o preço da própria pertença à Igreja. Encorajo-vos a permanecer firmes na fé, certos de que Cristo está ao vosso lado em todas as provas. Ele vos repete: «Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo tipo de mal contra vós, por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus» 
(Mt 5,11-12).

7. Com toda a Igreja
Queridos jovens, para permanecer firmes na confissão da fé cristã nos vários lugares onde sois enviados, precisais da Igreja. Ninguém pode ser testemunha do Evangelho sozinho. Jesus enviou em missão os seus discípulos juntos: o mandato «fazei discípulos» é formulado no plural. Assim, é sempre como membros da comunidade cristã que prestamos o nosso testemunho, e a nossa missão torna-se fecunda pela comunhão que vivemos na Igreja: seremos reconhecidos como discípulos de Cristo pela unidade e o amor que tivermos uns com os outros (cf. Jo 13,35). Agradeço ao Senhor pela preciosa obra de evangelização que realizam as nossas comunidades cristãs, as nossas paróquias, os nossos movimentos eclesiais. Os frutos desta evangelização pertencem a toda a Igreja: «um é o que semeia e outro o que colhe», dizia Jesus (Jo 4,37).
A propósito, não posso deixar de dar graças pelo grande dom dos missionários, que dedicam toda a sua vida ao anúncio do Evangelho até os confins da terra. Do mesmo modo bendigo o Senhor pelos sacerdotes e os consagrados, que ofertam inteiramente as suas vidas para que Jesus Cristo seja anunciado e amado. Desejo aqui encorajar os jovens chamados por Deus a alguma dessas vocações, para que se comprometam com entusiasmo: «Há mais alegria em dar do que em receber!» (At 20,35). Àqueles que deixam tudo para segui-Lo, Jesus prometeu o cêntuplo e a vida eterna (cf. Mt 19,29).
Dou graças também por todos os fiéis leigos que se empenham por viver o seu dia-a-dia como missão, nos diversos lugares onde se encontram, tanto em família como no trabalho, para que Cristo seja amado e cresça o Reino de Deus. Penso particularmente em quantos atuam no campo da educação, da saúde, do mundo empresarial, da política e da economia, e em tantos outros âmbitos do apostolado dos leigos. Cristo precisa do vosso empenho e do vosso testemunho. Que nada – nem as dificuldades, nem as incompreensões – vos faça renunciar a levar o Evangelho de Cristo aos lugares onde vos encontrais: cada um de vós é precioso no grande mosaico da evangelização!

8. "Aqui estou, Senhor!"
Em suma, queridos jovens, queria vos convidar a escutar no íntimo de vós mesmos a chamada de Jesus para anunciar o seu Evangelho. Como mostra a grande estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, o seu coração está aberto para amar a todos sem distinção, e seus braços estendidos para alcançar a cada um. Sede vós o coração e os braços de Jesus. Ide testemunhar o seu amor, sede os novos missionários animados pelo seu amor e acolhimento. Segui o exemplo dos grandes missionários da Igreja, como São Francisco Xavier e muitos outros.
No final da Jornada Mundial da Juventude em Madrid, dei a bênção a alguns jovens de diferentes continentes que partiam em missão. Representavam a multidão de jovens que, fazendo eco às palavras do profeta Isaías, diziam ao Senhor: «Aqui estou! Envia-me» (Is 6,8). A Igreja tem confiança em vós e vos está profundamente grata pela alegria e o dinamismo que trazeis: usai os vossos talentos generosamente ao serviço do anúncio do Evangelho. Sabemos que o Espírito Santo se dá a quantos, com humildade de coração, se tornam disponíveis para tal anúncio. E não tenhais medo! Jesus, Salvador do mundo, está conosco todos os dias, até o fim dos tempos (cf. Mt 28,20).
Dirigido aos jovens de toda a terra, este apelo assume uma importância particular para vós, queridos jovens da América Latina. De fato, na V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, realizada em Aparecida, no ano de 2007, os bispos lançaram uma «missão continental». E os jovens, que constituem a maioria da população naquele continente, representam uma força importante e preciosa para a Igreja e para a sociedade. Por isso sede vós os primeiros missionários. Agora que a Jornada Mundial da Juventude retorna à América Latina, exorto todos os jovens do continente: transmiti aos vossos coetâneos do mundo inteiro o entusiasmo da vossa fé.
A Virgem Maria, Estrela da Nova Evangelização, também invocada sob os títulos de Nossa Senhora Aparecida e Nossa Senhora de Guadalupe, acompanhe cada um de vós em vossa missão de testemunhas do amor de Deus. A todos, com especial carinho, concedo a minha Bênção Apostólica.

