sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Santo do dia: São João Bosco


Nasceu perto de Turim, na Itália, em 1815. Muito cedo conheceu o que significava a palavra sofrimento, pois perdeu o pai tendo apenas 2 anos. Sofreu incompreensões por causa de um irmão muito violento que teve. Dom Bosco quis ser sacerdote, mas sua mãe o alertava: “Se você quer ser padre para ser rico, eu não vou visitá-lo, porque nasci na pobreza e quero morrer nela”.

Logo, Dom Bosco foi crescendo diante do testemunho de sua mãe Margarida, uma mulher de oração e discernimento. Ele teve que sair muito cedo de casa, mas aquele seu desejo de ser padre o acompanhou. Com 26 anos de idade, ele recebeu a graça da ordenação sacerdotal. Um homem carismático, Dom Bosco sofreu. Desde cedo, ele foi visitado por sonhos proféticos que só vieram a se realizar ao longo dos anos. Um homem sensível, de caridade com os jovens, se fez tudo para todos. Dom Bosco foi ao encontro da necessidade e da realidade daqueles jovens que não tinham onde viver, necessitavam de uma nova evangelização, de acolhimento. Um sacerdote corajoso, mas muito incompreendido. Foi chamado de louco por muitos devido à sua ousadia e à sua docilidade ao Divino Espírito Santo.

Dom Bosco, criador dos oratórios. Catequeses e orientações profissionais foram surgindo para os jovens. Enfim, Dom Bosco era um homem voltado para o céu e, por isso, enraizado com o sofrimento humano, especialmente, dos jovens. Grande devoto da Santíssima Virgem Auxiliadora, foi um homem de trabalho e oração. Exemplo para os jovens, foi pai e mestre, como encontramos citado na liturgia de hoje. São João Bosco foi modelo, mas também soube observar tantos outros exemplos. Fundou a Congregação dos Salesianos dedicada à proteção de São Francisco de Sales, que foi o santo da mansidão. Isso que Dom Bosco foi também para aqueles jovens e para muitos, inclusive aqueles que não o compreendiam.

Para a Missão Kerigma, para a Igreja e para todos nós, é um grande intercessor, porque viveu a intimidade com Nosso Senhor. Homem orante, de um trabalho santificado, em tudo viveu a inspiração de Deus. Deixou uma grande família, um grande exemplo de como viver na graça, fiel a Nosso Senhor Jesus Cristo.

Em 31 de janeiro de 1888, tendo se desgastado por amor a Deus e pela salvação das almas, ele partiu. Mas está conosco no seu testemunho e na sua intercessão.


quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

O que é a Lectio Divina?

A Lectio Divina vem do latim e tem como significado, “leitura divina”, “leitura espiritual” ou ainda “leitura orante da Bíblia”, é um alimento necessário para a nossa vida espiritual. A partir desta oração, conscientes do plano de Deus e a sua vontade, pode-se produzir os frutos espirituais necessários para a salvação. A Lectio Divina é deixar-se envolver pelo plano da Salvação de Deus. Os princípios da Lectio Divina foram expressos por volta do ano 220 e praticados por monges católicos, especialmente as regras monásticas dos santos: Pacômio, Agostinho, Basílio e Bento. Santa Terezinha Do Menino Jesus dizia, em período de aridez espiritual, que quando os livros espirituais não lhe diziam mais nada, ela busca no Evangelho o alimento de sua alma.
 
A Lectio Divina tradicionalmente é uma oração individual, porém, pode-se fazê-la em grupo. O importante é rezar com a Palavra de Deus lembrando o que dizem os bispos no Concílio Vaticano II, relembrando a mais antiga tradição católica, que conhecer a Sagrada Escritura é conhecer o próprio Cristo. Monges diziam que a Lectio Divina é a escada espiritual dos monges, mas é também de todo o cristão. O Papa Bento XVI fez a seguinte observação num discurso de 2005: “Eu gostaria, em especial recordar e recomendar a antiga tradição da Lectio Divina, a leitura assídua da Sagrada Escritura, acompanhada da oração que traz um diálogo íntimo em que a leitura, se escuta Deus que fala e, rezando, responde-lhe com confiança a abertura do coração”.
 
