quinta-feira, 31 de julho de 2014

Agosto: Mês Vocacional

Deus quis precisar de nós
Agosto é considerado o Mês Vocacional, dedicado à reflexão sobre as vocações em geral. Neste mês, costuma-se celebrar as diferentes vocações por semana:
Primeiro domingo: vocação sacerdotal;
Segundo domingo: vocação familiar, dos pais;
Terceiro domingo: vocação à vida consagrada dos religiosos e das religiosas;
Quarto domingo: vocação do laicato na Igreja, ministérios leigos e catequistas.
Deus quis precisar de nós. Como em Jeremias 1,5 - “Antes que no seio fosses formado, eu já te conhecia; antes do teu nascimento, eu já te havia consagrado” -, Deus espera de nós uma resposta a Seu chamado. É esta a vocação de cada um.
No mês dedicado por excelência à reflexão sobre o serviço na Igreja, tomamos consciência de que o Reino de Deus se faz pela providência infinita do Pai, mas também com a participação de cada um de nós.
Quando refletimos sobre a vocação, chegamos à conclusão de que o Senhor nos criou para um objetivo específico: todos nós somos chamados a participar, com nossos dons e talentos, na edificação do Reino.

O mais profundo e tocante em tudo isso é que, mesmo Deus não precisando de nossa ajuda, Ele quis precisar, quis contar conosco.
Se formos sensíveis em perceber esse desejo de Deus é impossível sermos indiferentes.
Viver a vocação é consagrar a nossa vida a um ideal. A nossa realização pessoal reside em entender qual é a nossa vocação e agir de acordo com os ditames de Deus que fala ao nosso coração.
Que Ele nos fortaleça para que tenhamos a disponibilidade e a coragem de dizer “sim” ao Seu projeto, mesmo diante de nossas limitações, das nossas dificuldades, do nosso comodismo, dos nossos medos.
Dom Eurico dos Santos Veloso

Arcebispo Emérito de Juiz de Fora (MG)


A alegria da minha juventude


Olá irmãos! Sou Lucas Faria, aqui estamos novamente e hoje para falarmos da alegria de servir a Cristo.

Já começo dizendo que ser de Deus não é fácil, mas se com Ele já está difícil, imaginem o que seria de nós sem Ele? Pois bem, vou explicar, quando você se torna íntimo de Jesus, e é chamado para o serviço d’Ele, seja em grupo de oração, na paróquia, no coral da igreja, ou qualquer outro movimento pastoral, que você exerça uma atividade para fazer o bem, para anunciar a palavra de Deus, é aí que o “encardido” vem, ele ataca, atenta, cutuca, e se você não for forte, ele consegue te derrubar, pois ele quer é você, você que prega o bem, que é feliz. 

Mas nada é maior do que a força da oração, esse é o nosso verdadeiro prazer de servir a Cristo, essa é a nossa verdadeira alegria. A segunda carta de São Paulo aos Coríntios, no capítulo 12, versículo 10, vem nos dizer que “Quando me sinto fraco, então é que sou forte”. Sim meus irmãos, é quando nós nos sentimos no fundo do poço que surge a nossa fortaleza, Jesus de Nazaré, Ele é o nosso refúgio, Ele é o nosso salvador, Ele sabe o que cada um de nós passamos, e com sua infinita misericórdia vem e nos abraça na nossa fraqueza, é por isso que sinto alegria, nas minhas fraquezas, não há nada neste mundo que Deus não possa curar.

Nós cristãos independente dos nossos problemas, devemos estar sempre sorrindo, sempre “aleluiados”. Como podemos falar deste Deus tão maravilhoso com aquela cara de depressão? É o que nosso Santo Padre, o Papa Francisco, falava em uma de suas homilias: “Não se pode anunciar o Cristo com cara de cemitério!”. O Papa chama a atenção que o cristão deve ser feliz, expressar essa alegria de conhecer e seguir Jesus. Somos chamados a santidade e a alegria é uma característica do santo. Façamos nós o esforço para que todos os que olharem para nós, vejam Jesus em nossa face. Que o mesmo se expresse em nossos atos e palavras.

E você que está lendo esse texto? Você quer viver essa alegria? Você confia em Deus?
Você não precisa ser diferente de ninguém, basta você saber fazer a diferença!
A juventude católica faz a diferença! O amor de Cristo nos faz Kerigma! É essa a alegria da nossa juventude!