Vaticano, 18 de outubro de 2012.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Mensagem do Papa para a JMJ 2013 - Parte 2

2. Tornai-vos discípulos de Cristo

Esta chamada missionária vos é dirigida também por outro motivo: é necessário para o nosso caminho de fé pessoal. O Beato João Paulo II escrevia: «É dando a fé que ela se fortalece» (Encíclica Redemptoris missio, 2). Ao anunciar o Evangelho, vós mesmos cresceis em um enraizamento cada vez mais profundo em Cristo, vos tornais cristãos maduros. O compromisso missionário é uma dimensão essencial da fé: não se crê verdadeiramente, se não se evangeliza. E o anúncio do Evangelho não pode ser senão consequência da alegria de ter encontrado Cristo e ter descoberto n’Ele a rocha sobre a qual construir a própria existência. Comprometendo-vos no serviço aos demais e no anúncio do Evangelho, a vossa vida, muitas vezes fragmentada entre tantas atividades diversas, encontrará no Senhor a sua unidade; construir-vos-eis também a vós mesmos; crescereis e amadurecereis em humanidade.

Mas, que significa ser missionário? Significa acima de tudo ser discípulo de Cristo e ouvir sem cessar o convite a segui-Lo, o convite a fixar o olhar n’Ele: «Aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração» (Mt 11,29). O discípulo, de fato, é uma pessoa que se põe à escuta da Palavra de Jesus (cf. Lc 10,39), a quem reconhece como o Mestre que nos amou até o dom de sua vida. Trata-se, portanto, de cada um de vós deixar-se plasmar diariamente pela Palavra de Deus: ela vos transformará em amigos do Senhor Jesus, capazes de fazer outros jovens entrar nesta mesma amizade com Ele.
Aconselho-vos a guardar na memória os dons recebidos de Deus, para poder transmiti-los ao vosso redor. Aprendei a reler a vossa história pessoal, tomai consciência também do maravilhoso legado recebido das gerações que vos precederam: tantos cristãos nos transmitiram a fé com coragem, enfrentando obstáculos e incompreensões. Não o esqueçamos jamais! Fazemos parte de uma longa cadeia de homens e mulheres que nos transmitiram a verdade da fé e contam conosco para que outros a recebam. Ser missionário pressupõe o conhecimento deste patrimônio recebido que é a fé da Igreja: é necessário conhecer aquilo em que se crê, para podê-lo anunciar. Como escrevi na introdução do YouCat, o Catecismo para jovens que vos entreguei no Encontro Mundial de Madri, «tendes de conhecer a vossa fé como um especialista em informática domina o sistema operacional de um computador. Tendes de compreendê-la como um bom músico entende uma partitura. Sim, tendes de estar enraizados na fé ainda mais profundamente que a geração dos vossos pais, para enfrentar os desafios e as tentações deste tempo com força e determinação» (Prefácio).