O Concílio Vaticano II, em seu decreto Dei Verbum 25, ratificou e promoveu com todo o peso de sua autoridade, a restauração da Lectio Divina, que teve um período de esquecimento por vários séculos na Igreja. O Concílio exorta igualmente, com ardor e insistência, a todos os fiéis cristãos, especialmente aos religiosos, que, pela freqüente leitura das divinas Escrituras, alcancem esse bem supremo: o conhecimento de Jesus Cristo (Fl 3,8). Porquanto “ignorar as Escrituras é ignorar a Cristo” (São Jerônimo, Comm. In Is., prol).
 
A prática cristã ancestral de Oração Centrante tem suas raízes e é alimentada pela oração de escuta da Palavra de Deus na Sagrada Escritura, especialmente nos Evangelhos e Salmos. Por isso, faço este convite a você que ainda não faz a Lectio Divina para ter este profundo alimento espiritual e quem faz   desejo os votos de perseverança. A Lectio Divina possui os seguintes passos: comece invocando o Espírito Santo fazendo esta oração: “Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor. – Enviai o vosso Espírito, e tudo será criado; e renovareis a face da terra. Ó Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com as luzes do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas e gozemos sempre da sua consolação. Por Cristo Senhor nosso. Amém”. A Lectio possui quatro passos: 1- Lectio (Leitura); 2- Meditatio (Meditação); 3- Oratio (Oração) e 4- Contemplatio (Contemplação).
 
Quanto à leitura, Leia, com calma e atenção, um pequeno trecho da Sagrada Escritura (aconselha-se que nas primeiras vezes utilize-se os textos dos Evangelhos). Leia o texto quantas vezes forem necessárias. Procure identificar as coisas importantes desta perícope: o ambiente, os personagens, os diálogos, as imagens usadas, as ações. É importante que identificar tudo com calma e atenção, como se estivesse vendo a cena. A leitura é o estudo assíduo das Escrituras, feito com aplicação de espírito. À leitura, eu escuto: “Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus” (Mt 5,8). Eis uma palavra curta, mas cheia de suaves sentidos para o repasto da alma. Ela oferece como que um cacho de uva. A alma, depois de o examinar com cuidado, diz em si mesma:Pode haver aqui algum bem, voltarei ao meu coração e tentarei, se possível, entender encontrar esta pureza. Pois é preciosa e desejável tal coisa, cujos possuidores são ditos bem-aventurados, e à qual se compromete a visão de Deus, que é a vida eterna, e que é louvada por tantos testemunhos da Sagrada Escritura. Eis uma palavra curta, mas cheia de suaves sentidos para o repasto da alma. Ela oferece como que um cacho de uva. A alma, depois de o examinar com cuidado, diz em si mesma: Pode haver aqui algum bem, voltarei ao meu coração e tentarei, se possível, entender encontrar esta pureza. Pois é preciosa e desejável tal coisa, cujos possuidores são ditos bem-aventurados, e à qual se compromete a visão de Deus, que é a vida eterna, e que é louvada por tantos testemunhos da Sagrada Escritura.
 
Quanto à Meditatio, começa, então, diligente meditação. Ela não se detém no exterior, não pára na superfície, apóia o pé mais profundamente, penetra no interior, perscruta cada aspecto. Considera atenta que não se disse: Bem-aventurados os puros de corpo, mas, sim, “os puros de coração”. Pois não basta ter as mãos inocentes de más obras, se não estivermos, no espírito, purificados de pensamentos depravados. Isso o profeta confirma por sua autoridade, ao dizer: Quem subirá o monte do Senhor? Ou quem estará de pé no seu santuário? Aquele que for inocente nas mãos e de coração puro (Sl 24,3-4). Depois de ter refletido sobre esses pontos e outros semelhantes no que toca à pureza do coração, a meditação começa a pensar no prêmio: Como seria glorioso e deleitável ver a face desejada do Senhor, mais bela do que a de todos os homens (Sl 45,3), não mais tendo a aparência como que o revestiu sua mão, mas envergando a estola da imortalidade, e coroado com o diadema que seu Pai lhe deu no dia da ressurreição e de glória, o dia que o Senhor fez (Sl 118,24).
 