Lucas Faria
Servo da Missão Kerigma

quarta-feira, 30 de julho de 2014

O decálogo de Francisco para sermos felizes

Em entrevista a uma revista argentina, o papa nos propõe 10 ideias como fórmula da felicidade
Viver e deixar os outros viverem. Compartilhar o domingo em família e brincar com as crianças. Esquecer o negativo e doar-se aos outros. Estes são alguns dos conselhos que o papa Francisco nos dá em seu “decálogo” para sermos felizes, publicado pelo repórter Pablo Calvo em sua entrevista ao pontífice para a revista argentina “Viva”.
“Qual é a fórmula da felicidade?”, pergunta o jornalista, que depois conta aos leitores: “O papa não foge da pergunta e, nesta resposta pontual e durante o resto da conversa, ensaia uma receita para sermos felizes. Seguem 10 elementos dessa poção que parece inalcançável, mas que Francisco nos convida a tentar”, apresenta Pablo Calvo.
1. Viva e deixe viver: “Os romanos têm um ditado que poderíamos tomar como ponto de partida: ‘Vá em frente e deixe os outros irem em frente’. Viva e deixe viver, é o primeiro passo da paz e da felicidade”.
2. Doar-se aos outros: “Se você estancar, vai correr o risco de ser egoísta. E a água estancada fica logo estragada”.
3. Mover-se “remansadamente”: “Em ‘Dom Segundo Sombra’ há uma coisa muito bonita, de alguém que relê a sua vida. O protagonista. Diz que, quando era jovem, era um arroio pedregoso que arrastava tudo pela frente; quando adulto, era um rio que corria em frente; e na velhice ele se sentia em movimento, mas lentamente, ‘remansado’. Eu utilizaria esta imagem do poeta e novelista Ricardo Güiraldes, esse último adjetivo, ‘remansado’. A capacidade de mover-se com benevolência e humildade, o remanso da vida. Os idosos têm essa sabedoria, são a memória de um povo. E um povo que não cuida dos seus idosos não tem futuro”.
4. Brincar com as crianças: “O consumismo nos levou a essa ansiedade de perder a cultura sadia do ócio, de ler, de desfrutar da arte. Agora eu atendo pouco em confissão, mas, em Buenos Aires, eu ouvia muitas confissões e quando vinha uma jovem mãe eu perguntava: ‘Quantos filhos você tem? Você brinca com eles?’. E era uma pergunta que elas não esperavam, mas eu dizia que brincar com as crianças é fundamental, é uma cultura sadia. É difícil, os pais vão trabalhar cedo e voltam muitas vezes quando os filhos já estão dormindo. É difícil, mas eles têm que brincar”.
5. Compartilhar os domingos com a família: “Outro dia, em Campobasso, fui a uma reunião entre o mundo da universidade e o mundo operário. Todos pediam o domingo livre. O domingo é para a família”.
6. Ajudar os jovens a conseguir emprego: “Temos que ser criativos com essa faixa etária. Se faltam oportunidades, eles caem na droga. E está muito alto o índice de suicídios entre os jovens sem trabalho. Outro dia eu li, mas não confio porque não é um dado científico, que havia 75 milhões de jovens de até 25 anos desempregados. Não basta dar comida para eles: tem que inventar cursos de um ano de encanador, eletricista, costureiro. É a dignidade que dá o pão para casa”.
7. Cuidar da natureza: “Temos que cuidar da criação e não estamos fazendo isso. É um dos maiores desafios que nós temos”.
8. Esquecer rápido o que é negativo: “A necessidade de falar mal do outro indica uma baixa autoestima: eu me sinto tão abaixo que, em vez de subir, rebaixo o outro. Esquecer rápido o que é negativo é sadio”.
9. Respeitar quem pensa diferente: “Podemos instigar o outro com o testemunho, para que os dois progridam nessa comunicação, mas o pior que pode acontecer é o proselitismo religioso, que paralisa: ‘Eu dialogo contigo para te convencer’. Não. Cada um dialoga a partir da sua identidade. A Igreja cresce por atração, não por proselitismo”.
10. Procurar ativamente a paz: “Estamos vivendo uma época de muita guerra. Na África parecem guerras tribais, mas são mais do que isso. A guerra destrói. E o clamor pela paz tem que ser gritado. A paz, às vezes, dá a ideia de quietude, mas nunca é quietude, é sempre uma paz ativa”.
Fonte: ZENIT

terça-feira, 29 de julho de 2014

Santo do Dia: Santa Marta

Hoje lembramos a vida de Santa Marta, que tem seu testemunho gravado nas Sagradas Escrituras. Padres e teólogos encontram em Marta e sua irmã Maria, a figura da vida ativa (Marta) e contemplativa (Maria). O nome Marta vem do hebraico e significa “senhora”.
No Evangelho, Santa Marta apresenta-se como modelo ativo de quem acolhe: “… Jesus entrou em uma aldeia e uma mulher chamada Marta o recebeu em sua casa” (Lc 10,38).
Esta não foi a única vez, já que é comprovada a grande amizade do Senhor para com Marta e seus irmãos, a ponto de Jesus chorar e reviver o irmão Lázaro.
A tradição nos diz que diante da perseguição dos judeus, Santa Marta, Maria e Lázaro, saíram de Bethânia e tiveram de ir para França, onde se dedicaram à evangelização. Santa Marta é considerada em particular como patrona das cozinheiras e sua devoção teve início na época das Cruzadas.
Santa Marta, rogai por nós!

domingo, 27 de julho de 2014

Seduziste-me, Senhor, e eu me deixei seduzir

Como é maravilhoso o amor de Deus! Palavras não expressam com exatidão a grandiosidade de uma experiência com o Pai. A cada dia que se passa tenho mais certeza de que a realização das pessoas vem do sentir-se amado, seduzido, escolhido por alguém. É do ser humano a vontade de estar com alguém, de se deixar ser amado. Então lanço a pergunta, porque então não se deixar ser seduzido pelo mais belo amor?

O que o mundo e as pessoas têm a nos oferecer são paixões passageiras, que na maioria das vezes nos fere e nos faz reféns do pecado. Já o amor de Deus, nada e ninguém pode abalar, é um amor compromissado, fiel, na medida, sem limites, e que nos faz livres. Deus tenta chamar nossa atenção todos os dias, e também nos convida a segui-lo, porém tem que brotar de nós a vontade de estar perto D’Ele e de ouvir o que Ele quer de nós. Em (Gn 12, 1) o Senhor disse a Abraão: “Deixa tua terra, tua família e a casa de teu pai, e vai para a terra que eu te mostrar.”

Vemos através da palavra, que o chamado é um diálogo entre Deus e a criatura humana, onde temos que ouvir o que Ele nos diz, discernir e dar nossa resposta pessoal.

A medida que nos deixamos habitar no coração de Deus, surge uma inexplicável intimidade com Ele e percebemos que já não é mais a nossa humanidade que age e sim Deus, nos enchendo de carinho e cuidado.

Mesmo quando estamos distantes, ao ouvir-nos a voz de nosso pastor, o nosso coração se abre e se enche de uma sublime alegria, pois percebemos que mesmo que não mereçamos temos um Deus que não desiste de nós, que persiste em nos conquistar.
A palavra seduzir no dicionário, tem o significado de atrair, fascinar, envolver totalmente, e é assim que Deus quer fazer conosco, nos tomar por inteiro, nos amar da maneira como nunca fomos amados, nos deixar fascinados quando estivermos em Tua presença. E Jesus nos quer da maneira que somos e nos encontramos agora, como diz uma música da Comunidade Shalom: “Escolheste-nos Senhor, nós tão fracos, nós tão lentos, mas quiseste-nos assim, quiseste-nos pra Ti.” É Deus o grande sedutor, Aquele que escolhe, porém o Deus em que acreditamos, é um Deus sublime, educado, que só entrará nas nossas vidas e só realizará esta sedução, a partir do momento em que nós deixarmos Ele se achegar e tomar contar do nosso ser.