3. Ide!


Jesus enviou os seus discípulos em missão com este mandato: «Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura! Quem crer e for batizado será salvo» (Mc 16,15-16). Evangelizar significa levar aos outros a Boa Nova da salvação, e esta Boa Nova é uma pessoa: Jesus Cristo. Quando O encontro, quando descubro até que ponto sou amado por Deus e salvo por Ele, nasce em mim não apenas o desejo, mas a necessidade de fazê-lo conhecido pelos demais. No início do Evangelho de João, vemos como André, depois de ter encontrado Jesus, se apressa em conduzir a Ele seu irmão Simão (cf. 1,40-42). A evangelização sempre parte do encontro com o Senhor Jesus: quem se aproximou d’Ele e experimentou o seu amor, quer logo partilhar a beleza desse encontro e a alegria que nasce dessa amizade. Quanto mais conhecemos a Cristo, tanto mais queremos anunciá-lo. Quanto mais falamos com Ele, tanto mais queremos falar d’Ele. Quanto mais somos conquistados por Ele, tanto mais desejamos levar outras pessoas para Ele.
Pelo Batismo, que nos gera para a vida nova, o Espírito Santo vem habitar em nós e inflama a nossa mente e o nosso coração: é Ele que nos guia para conhecer a Deus e entrar em uma amizade sempre mais profunda com Cristo. É o Espírito que nos impulsiona a fazer o bem, servindo os outros com o dom de nós mesmos. Depois, através do sacramento da Confirmação, somos fortalecidos pelos seus dons, para testemunhar de modo sempre mais maduro o Evangelho. Assim, o Espírito de amor é a alma da missão: Ele nos impele a sair de nós mesmos para «ir» e evangelizar. Queridos jovens, deixai-vos conduzir pela força do amor de Deus, deixai que este amor vença a tendência de fechar-se no próprio mundo, nos próprios problemas, nos próprios hábitos; tende a coragem de «sair» de vós mesmos para «ir» ao encontro dos outros e guiá-los ao encontro de Deus.

4. Alcançai todos os povos


Cristo ressuscitado enviou os seus discípulos para dar testemunho de sua presença salvífica a todos os povos, porque Deus, no seu amor superabundante, quer que todos sejam salvos e ninguém se perca. Com o sacrifício de amor na Cruz, Jesus abriu o caminho para que todo homem e toda mulher possa conhecer a Deus e entrar em comunhão de amor com Ele. E constituiu uma comunidade de discípulos para levar o anúncio salvífico do Evangelho até os confins da terra, a fim de alcançar os homens e as mulheres de todos os lugares e de todos os tempos. Façamos nosso esse desejo de Deus!
Queridos amigos, estendei o olhar e vede ao vosso redor: tantos jovens perderam o sentido da sua existência. Ide! Cristo precisa de também de vós. Deixai-vos envolver pelo seu amor, sede instrumentos desse amor imenso, para que alcance a todos, especialmente aos «afastados». Alguns encontram-se geograficamente distantes, enquanto outros estão longe porque a sua cultura não dá espaço para Deus; alguns ainda não acolheram o Evangelho pessoalmente, enquanto outros, apesar de o terem recebido, vivem como se Deus não existisse. A todos abramos a porta do nosso coração; procuremos entrar em diálogo com simplicidade e respeito: este diálogo, se vivido com uma amizade verdadeira, dará seus frutos. Os «povos», aos quais somos enviados, não são apenas os outros Países do mundo, mas também os diversos âmbitos de vida: as famílias, os bairros, os ambientes de estudo ou de trabalho, os grupos de amigos e os locais de lazer. O jubiloso anúncio do Evangelho se destina a todos os âmbitos da nossa vida, sem exceção.
Gostaria de destacar dois campos, nos quais deve fazer-se ainda mais solícito o vosso empenho missionário. O primeiro é o das comunicações sociais, em particular o mundo da internet. Como tive já oportunidade de dizer-vos, queridos jovens, «senti-vos comprometidos a introduzir na cultura deste novo ambiente comunicador e informativo os valores sobre os quais assenta a vossa vida! [...] A vós, jovens, que vos encontrais quase espontaneamente em sintonia com estes novos meios de comunicação, compete de modo particular a tarefa da evangelização deste “continente digital”» (Mensagem para o XLIII Dia Mundial das Comunicações Sociais, 24 de maio de 2009). Aprendei, portanto, a usar com sabedoria este meio, levando em conta também os perigos que ele traz consigo, particularmente o risco da dependência, de confundir o mundo real com o virtual, de substituir o encontro e o diálogo direto com as pessoas por contatos na rede.
O segundo campo é o da mobilidade. Hoje são sempre mais numerosos os jovens que viajam, seja por motivos de estudo ou de trabalho, seja por diversão. Mas penso também em todos os movimentos migratórios, que levam milhões de pessoas, frequentemente jovens, a se transferir e mudar de Região ou País, por razões econômicas ou sociais. Também estes fenômenos podem se tornar ocasiões providenciais para a difusão do Evangelho. Queridos jovens, não tenhais medo de testemunhar a vossa fé também nesses contextos: para aqueles com quem vos deparareis, é um dom precioso a comunicação da alegria do encontro com Cristo. 