Quanto à Oratio, toda boa meditação desemboca naturalmente na oração. É o momento de responder a Deus após havê-lo escutado. Esta oração é um momento muito pessoal que diz respeito apenas à pessoa e Deus. Não se preocupe em preparar palavras, fale o que vai no coração depois da meditação: se for louvor, louve; se for pedido de perdão, peça perdão; se for necessidade de maior clareza, peça a luz divina; se for cansaço e aridez, peça os dons da fé e esperança. Enfim, os momentos anteriores, se feitos com atenção e vontade, determinarão esta oração da qual nasce o compromisso de estar com Deus e fazer a sua vontade. Vendo, pois, a alma que não pode por si mesma atingir a desejada doçura de conhecimento e da experiência, e que quanto mais se aproxima do fundo do coração (Sl 64,7), tanto mais distante é Deus (cf. Sl 64,8), ela se humilha e se refugia na oração. E diz: Senhor, que não és contemplado senão pelos corações puros, eu procuro, pela leitura e pela meditação, qual é, e como poder ser adquirida a verdadeira doçura do coração, a fim de por ela conhecer-te, ao menos um pouco.
 
Quanto ao último passo à Contemplatio, Desta etapa a pessoa não é dona. É um momento que pertence a Deus e sua presença misteriosa, sim, mas sempre presença. É um momento no qual se permanece em silêncio diante de Deus. Se ele o conduzirá à contemplação, louvado seja Deus! Se ele lhe dará apenas a tranqüilidade de uns momentos de paz e silêncio, louvado seja Deus! Se para você será um momento de esforço para ficar na presença de Deus, louvado seja Deus!
 
Portanto, diante deste patrimônio da nossa Igreja que é este método de Oração da Lectio Divina, desejo a todos que ao lerem este artigo comecem a tomar gosto pela Leitura Orante da Palavra de Deus, pois, nós sabemos que a oração é um dos alimentos da alma que obtemos forças para enfrentar tantas adversidades em nossa caminhada. Que Deus os abençõe nesta nova etapa espiritual.



Pe. Jair Cardoso Alves Neto (Arquidiocese de Cuiabá).
fonte: http://www.presbiteros.com.br/site/o-que-e-a-lectio-divina/

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Será que sofro de Complexo de Inferioridade?

por Paulo Franklin

Sentirmo-nos inferiores é a mesma coisa que anular nossas qualidades para valorizar somente o que há de bom nos outros. É uma maneira sinistra de aniquilar nossa felicidade, simplesmente por não acreditarmos que somos capazes. Complexos são estados mentais, e cabe única e exclusivamente aos complexados reconhecer seus malefícios e lutar para deixar de tê-los.

Uma pessoa não deixa de ter sua importância pelo simples fato de ser diferente das demais. A beleza da vida está justamente na nossa capacidade de descobrir o novo, aquilo que nossos olhos ainda não viram. Se não temos a obrigação de nos parecer com os outros, também deveríamos evitar toda e qualquer comparação.

Comparar-se é buscar as diferenças que nos separaram. O sábio, antes de reparar nas virtudes do outro, enumera suas qualidades com verdade e simplicidade. Olhando ao nosso redor, vamos descobrir muita gente linda, mas que insiste em se achar feia. Vivem exaltando os defeitos e enxergando dor onde só há alegria e oportunidade de crescimento.

Será que eu sofro deste mal? Como reconhecer uma pessoa complexada? Repare na maneira como você se trata, como você se enxerga. Pessoas pessimistas não se permitirem errar, por isso se afastam dos outros, para que não percebam suas fragilidades. Complexo de inferioridade é um câncer da alma que precisa sarar.

Reconhecendo-se assim, todo mundo precisa lutar para se enxergar por igual. É tolice insistir em se esconder atrás do palco, quando há um papel de destaque para encenar. Possuir-se é o primeiro passo para dar-se aos outros. Quando eu descobrir que sou capaz, serei capaz de passar adiante minhas capacidades até então adormecidas. Simples assim.

O exercício de ser gente consiste em amar o que temos, para só, então, valorizar o que o outro tem. Existe, dentro de cada um de nós, uma infinidade de coisas boas a serem descobertas. Pena que a timidez, o complexo de inferioridade ou até mesmo o pessimismo insistem em nos colocar no banco dos réus para nos acusar, dia e noite, de que não somos capazes.