Sabemos que para nossa humanidade é impossível viver sem amor, o ser humano necessita de cuidados e só Deus tem o maior e melhor amor a ser dado, pois Ele é a verdadeira expressão do que é o amor.

Portanto, assim como João o discípulo amado de Jesus buscou estar na presença do Pai e deixou-se ser seduzido pelo olhar de Jesus que todos nós também busquemos a cada dia estar na presença D’Ele e que sejamos capazes de nos deixar ser seduzidos por este amor, sem medo, para que Deus, com toda sua misericórdia possa realizar em nós os Seus planos.
Juntos até o fim na alegria de ser Missão Resgate!

Um grande abraço…
Letícia Gabrielle

Membro do ministério de musica Mariano Resgate

sexta-feira, 25 de julho de 2014

CONECTADOS: PHN - Por Hoje Não!

Salve Salve Juventude!

Estamos de volta com a coluna Conectados e o assunto é PHN: Por Hoje Não Vou Mais Pecar! Pude participar do acampamento que leva esse nome no último fim de semana na comunidade Canção Nova em Cachoeira Paulista - SP e vivenciar uma experiência única.

PHN não é só o nome de um acampamento, encontro, uma aventura diferente. Vai além disso. E muito além. É um estilo de vida, um acolher no coração, um colocar em prática, uma busca da santidade, encontro diário com Deus. Ao se aventurar no POR HOJE NÃO VOU MAIS PECAR, a luta contínua se faz mais intensa. Lutar contra o pecado é declarar guerra contra o encardido e não se render as mazelas do inimigo. Uma batalha espiritual que travamos e com a graça e a misericórdia de Deus venceremos.

Aí você me pergunta: POR QUE NÃO PECAR SOMENTE HOJE?
Porque o ontem já passou e o amanhã a Deus pertence. A nossa luta deve ser hoje, sem preocupações com o futuro ou dores pelo passado.

Aí você me pergunta: E SE EU CAIR NO PECADO?
Se você cair, LEVANTE-SE! Quando fraquejar diante as tentações e dificuldades, lembre-se da misericórdia infinita do Pai. Deus te perdoa no ato do seu pecado e espera seu arrependimento sincero. Ele quer ver sua batalha, a sua luta, sua insistência contra o pecado.

Aí pra finalizar, você me pergunta: ISSO VALE A PENA?
Eu te respondo com toda certeza: VALE MUITO A PENA, MUITO MESMO! Quando se vence uma batalha, a satisfação e alegria é imensa. Deitar a cabeça no travesseiro a noite com a certeza de que venceu o mal é magnífico.

E aí, vai encarar?

Seja PHN, viva o PHN, espalhe o PHN e verá a ação de Deus na sua vida!
Ou santos ou nada mais devemos e queremos ser!
Coragem Valente Guerreiro! É a santidade que devemos buscar!

Abraços em Cristo Jesus!

Rafael Curto
Servo da Missão Kerigma

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Onde está o “felizes para sempre”?

Você, com certeza, já se deparou com esta expressão ao ler uma história infantil: “E eles foram felizes para sempre…” Para muitas pessoas, a primeira ideia sobre a felicidade veio alicerçada nessa frase. Desde então, almejamos uma vida perfeita, sem problemas, sem medo, sem sofrimento. Sinto muito lhe dizer, mas isso é uma mentira! Sim, uma mentira! Não nos é possível, enquanto vivermos neste mundo, afastarmos de nós sentimentos e situações difíceis. Para ser mais sincero ainda, só é possível sentir a felicidade com tanta intensidade depois de passarmos por dificuldades.

Imagine um atleta correndo a São Silvestre. Ao chegar ao local, vê que não há concorrentes, os quenianos não vieram este ano, não há com quem concorrer. Por falta de competidores, ele recebe o troféu de primeiro lugar. Seja sincero, onde estaria a graça de ganhar assim? Podemos ainda imaginar que alguém tenha lhe dito, antes de a corrida começar, que ele venceria de qualquer jeito. Será que ele se esforçaria? Será que treinaria o ano todo para tentar a vitória? Certamente não.
A vida é uma grande corrida e a felicidade é o nosso prêmio. As dificuldades e as lágrimas são nossos adversários tentando roubar nosso prêmio. Para alcançar a felicidade, precisamos dar o melhor de nós para vencer os obstáculos. Precisamos treinar nosso espírito por meio da oração e da comunhão, treinar o emocional pelo caminho da cura interior e da maturidade, ou seja, precisamos fazer com que a vitória vá, aos poucos, se tornando possível e, assim, eu tenha a chance de alcançar a felicidade.
A alegria de receber o troféu não está em subir no pódio, mas em saber que conseguimos chegar até o fim e vencer. O troféu é apenas um sinal para lembrá-lo da conquista. Mas, diferente do corredor, existe algo essencial para nossa vitória sobre o mal, sobre a tristeza e os sentimentos que nos jogam para baixo: a graça de Deus! Sem ela é impossível vencermos, pois ela é a água que nos nutre e renova nossas forças, ela é o fôlego que tomamos para continuar a correr.
Portanto, podemos concluir que a felicidade é fruto de uma conquista e não de um “passe de mágica”, de “uma varinha de condão” ou de um “estalar de dedos” de um gênio ou fada madrinha. Precisamos deixar de lado o conto de fadas e sermos cristãos. A exemplo de Cristo, enfrentarmos o calvário que nos leva à ressurreição a cada luta do dia a dia. Ele é o Cireneu que nos ajuda no caminhar, em cada passo.