Na próxima publicação, a parte final dessa mensagem.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Mensagem do Papa Bento XVI para a XXVIII Jornada Mundial da Juventude


Acompanhe abaixo e nas próximas postagens do blog do Missão Kerigma, a mensagem do Papa Bento XVI aos jovens em ocasião da JMJ no Brasil:
16/11/2012 - JMJ RIO2013
"Ide e fazei discípulos entre as nações!" (cf. Mt 28,19)

Queridos jovens,

Desejo fazer chegar a todos vós minha saudação cheia de alegria e afeto. Tenho a certeza que muitos de vós regressastes a casa da Jornada Mundial da Juventude em Madrid mais «enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé» (cf. Col 2,7). Este ano, inspirados pelo tema: «Alegrai-vos sempre no Senhor» (Fil 4,4) celebramos a alegria de ser cristãos nas várias Dioceses. E agora estamo-nos preparando para a próxima Jornada Mundial, que será celebrada no Rio de Janeiro, Brasil, em julho de 2013. 
Desejo, em primeiro lugar, renovar a vós o convite para participardes nesse importante evento. A conhecida estátua do Cristo Redentor, que se eleva sobre àquela bela cidade brasileira, será o símbolo eloquente deste convite: seus braços abertos são o sinal da acolhida que o Senhor reservará a todos quantos vierem até Ele, e o seu coração retrata o imenso amor que Ele tem por cada um e cada uma de vós. Deixai-vos atrair por Ele! Vivei essa experiência de encontro com Cristo, junto com tantos outros jovens que se reunirão no Rio para o próximo encontro mundial! Deixai-vos amar por Ele e sereis as testemunhas de que o mundo precisa.

Convido a vos preparardes para a Jornada Mundial do Rio de Janeiro, meditando desde já sobre o tema do encontro: «Ide e fazei discípulos entre as nações» (cf. Mt 28,19). Trata-se da grande exortação missionária que Cristo deixou para toda a Igreja e que permanece atual ainda hoje, dois mil anos depois. Agora este mandato deve ressoar fortemente em vosso coração. O ano de preparação para o encontro do Rio coincide com o Ano da fé, no início do qual o Sínodo dos Bispos dedicou os seus trabalhos à «nova evangelização para a transmissão da fé cristã». Por isso me alegro que também vós, queridos jovens, sejais envolvidos neste impulso missionário de toda a Igreja: fazer conhecer Cristo é o dom mais precioso que podeis fazer aos outros.