Permita-se errar. Seja você diante das outras pessoas. Só a verdade e a autenticidade nos libertam dos malefícios do complexo de inferioridade. Devemos ser simples para compreender o outro, mas nunca abaixar nossa cabeça diante dele. A verdadeira humildade consiste em se colocar no lugar do outro sem nunca deixar de habitar no nosso próprio lugar.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

A Noviça Rebelde obedeceu a Deus?

por Felipe Bezerra

Essa estória “Hollywoodzada” da Família Von Trapp fez parte da memória de infância de muita gente e já fez muita gente viajar para a Áustria para conhecer os cenários desse filme. Quando a pessoa conhece a verdadeira história e os verdadeiros cenários ela tem uma certa decepção. Hollywood e sua mania de “enfeitar” tudo acaba fazendo a gente querer um mundo perfeito que só existe na tela do cinema.

Abrindo um parêntesis é preciso que tenhamos discernimento ao assistir filmes, especialmente os “românticos”, comédias ou não, por que a vida não tem muito a ver com o que é retratado lá. O normal dos filmes é: o casal se conhece, tem uma série de situações que faz com que eles se envolvam, então algo acontece que eles ficam ofendidos ou decepcionados um com o outro, ai no final eles descobrem que não era bem aquilo que eles pensavam, se perdoam, se beijam (na chuva) e termina o filme com o casal “feliz para sempre”. Ninguém quer saber das brigas que o Príncipe tinha com a Cinderela por que ela tinha mania de limpeza, ou os filhos da Aurora (Bela adormecida) com medo de brincar perto do quarto da mãe por que ela acorda de mau humor… Gente acordem! Amor não é romance! A vida é difícil e exige de nós decisões difíceis as vezes. O amor é uma decisão.

Voltando para o nosso filme, uma vez vi uma pessoa muito católica falando que esse filme era “um atentado à vida religiosa”. Sem querer gerar uma discussão muito grande quero dizer que não concordo. A Maria claramente não se adaptava à vida monástica e estava insistindo em viver uma vida para a qual ela não era chamada, embora se sentisse atraída. É muito difícil discernir a vocação pessoal e muitas pessoas com uma decisão sincera de fazer a vontade de Deus as vezes demoram muitos anos para descobri-la em suas vidas. O nosso coração sempre se sente atraído a aquilo que é bom e muitos jovens acreditam que só vão ser santos se forem padres ou monges. Muitos, por feridas, fogem do matrimonio ou fogem do “mundo” para a vida missionária ou monástica. Mas a fuga nunca é o melhor caminho. Eu pessoalmente acredito que discernir a Vocação é descobrir para que alguém foi criado. Mais que escolher o que eu quero, é descobrir o que Deus quer. No filme eu consegui ver a mão de Deus conduzindo a vida da Maria para conduzi-la à sua verdadeira vocação, o matrimônio.

E o filme é sobre discernimento de estado de vida? Não. É sobre uma noviça que vai ter que passar um tempo como governanta na casa de um capitão da Marinha austríaca que tem sete filhos. Entre brincadeiras com as crianças ela traz a música de volta a casa Von Trapp e junto com a música a alegria. As músicas são muito lindas, animadas, bem colocadas nas cenas, o cenário é muito lindo. Salzburgo ainda está muito parecido com o que era na época das filmagens e, embora as pessoas na Áustria não conheçam o filme e ele muitas vezes é referido como “aquele filme que os turistas gostam”, dá pra conhecer muitos cenários do filme.

É um filme para toda família, muito divertido, embora longo não é cansativo. Na minha humilde opinião ele não fere a doutrina nem os valores cristãos, é um filme excelente.

Ficha Técnica:

Gênero: Musical
Direção: Robert Wise
Roteiro: Ernest Lehman
Elenco: Angela Cartwright, Anna Lee, Ben Wright, Charmian Carr, Christopher Plummer, Daniel Truhitte, Debbie Turner, Doris Lloyd, Duane Chase, Eleanor Parker, Evadne Baker, Gilchrist Stuart, Heather Menzies-Urich, Julie Andrews, Kym Karath, Marni Nixon, Nicholas Hammond, Norma Varden, Peggy Wood, Portia Nelson, Richard Haydn
Produção: Robert Wise
Fotografia: Ted D. McCord
Trilha Sonora: Irwin Kostal
Duração: 171 min.
Ano: 1965
País: Estados Unidos
Cor: Colorido
Estúdio: Argyle Enterprises / Robert Wise Productions / Twentieth Century Fox Film Corporation

Trailer:

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Mãe de Deus é o título essencial de Nossa Senhora, explica Papa

No primeiro dia do ano, a Igreja celebra a Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus.