O impossível para Deus é muito fácil, no entanto, Ele não quer fazer sem nós. Junto d’Ele faremos maravilhas e encontraremos sentido e felicidade em cada dia de nossa vida; enfim, o verdadeiro “felizes para sempre”, isto é, a vida eterna, o céu. Onde não haverá mais pranto nem dor; nem tristeza ou derrota.

Alan Ribeiro Fernandes


domingo, 20 de julho de 2014

Quem venceu a Copa?

Venceu a Copa o Japão, quando os japoneses, após seus jogos, saíam sem nenhuma pretensão de serem vistos, a limpar as arquibancadas, catando latinas, papeis, restos de comida e muito lixo, para deixar o ambiente limpo e preparado para outras pessoas. Vencer não é só receber louvores, mas saber ser civilizado e educado em todas as circunstâncias.
Venceu a Copa o Davi Luiz por gestos nobres, sinceros e humanitários quando, por exemplo, abraçou com autenticidade o James, jogador da Colômbia derrotada, como se fosse seu irmão e trocando as camisas, vestiu a camiseta suada do seu adversário sem, nem de longe, considerá-lo inimigo. Vencer não é só vibrar com gols bonitos que fazemos, mas saber distinguir entre competir e derrotar.
Venceu a Copa o mesmo Davi Luiz que, vindo a Juiz de Fora onde mora sua família, não deixa de repartir parte de seus bens com os pobres, levando a certas Paróquias, ofertas em roupa e alimentos para serem repartidas aos menos favorecidos. Não conheço sua família, mas gostaria muito de conhecê-la e abençoá-la. Vencer é ser solidário e comprometido com os que não têm o necessário para viver.
Venceu a Copa o goleiro Julio César que, após salvar o Brasil no jogo com o Chile, defendendo  difíceis pênaltis, chorou de emoção e deu uma lição pacífica e leal aos que o crucificaram no passado. Vencer não é só defender penalidades que a vida, às vezes, nos apresenta, mas perdoar os ataques que, às vezes, ela nos traz.
Venceu a Copa o goleiro reserva, Vitor, que foi a Júlio Cesar após as defesas fantásticas dos mencionados pênaltis, apresentou-lhe o sinal de sua fé e entregou-lhe um tercinho de Nossa Senhora que o goleiro titular depositou ao pé da trave, como sinal de agradecimento a Deus e a sua Mãe Santíssima. Vencer é saber dar lugar principal a Deus em nossos corações.
Venceu a Copa o Felipão que convocava os jogadores para a oração, vivendo autenticamente sua fé católica sem ferir os que professam outros credos, sabendo que a oração é importante em qualquer profissão e em qualquer situação, seja nos momentos de alegria, seja nas derrotas, não para exigir de Deus vitórias, mas para dar a Deus agradecimentos por todos os benefícios recebidos  sem nossos merecimentos. Vencer não é só acumular sucessos esportivos, passageiros, mas também pensar no que é eterno. É saber que a vida não pode ser reduzida a competições deste mundo, pois há um Deus diante do qual, queiramos ou não, um dia vamos comparecer, para prestar conta de nossos atos, quando receberemos o quinhão do bem que praticamos e da fé que vivenciamos.
Venceu a Copa o Neymar que mesmo contundido por incompreensível agressão, não disse uma palavra contra o agressor, mas deu notas de que o perdoava e demonstrou que continua animado para vencer e representar o Brasil em outros campeonatos. Vencer não é só chegar vitorioso ao fim de uma corrida, mas saber acolher, com paz, os imprevistos da estrada e recomeçar.
Venceu a Copa, a mãe do Willian que, aos cinco meses de gravidez quase o perdera, mas não pensou em abortar, e, pelo contrário, pediu a proteção de Deus através de Maria Santíssima e, obtendo a graça, o consagrou a Nossa Senhora Aparecida, escolhendo-a para sua madrinha de Batismo. Por este gesto, Deus a agraciou, fazendo de seu filho um dos melhores jogadores do mundo.
Venceu a Copa quem termina este período de torcidas, emoções, vitórias e derrotas, reiniciando a vida sem se esquecer de lutar contra todos os desafios sociais e políticos que ameacem a ética, a dignidade humana, o direito à religião, e a vida como dom sagrado.
Venceu a copa quem não se desesperou com derrotas clamorosas como a de 7 a 1, totalmente inesperada por todos, e ergueu a cabeça para continuar a vida com disposição confiante em Deus e  disposto a construir um mundo melhor para todas as raças e nações.
Venceu a Copa a Alemanha, não só pelo suficiente gol final de 1 a 0 com o qual conquistou, com muito mérito, o tetra, mas também porque soube dar sentido humanitário à sua participação, deixando numerário suficiente para  compra de uma ambulância e oferecendo o hotel de sua propriedade para a carente cidade de Cabrália, além de outras iniciativas beneméritas.
Se você venceu, erga a taça da vitória, celebre com abraços ao seu próximo e cante a Deus louvores! Nascemos para vencer unidos como irmãos! Para quem crê, as derrotas podem se transformar em grandes vitória!


Dom Gil Antônio Moreira

Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora

quinta-feira, 17 de julho de 2014

"Jovem, o mundo não vai curar sua dor"

Olá! Pra você que não me conhece, sou Lucas Faria tenho 18 anos e sou servo da Missão Kerigma. Hoje eu escrevi foi pra você que está passando por uma fase conturbada.

"Provai, e vede que o Senhor é bom; feliz é o homem que nele se refugia". (Salmos 34.8)

E quando tudo parece dar errado? Quando nos encontramos desanimados, abalados, humilhados, cansados, enfim, aquele momento em que pensamos "não aguento mais". Sim meu irmão, você já passou por isso, e se não passou, um dia passará. É praticamente lei da vida, somos jovens afinal, por menores que sejam nós ainda temos os nossos problemas, nós ainda temos as nossas "fases".