1. Uma chamada urgente

A história mostra-nos muitos jovens que, através do dom generoso de si mesmos, contribuíram grandemente para o Reino de Deus e para o desenvolvimento deste mundo, anunciando o Evangelho. Com grande entusiasmo, levaram a Boa Nova do Amor de Deus manifestado em Cristo, com meios e possibilidades muito inferiores àqueles de que dispomos hoje em dia. Penso, por exemplo, no Beato José de Anchieta, jovem jesuíta espanhol do século XVI, que partiu em missão para o Brasil quando tinha menos de vinte anos e se tornou um grande apóstolo do Novo Mundo. Mas penso também em tantos de vós que se dedicam generosamente à missão da Igreja: disto mesmo tive um testemunho surpreendente na Jornada Mundial de Madri, em particular na reunião com os voluntários.
Hoje, não poucos jovens duvidam profundamente que a vida seja um bem, e não veem com clareza o próprio caminho. De um modo geral, diante das dificuldades do mundo contemporâneo, muitos se perguntam: E eu, que posso fazer? A luz da fé ilumina esta escuridão, nos fazendo compreender que toda existência tem um valor inestimável, porque é fruto do amor de Deus. Ele ama mesmo quem se distanciou ou esqueceu d’Ele: tem paciência e espera; mais que isso, deu o seu Filho, morto e ressuscitado, para nos libertar radicalmente do mal. E Cristo enviou os seus discípulos para levar a todos os povos este alegre anúncio de salvação e de vida nova.


A Igreja, para continuar esta missão de evangelização, conta também convosco. Queridos jovens, vós sois os primeiros missionários no meio dos jovens da vossa idade! No final do Concílio Ecumênico Vaticano II, cujo cinquentenário celebramos neste ano, o Servo de Deus Paulo VI entregou aos jovens e às jovens do mundo inteiro uma Mensagem que começava com estas palavras: «É a vós, rapazes e moças de todo o mundo, que o Concílio quer dirigir a sua última mensagem, pois sereis vós a recolher o facho das mãos dos vossos antepassados e a viver no mundo no momento das mais gigantescas transformações da sua história, sois vós quem, recolhendo o melhor do exemplo e do ensinamento dos vossos pais e mestres, ides constituir a sociedade de amanhã: salvar-vos-eis ou perecereis com ela». E concluía com um apelo: «Construí com entusiasmo um mundo melhor que o dos vossos antepassados!» (Mensagem aos jovens, 8 de dezembro de 1965).


Queridos amigos, este convite é extremamente atual. Estamos passando por um período histórico muito particular: o progresso técnico nos deu oportunidades inéditas de interação entre os homens e entre os povos, mas a globalização destas relações só será positiva e fará crescer o mundo em humanidade se estiver fundada não sobre o materialismo, mas sobre o amor, a única realidade capaz de encher o coração de cada um e unir as pessoas. Deus é amor. O homem que esquece Deus fica sem esperança e se torna incapaz de amar seu semelhante. Por isso é urgente testemunhar a presença de Deus para que todos possam experimentá-la: está em jogo a salvação da humanidade, a salvação de cada um de nós. Qualquer pessoa que entenda essa necessidade, não poderá deixar de exclamar com São Paulo: «Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho» (1 Cor 9,16).

Continua na próxima postagem...

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Deus tem um projeto para você!