Só que o maior erro de muitos jovens é que quando chegam essas "fases ruins" muitos tentam curar a dor no mundo: drogas, bebedeiras, prostituição, violência, é aí em que nós perdemos muitos jovens. Devido a fases, entram nessa pensando que isso vai curar a dor. Tolos! Não adianta querer preencher um vazio que continuará ainda mais vazio, não adianta querer varrer a sujeira pra debaixo do tapete, meu querido: O MUNDO NÃO VAI CURAR A SUA DOR. Isso tudo que ele lhe oferece é uma alegria mínima e passageira, deve ser muito bom na hora, mas e depois? Você vai ter um encontro pessoal é com o tinhoso.

Jovem alegra-te na tua juventude, e quando essa "fase ruim" chegar não se maltrate , entrega pra Deus que Ele sabe o que faz, rasgue o seu coração, coloque tudo nos pés do Senhor, sim, Ele já sabe o que você está passando e sabe o que você precisa, mas no tempo d'Ele a graça acontece, só ele pode sarar as nossas feridas, não se desespere, o Espirito Santo é o nosso melhor amigo, e qual é o papel de um melhor amigo? Nos abraçar na dor, não é verdade? Basta colocar Deus no início de tudo, que do final Ele cuidará.

Fazemos então uma pequena oração de Santa Tereza D’ávila , com o coração aberto e cabeça fria. Reflita:

“Nada te perturbe.
Nada te espante.
Tudo passa.
A paciência tudo alcança.
Nada me perturbe.
Nada me espante.
A quem tem Deus nada falta.
Só Deus basta.
Amém.”


Um fraternal abraço a todos, que a paz de Jesus esteja sempre com você, até semana que vem!


domingo, 13 de julho de 2014

Superando os desafios

Há fases em nossa vida que somos impulsionados a nos lançar, verdadeiramente, nos braços misericordiosos e amorosos de Deus. Neste mundo em que vivemos, sempre haverá situações nas quais não teremos a solução pronta ou, muitas vezes, ela não estará ao nosso alcance. Quando isso acontece, automaticamente, surge um desafio a ser superado.

É natural do ser humano sentir vontade de recuar quando se vê frente a frente com algo que ainda é incerto, que lhe causa uma grande insegurança interior. Na maioria das vezes, o pensamento negativo acaba tomando conta de nossa mente, dando espaço a um sentimento de desânimo, angústia, aflição e medo.


Precisamos mudar a mentalidade de que os desafios existem para atormenta nossa vida; muito pelo contrário, o mundo necessita de pessoas que, mesmo em meio às lutas e dificuldades, saibam que existe um Deus que é o Mestre de sua vida e, por esse motivo, não se deixam desanimar. Com certeza, essa não é uma tarefa fácil, mas se a praticarmos, teremos uma vida mais tranquila, nosso coração estará mais em paz e, consequentemente, seremos mais felizes.

Nossa vida pertence a Deus, Ele é o nosso Criador! Sendo assim, precisamos deixar todas as nossas preocupações, os nossos sonhos, o nosso passado, o nosso presente e o nosso futuro nas mãos d’Aquele que sabe o que é o melhor para nós e que tudo pode realizar! Não podemos deixar que o medo nos paralise; devemos enfrentar, com alegria e coragem, todos os acontecimentos de nossas vidas. Mesmo quando estamos passando por uma grande tribulação e parece que nada está dando certo, nosso Deus sempre estará nos dando forças para ultrapassar as provas da vida.

A vida é uma luta, mas, muitas vezes, passamos por ela sem aprender a lutar. Que, a cada dia, possamos aprender a não olhar as lutas como sinônimo de tristeza, mas, sim, nos aproximarmos mais de Deus para que tenhamos coragem e sabedoria para lutar com amor, alegria, esperança e perseverança, pois esta vida é passageira, nosso lugar é o Céu, onde seremos plenamente felizes ao lado de Deus.

Que Deus os abençoe!

Bárbara Sparapan

sábado, 12 de julho de 2014

Escutar, confiar e responder à voz do Mestre

Não podemos esperar ouvir a voz de Deus como uma pessoa que fala ao nosso ouvido emitindo um som audível. Para ouvir Sua voz é necessário silenciar-se, entrar em oração e ser sensível às moções do Espírito. Deus fala conosco através de uma palavra na Bíblia, através de um irmão em uma partilha, e de diversas e infinitas maneiras. Mas muitas das vezes, Deus nos fala no silêncio, na paz de estar em sua presença.

A certeza que temos de que o que está em nosso coração em um momento de oração é realmente a voz de Deus é a paz que Ele nos dá. Devemos aprender a ouvir Deus não com os ouvidos, mas com o coração. Pois é do coração de Deus que vem toda a paz para o nosso coração. E é em nossos corações que Ele habita.

Quando o sentimento de paz, serenidade e conforto vem acompanhado de uma vontade, um pensamento ou até mesmo de um sinal que acreditamos ser de Deus, desde que estejamos em oração, podemos confiar que ali é a voz de Deus para nós. É Ele quem está utilizando de seus meios para se comunicar conosco, para nos dizer algo. Mas ainda sim nós, com nossa humanidade que muitas vezes nos impede de viver a graça de Deus, deixamos que certos sinais de Deus passem despercebidos. Por isto devemos nos recolher e entrar no mais íntimo de nosso ser, para que possamos criar um “isolamento”, onde somente quem pode ultrapassar é Deus. É ali que vamos viver a intimidade com Ele, e estaremos aptos a ouvir sua voz, perceber seus sinais e responder ao Seu chamado ou àquilo que Ele quer de nós.

Devemos ter Deus como o nosso melhor amigo. É somente com meu melhor amigo que eu posso contar todas as horas, e que na maioria das vezes, eu posso contar a ele aquilo que ninguém mais sabe, meus segredos. Você tem segredos com Deus? Se ainda não tiver, comece a ter, pois somente Ele e mais ninguém, além de guardá-lo, vai te ajudar sempre a preservar este segredo seguro.

Assim como confiamos em nossos amigos, a ponto de contar nossas situações mais íntimas e deixá-los fazer parte de nossos segredos e muitas vezes nos ajudar quando necessitamos, com Deus não é diferente. Ele está sempre de ouvidos colados em nosso coração. Mesmo que não falamos, Ele sabe tudo o que está se passando, e sempre está disposto a nos ajudar. E assim como um amigo íntimo, que podemos ouvir, confiar e seguir seus conselhos, Deus se coloca como este amigo para nós. Porque além de ser nosso maior amigo, Ele é nosso Pai, nosso criador. E assim como um pai quer o melhor para seu filho, Deus quer o melhor para Seus filhos também. É aí que Ele nos dá meios para que possamos seguir e responder à Sua voz.

Infelizmente, muitas vezes, nos fechamos em nós mesmos e não deixamos o espaço de Deus livre para Ele entrar e habitar dentro de nós. Assim não conseguimos ouvir Sua voz. E buscamos respostas onde não podem ser encontradas. Não deixar Deus agir é como querer ouvir Sua voz e ao mesmo tempo tapar os ouvidos. Deus chega a gritar, mas nós nunca O escutamos, pois estamos tapando nossos ouvidos espirituais com a auto-suficiência, a arrogância, o medo de confiar nEle, o pecado…

Para poder responder à voz de Deus, é necessário ouvirmos e confiarmos naquilo que Ele coloca em nossos corações. Devemos estar abertos ao que Ele tem a nos dizer para podermos responder. E se não respondermos devidamente à Sua voz, o resultado pode não ser bom, e a felicidade que tanto almejamos, pode se tornar uma frustrante busca de algo que nunca vamos encontrar.

Vamos ouvir à voz do mestre?


quinta-feira, 10 de julho de 2014

É tempo de agradecer

Já parou pra pensar que reclamamos de tudo? Já parou pra pensar que quanto mais a gente reclama pior a situação fica? Já parou pra pensar que a reclamação é uma oração pro diabo? Já parou de reclamar? Beleza!

Por que darmos ao encardido esse gostinho? Será que é tão difícil agradecer? Problemas na vida?  Todos nós temos. Tribulações? Sempre haverá. Aquele dia que dá tudo errado... vish, meu amigo, não é só você que passa por isso. Se fosse, a gente até daria um jeito. A vontade de reclamar por tais situações fala mais alto sim, e pior são aqueles que colocam a culpa em Deus. Cuidado para não tomar decisões em sua preferência e depois, ao dar tudo errado, cham-á-las de direção de Deus...

Deus não castiga, Ele não se vinga. Nós é que nos afastamos dele, seguimos outros caminhos, preferimos a porta larga do mundo do que a porta estreita que nos leva a Deus. E é nessa vida mundana que tudo desaba, os problemas começam a aparecer, aí já sabe: é hora de reclamar. Tem gente que fica o dia inteiro remoendo aquilo, e sabe quem fica satisfeito? É esse aí mesmo que você pensou. Não gosto nem de mencionar... Vade-retro....

Vamos colocar as nossas vidas nas mãos do Senhor, vamos louva-lo por tudo,  inclusive pelas dificuldades que passamos no cotidiano. O amor de Deus por nós é muito maior do que os nossos problemas. Devemos agradecer as coisas boas e conservá-las, mas também as coisas ruins, que nos serve de lição, agradecendo por cada tempestade acalmada, e ao fim vocês vão perceber como tudo se ajeita.

Deus sabe exatamente do que você precisa. Em suas orações não peça, mas agradeça. É essa a mensagem que eu quero deixar pra vocês nesta semana. Façam esse exercício.

Um fraternal abraço a todos, fiquem com Deus e até domingo as 19:30h na Igrejinha das Mercês – Cantinho da Juventude.
Espero você lá!


#VemComAGente #VemPraCristo

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Que tipo de “ferro” nós somos?

“Meu filho, não desprezes a educação do Senhor, não desanimes quando Ele te corrige; pois o Senhor educa a quem ama… é para a vossa educação que sofreis”.(Hb 12,6-7)
Existia na cidade um ferreiro que depois de uma juventude cheia de erros, de farras, até de roubos, encontrou Deus e mudou de vida, não quis mais fazer coisas erradas. Durante muitos anos trabalhou com capricho, praticou a caridade, ajudou muita gente, mas apesar de tudo isso parecia que nada dava certo na sua vida. Estava com muitas dívidas e outros problemas na sua família.
Uma bela tarde, um amigo que o visitou – e que tinha dó dele com os seus problemas, disse para ele: “É realmente estranho que, justamente depois que você resolveu se tornar um homem de Deus, sua vida começou a piorar. Eu não quero enfraquecer sua fé, mas apesar de toda a sua crença em Deus, nada tem melhorado para você; será que não é melhor esquecer esse Deus?”

O ferreiro não respondeu. Ele já havia pensado nisso, sem entender o que acontecia em sua vida. Até que encontrou a resposta. E disse para o amigo sem fé em Deus: “Eu recebo nesta oficina o aço ainda não trabalhado e preciso transformá-lo em espadas, ferraduras, foices, enxadas, etc.. Você sabe como isto é feito? Primeiro eu aqueço a chapa de aço num calor infernal, até que fique vermelha. Em seguida, sem qualquer piedade, eu pego o martelo mais pesado e aplico golpes até que a peça adquira a forma desejada. Logo, ela é mergulhada num balde de água fria e a oficina inteira se enche com o barulho do vapor, enquanto a peça estala e grita por causa da mudança de temperatura”.