É muito comum, hoje, falar em “teste vocacional” com o intuito de ajudar os jovens na descoberta de suas aptidões e escolha de uma profissão. Ora, a palavra vocação, roubada do vocabulário religioso, está aí mal empregada. “Vocação” deriva do latim vocatio, “chamado”. Assim sendo, em sentido estrito, falar em vocação é falar não de algum trabalho ou profissão que eu escolho, mas de alguém que me chamou para algo. Neste contexto, somente tem sentido falar-se em vocação como um chamado de Deus a alguém para um determinado tipo de vida, para um determinado ministério, e tudo isto no âmbito da Comunidade eclesial em vista da construção do Reino de Deus. Assim, vocação é o chamado que Deus nos faz à vida, vocação é o apelo que o Cristo nos faz pelo Evangelho a crer e, recebendo o batismo, tornemo-nos discípulos seus na vida cristã, no seio da Igreja. Vocação é ainda o lugar concreto que ocupamos na vida da Igreja, com vistas ao testemunho de Cristo: a vocação de leigo casado, de leigo solteiro no mundo, de leigo consagrado pelos votos na vida religiosa ou de ministro ordenado, como Bispo, padre ou diácono. Vocação também, já num sentido bem mais amplo e menos próprio, são os vários ministérios que podem ser assumidos na vida da Comunidade dos discípulos, que é a Igreja. Então, para que se possa falar, em sentido estrito, de um chamado, uma “vocatio”, é necessário recordar que não somos nós quem escolhemos; é um Outro, o Senhor, quem nos chama! É ele quem, livremente, toma a iniciativa. A vocação é um dom, uma graça, à qual eu devo responder, não simplesmente segundo o meu capricho ou o critério da minha satisfação pessoal, mas como um apelo e uma missão, uma responsabilidade que Alguém deseja confiar-me. 
Neste sentido, seria melhor chamar os testes que são feitos aí fora de “testes profissionais” ou “testes de aptidões”, já que a escolha que se vai fazer visa simplesmente à satisfação pessoal, à aptidão que alguém possui e a busca do seu legítimo ganha-pão. Detenhamo-nos ainda um pouco nesta ideia da vocação como chamado. Isto quer dizer tanto, tem tantas implicações! Primeiramente, que não sou eu quem toma a iniciativa, mas sou interpelado por um Outro, que me apela, impele e, muitas vezes, compele, perturbando meu coração, exigindo e esperando uma minha resposta. Em outras palavras: em questão de vocação, eu não escolho, sou escolhido! 
A vocação apresenta-se, então, como o mistério de um apelo, um chamado, um convite, uma missão que me é dada, muitas vezes sem que eu esperasse ou, em princípio, desejasse. Em segundo lugar, é uma realidade que eu devo acolher e responder na fé, na busca da vontade do Senhor que chama. O cristão, diante do chamado de Deus, sente que o Senhor lhe confia uma missão e que, abraçando aquele caminho, ele está caminhando com o Senhor e a serviço do Senhor. Isto vale para toda vocação cristã, também para o matrimônio. Aliás, quem dera que os casais cristãos compreendessem que sua vida conjugal é uma resposta ao chamado do Senhor e um caminho belíssimo de santificação e evangelização e não, simplesmente, uma busca de auto-realização pessoal! Por isso mesmo, o discernimento vocacional não deve ser feito com um psicólogo, mas com um(a) orientador(a) espiritual, num contexto de oração, de escuta da Palavra de Deus, de participação na vida da Comunidade eclesial e de celebração dos santos Sacramentos. Em terceiro lugar, a vocação deve ser sempre pensada e vivenciada como um serviço e não como um simples capricho meu para minha própria satisfação e minha realização privada. O Senhor me chama para, realizando-me e sendo feliz, construir o seu Reino. A vocação é um mistério que acontece em nós, mas não é simplesmente para nós! Por isso mesmo, toda vocação autêntica passa pelo discernimento da Comunidade eclesial, isto é, da Igreja. Até mesmo a vocação matrimonial, pois que, ao abençoar o matrimônio, a Igreja reconhece naquele casal o chamado de Deus para a vida conjugal. Um quarto aspecto muito importante: sendo um chamado, eu somente posso viver minha vocação como uma resposta, isto é, como uma abertura ao Senhor, uma resposta de fé e na fé, num contínuo diálogo com ele, numa relação viva com Aquele que chamou, caso contrário, a vocação morre, não porque o Senhor deixa de chamar-me, mas porque eu deixo de ter a capacidade de ouvi-lo e viver minha vida como uma resposta! Sem este clima de constante diálogo, sem viver minha vocação como resposta ao dom-chamado de Deus, minha vocação torna-se somente um “fazer”, uma profissão! Mais um aspecto importante: o sucesso na vida do vocacionado não pode ser medido pelo que ele faz, por suas realizações, mas unicamente por sua fidelidade Àquele que o chamou: somos chamados não para fazer sucesso, mas para sermos fiéis, não para aparecermos grandes aos olhos dos outros e do mundo, mas para permanecermos atentos Àquele que se dignou nos escolher.Finalmente, um último aspecto: se a vocação é iniciativa do Senhor, se é ele quem chama, se é ele quem toma a iniciativa, ele quem escolhe - e somente ele sabe porque chama a mim, precisamente -, então responder ao chamado, exige de mim disponibilidade para o inesperado de sua vontade em minha vida. Em outras palavras: quando escolho minha profissão, caminho por onde quero, faço o que quero, quando e como quero; porém, quando digo sim a uma vocação, devo colocar-me ao inteiro dispor daquele que me chamou, deixando-me conduzir para a terra que ele me mostrará, caminhando como se visse o invisível, entregando-lhe a direção dos meus passos.