Tenho que repetir esse processo até conseguir a espada perfeita: uma vez apenas não é suficiente. O ferreiro fez uma longa pausa, e continuou: “Às vezes, o aço que chega até minhas mãos não consegue aguentar esse tratamento. O calor, as marteladas e a água fria terminam por enchê-lo de rachaduras. E eu sei que jamais se transformará numa boa lâmina de espada. Então, eu o coloco no monte de ferro-velho que você viu na entrada de minha ferraria”. Mais uma pausa e o ferreiro concluiu: “Sei que Deus está me colocando no fogo das aflições. Tenho aceitado as marteladas que a vida me deu, e às vezes sinto-me tão frio e insensível como a água que faz sofrer o aço. Mas a única coisa que peço é: “Meu Deus, não desista, até que eu consiga tomar a forma que o Senhor espera de mim. Tente da maneira que achar melhor, e pelo tempo que quiser – mas jamais me coloque no monte de ferro-velho das almas”.

domingo, 6 de julho de 2014

A Necessária Fadiga do Início!

Tudo no início parece difícil e complicado. Mas, aos poucos, vão se delineando os contornos e os perfis de cada personagem e suas competências e tarefas. O Bispo, o Vigário Geral, o Coordenador Diocesano de Pastoral, eis os novos personagens e agentes que estamos buscando construir para nossa Igreja diocesana.

O Bispo ainda não aprendeu a administrar o tempo entre reuniões, atendimentos, solicitações, visitas, respostas de correspondências (cartas da nunciatura, das congregações de Roma, de instituições daqui, de pessoas, de aclamantes e reclamantes, e-mails, etc). Há tarefas que quereríamos executar logo, mas o logo também exige tempo: reestruturar o conselho diocesano de pastoral e o conselho presbiteral, eleger os novos vigários forâneos, construir o novo modelo de coordenação de pastoral, agora sob os cuidados de um padre, construir as necessárias mudanças e ajustes. Isso vai demandar tempo e paciência, do bispo e de quem o procure. Algumas situações vão exigir inversão da ordem de prioridades, cancelamentos disso para atender àquilo. E assim vamos adiante! Todos, ou muitos, querem o bispo ao mesmo tempo e para situações sempre urgentes (pelo menos na visão de quem o procura!). “Há um momento oportuno, um tempo certo para tudo debaixo do céu” (Ecl 3,1). Haveremos de atender a todas as demandas, mas numa ordem humanamente possível ao bispo e cronologicamente possível ao relógio. “A paciência tudo alcança”, ensina Santa Teresa d’Ávila.

O Vigário Geral é outro personagem que vai tomando a cena no palco na nossa vida diocesana. Pe. Paulo Sérgio é o escolhido. Homem bom e manso, acessível e escutador, próximo e sensato. Ele, por missão, é um terceiro ouvido do bispo e um parceiro importante na relação do bispo com o clero, as comunidades e as pessoas. Ele terá suas tarefas próprias, internas, administrativas, burocráticas, mas também aquelas pastorais, litúrgicas e “paternas”, como as do bispo. É “ordinário sem caráter” (designação que não soa bem, mas que se compreende bem!), e deverá encarnar,  verdadeiramente, o coração do bispo. Ele será um bom mediador entre o bispo e todas as instâncias e pessoas da diocese. Para ele, também, isso é novo. É algo a ser construído, experimentado, formatado. Na letra é mais fácil que na cabeça e no coração! Ele nos será um precioso colaborador.

O Coordenador Diocesano de Pastoral é o terceiro personagem. Pe. Emerson, que no silêncio generoso e doído da boa paróquia de São Sebastião, de Nova Serrana, foi entregue a esta nova missão. Não foi o bispo quem o escolheu e tirou do seu chão pastoral, mas foi uma escolha colegial. Os irmãos padres o escolheram para esta tarefa tão importante. Depois de um fecundo e fatigante trabalho realizado pelo querido leigo Carlos Roberto, a quem agradecemos de todo o coração, agora é um sacerdote que toma este lugar e esta missão. Sem abandonar o chão pastoral e paroquial, pois ele será vigário da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Divinópolis, Pe. Emerson assume a missão de nos ajudar a construir a Igreja que precisamos, o “novo” que nosso tempo e nosso Papa pedem de nós, a responder às grandes urgências pastorais e evangelizadoras da nossa diocese, a nos sintonizar pastoralmente com as diretrizes para a Igreja no Brasil. E isso será feito de modo colegial e dialogal, consciente e eficiente. Não dependerá exclusivamente dele o sucesso desta empreitada, mas de todos: do bispo, dos padres, dos leigos e leigas, das comunidades religiosas, das novas comunidades, de todo o corpo eclesial da Diocese.

Esperanças e vontades positivas não faltam. Vigor e criatividade também não. Só não avançaremos se não quisermos. Uns apoiando e estimulando os outros. Às vezes, os padres estimulando as comunidades; às vezes, as comunidades e lideranças estimulando os padres. Não importa de quem seja a iniciativa. O que importa é que ninguém fique de fora da missão de fazer com que nossa Igreja dê os frutos que “esta hora” exige e espera dela. Ninguém tem o direito de, como no dizer paulino, “estar muito ocupado em não fazer nada” (cf. 2Ts 3,11), nem de emperrar o processo de avanço, de renovação, de encarnação da nossa Igreja diocesana neste chão e neste tempo!

A todos abençoo, pedindo também que fecundem com muitas preces meu ministério, em favor desta Igreja.

José Carlos, Bispo da Igreja que está na Diocese de Divinópolis.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Milagre: Quanto Custa um Milagre?

Uma garotinha esperta de apenas seis anos de idade, ouviu seus pais conversando sobre André, seu irmãozinho mais novo. Ele estava muito doente e estavam completamente sem dinheiro. Somente uma intervenção cirúrgica muito cara poderia salvar o garoto, e não havia ninguém que pudesse emprestar-lhes dinheiro. A menina ouviu seu pai dizer à sua mãe chorosa, com um sussurro desesperado:

- Somente um milagre poderá salvá-lo.

Ela foi ao seu quarto e contou as moedas que tinha escondidas no armário. Saiu devagarzinho pela porta dos fundos e andou cinco quarteirões até chegar à farmácia. Esperou pacientemente que o farmacêutico a visse e lhe desse atenção, mas ele estava muito ocupado no momento conversando com alguém. Finalmente foi atendida!