A vocação é, pois, um mistério de encontro e de liberdade, entre o Deus que chama e aquele que é chamado. O caminho do discernimento vocacional é, pois, um caminho de fé e só na fé pode ser empreendido. Esquecer isso é confundir vocação com profissão, é reduzir o ser vocacionado com o fazer coisas e terminar dizendo sim somente a si mesmo e aos seus interesses, condenando-se a si próprio a ser um frustrado, uma caricatura por toda a vida.


Portal Canção Nova

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Oração para receber Jesus


“Vem, Senhor Jesus, preciso de Ti e necessito de Tua salvação. Reconheço meus pecados diante de Ti. Reconheço-me pecador e me arrependo. Perdoa-me, limpa-me, purifica-me, liberta-me.

Eu te aceito pessoalmente como Meu Salvador.

Abro-Te a porta do meu coração e de minha vida. Entra e enche-a de Ti. Concede-me experimentar Teu amor e Tua salvação.


Espírito Santo, muda meu coração. Faz-me experimentar um nascimento para  uma Vida nova.

Maria, minha mãe, que eu receba vida do teu seio maternal, como Jesus recebeu.” 

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Jovens,


Vivais comprometidos, na oração, na escuta atenta, manifestando vossa fé ardente e devota!

Como os Reis Magos, sejam também peregrinos animados pelo desejo de encontrar ao Messias e de adorá-lo! Anunciai com coragem que Cristo, morto e ressuscitado, é vencedor do mal e da morte!

Neste tempo ameaçado pela violência, pelo ódio e pela guerra, testemunhai que Ele, e somente Ele, pode dar a verdadeira paz ao coração do homem, às famílias e aos povos da terra. Esforçai-vos em buscar e promover a paz, a justiça e a fraternidade. E não esqueçais da palavra do Evangelho: “Bem aventurados os que trabalham pela paz, porque serão chamados filhos de Deus. (Mt 5,9)”











Beato João Paulo II

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Eucaristia: adoração máxima do católico


Para recebermos a Eucaristia, devemos estar em estado de graça, pois ela contém o próprio Cristo Senhor, recebido mediante os sinais do pão e do vinho consagrados. Pela Eucaristia, a Igreja vive e cresce continuamente; ela é o memorial da morte e ressurreição do Senhor, confiado à Igreja, pelo qual se perpetua, pelos séculos, o sacrifício da cruz. Os fieis têm em maior honra a Eucaristia e, por isso, buscam participar ativamente das celebrações, recebê-la muitas vezes, com adoração máxima e prestam-lhe culto. A Eucaristia significa e realiza a unidade do povo de Deus; é o ápice e a fonte da vida cristã.


Uma vez que Cristo mesmo está presente no sacramento do altar, também depois da celebração da Missa, é preciso honrá-lo com um culto de adoração. “A visita ao Santíssimo Sacramento é uma prova de gratidão, um sinal de amor e um dever de adoração para com Cristo, Nosso Senhor.” (CIC 1418)












Trecho extraído do livro “Sou Católico, Vivo minha Fé” ,Edições CNBB