- O que você quer? – perguntou o farmacêutico com voz aborrecida. – Estou conversando com meu irmão que chegou de viagem e que não vejo há séculos – disse ele sem esperar resposta.

- Bem, eu quero lhe falar sobre meu irmão – respondeu a menina. – Ele está muito doente… E eu quero comprar um milagre.

- Como? – balbuciou o farmacêutico admirado.

- Ele se chama André e está com alguma coisa muito ruim crescendo dentro de sua cabeça e papai disse que só um milagre poderá salvá-lo. E é por isso que eu estou aqui. Então, quanto custa um milagre?

- Não vendemos milagres aqui, garotinha. Desculpe, mas não posso ajudá-la – respondeu o farmacêutico, com um tom mais suave.

- Escute, eu tenho o dinheiro para pagar. Se não for suficiente, conseguirei o resto. Por favor, diga-me quanto custa, insistiu a pequena.

O irmão do farmacêutico era um homem gentil. Deu um passo a frente e perguntou à menina:
- Que tipo de milagre seu irmão precisa?

- Não sei – respondeu ela, levantando os olhos para ele. – Só sei que ele está muito mal e mamãe diz que precisa ser operado. Como papai não pode pagar, quero usar meu dinheiro.

- Quanto você tem? – perguntou o irmão do farmacêutico.

- Um dólar e onze centavos – respondeu a menina num sussurro. – É tudo que tenho, mas posso conseguir mais se for preciso.

- Puxa, que coincidência! – sorriu o homem. – Um dólar e onze centavos! Exatamente o preço de um milagre para irmãozinhos. Leve-me até sua casa. Quero ver seu irmão e conhecer seus pais. Quero ver se tenho o tipo de milagre que você precisa.

Aquele senhor gentil era um cirurgião, especializado em Neurocirurgia. A operação foi feita com sucesso e sem custos. Alguns meses depois André estava em casa novamente, recuperado. A mãe e o pai comentavam alegremente sobre a seqüência de acontecimentos ocorridos.

- A cirurgia – murmurou a mãe – foi um milagre real. Gostaria de saber quanto custou!

A menina sorriu. Ela sabia exatamente quanto custa um milagre… Um dólar e onze centavos…

Mais a fé de uma garotinha…

Rodrigo Sá

terça-feira, 1 de julho de 2014

A barca de Jesus

Evangelho (Mt 8,23-27)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 23Jesus entrou na barca, e seus discípulos o acompanharam. 24E eis que houve uma grande tempestade no mar, de modo que a barca estava sendo coberta pelas ondas. Jesus, porém, dormia.
25Os discípulos aproximaram-se e o acordaram, dizendo: “Senhor, salva-nos, pois estamos perecendo!” 26Jesus respondeu: “Por que tendes tanto medo, homens fracos na fé?” Então, levantando-se, ameaçou os ventos e o mar, e fez-se uma grande calmaria.
27Os homens ficaram admirados e diziam: “Quem é este homem, que até os ventos e o mar lhe obedecem?”


— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

Na travessia de Jesus com os discípulos é um símbolo da nossa existência. A barca lembra a comunidade, na qual ele esta conosco. Enfrenta dificuldades, calmarias, tempestades. Mais cedo ou mais tarde, todo o barco vai a pique. E a morte. Como diz o povo, é a única certeza, a coisa mais certa que Deus deixou. 

Ao longo da travessia, dois sentimentos opostos brigam pelo comando. São o medo e a confiança. O medo bloqueia o coração humano; a confiança o estimula a caminhar. Cabe a nós favorecer a confiança e controlar o medo. Se o medo provém da consciência da nossa limitação, a confiança vem da consciência de que Deus é Pai e se pode contar com Ele.

As situações-limetes mostram nossa limitação, mas também estimulam o crescimento, especialmente da fé. É nos momentos de crise que a fé mostra a cara ou tira o corpo fora. Se revela, vai-nos preparando para a última crise, a morte; se foge em retirada e nos abandona nos braços do medo, não nos ajuda a viver uma vida livre e serena nem agora nem  na hora da nossa morte.

Uma fé que não faz as contas com a morte não está à altura da verdade do ser humano, que não é só “imagem” de Deus, mas também “húmus” do chão. Se não serve para a morte, muito menos para a vida. A morte se torna um tirano, que governa retroativamente a vida. Para se chegarão outro lado com a Vida, é preciso exorcizar o medo do mar, do abismo e da morte. É o que faz Jesus na barca: encostou a cabeça no “travesseiro” duro da barca e dormiu. Ele dorme e acorda, morre e ressuscita, para derrubar o muro que separa a nossa realidade de morte do seu (e do nosso) desejo de vida!

Trata-se, no fundo, de uma cena batismal. O batismo é a imersão (mergulho) e emersão (vir á tona). Morremos para ressuscitar. Somos mergulhados na morte para ressuscitarmos para a vida. O batismo não é apenas um momento, um gesto cumprido na vasca do batistério. O batismo é a aventura de toda a vida - 20,30,50,70,90 anos – e de toda uma história, pessoal comunitária e social. Se vivemos de fé, o batismo deve mergulhar-nos sempre mais no Senhor, até quando Ele nos faça, finalmente, entrar com Ele, que “dorme” na sua própria morte, para dela sair com a sua própria vida (Rm 6, 1-11)

Jesus é aquele a quem o vento e o mar obedecem. Ele “dormiu” conosco para “acordar” para nós. Seu sono é a confiança de quem pousa a cabeça ( como o “ discípulo amado” de João) no colo do Pai. Graças à sua fé, Ele acorda pelo poder de Deus, Senhor de tudo e de todos. Podemos repousar a cabeça no seu colo também, pois ele é o Senhor que nos salva. Ele, porém, não nos salva “da” morte, não o fez nem em favor de si mesmo, mas “na’ morte, fazendo-nos desabrochar nele para a plenitude da Vida. 

Fonte: Revista:
O Pão Nosso de Cada Dia