O Papa Francisco presidiu na manhã desta quarta-feira, 1º, a Santa Missa da Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus, na Basílica de São Pedro, no Vaticano. Concelebraram com o Santo Padre, um grande número de padres e vários bispos e cardeais presentes em Roma.

Neste dia recorda-se também o 47º Dia Mundial da Paz, instituído pelo Papa Paulo VI. O tema proposto este ano foi “Fraternidade, fundamento e caminho para a paz”.

Na homilia, o Papa Francisco centrou sua reflexão na figura de Maria, Mãe de Deus, meditando a liturgia de hoje.

missa papaSobre a primeira leitura,  do Livro dos Números, que fala sobre a bênção que Deus sugerira a Moisés, para que fosse invocada sobre todo o povo, o Pontífice afirmou que é significativo ouvir estas palavras de bênção no início de um novo ano.

“São palavras que dão força, coragem e esperança; não uma esperança ilusória, assentada em frágeis promessas humanas, nem uma esperança ingênua que imagina melhor o futuro, simplesmente porque é futuro. É uma esperança que tem a sua razão de ser precisamente na bênção de Deus; uma bênção que contém os votos maiores, os votos da Igreja para cada um de nós, repletos da proteção amorosa do Senhor, da sua ajuda providente”, disse.

Francisco explicou que os votos contidos nesta benção realizaram-se de forma plena em Maria, enquanto destinada a tornar-se a Mãe de Deus e “realizaram-se n’Ela antes de qualquer outra criatura”.

“Mãe de Deus! Este é o título principal e essencial de Nossa Senhora. Trata-se duma qualidade, duma função que a fé do povo cristão, na sua terna e genuína devoção à Mãe celeste, desde sempre Lhe reconheceu.”

Papa Francisco recordou o momento importante da história da Igreja Antiga, que foi o Concílio de Éfeso, no qual se definiu com autoridade a maternidade divina da Virgem.

“Esta verdade da maternidade divina de Maria ecoou em Roma, onde, pouco depois, se construiu a Basílica de Santa Maria Maior, o primeiro santuário mariano de Roma e de todo o Ocidente, no qual se venera a imagem da Mãe de Deus – a Theotokos – sob o título de Salus populi romani. Diz-se que os habitantes de Éfeso, durante o Concílio, se teriam congregado aos lados da porta da basílica onde estavam reunidos os Bispos e gritavam: «Mãe de Deus!» Os fiéis, pedindo que se definisse oficialmente este título de Nossa Senhora, demonstravam reconhecer a sua maternidade divina. É a atitude espontânea e sincera dos filhos, que conhecem bem a sua Mãe, porque A amam com imensa ternura”.

O Santo Padre afirmou ainda que Maria está presente “desde sempre” no coração, na devoção e no caminho de fé do povo cristão. “O nosso itinerário de fé é igual ao de Maria; por isso, a sentimos particularmente próxima de nós!”, ressaltou.

O Pontífice explicou que o caminho de fé dos cristãos está “indissoluvelmente ligado a Maria”, desde o momento em que Jesus, quando estava para morrer na cruz,”no-La deu como Mãe, dizendo: ‘Eis a tua mãe!’”.

“Estas palavras têm o valor de um testamento, e dão ao mundo uma Mãe. Desde então, a Mãe de Deus tornou-Se também nossa Mãe! Na hora em que a fé dos discípulos se ia quebrantando com tantas dificuldades e incertezas, Jesus confiava-lhes Aquela que fora a primeira a acreditar e cuja fé não desfaleceria jamais”, destacou.

missa1
O Santo Padre explicou ainda que Maria torna-Se nossa Mãe, no momento em que perde o Filho divino. “O seu coração ferido dilata-se para dar espaço a todos os homens, bons e maus; e ama-os como os amava Jesus.”

“A Mãe do Redentor caminha diante de nós e sempre nos confirma na fé, na vocação e na missão. Com o seu exemplo de humildade e disponibilidade à vontade de Deus, ajuda-nos a traduzir a nossa fé num anúncio, jubiloso e sem fronteiras, do Evangelho”, observou.


Por fim, Francisco convidou os fiéis a confiarem à Maria “o nosso itinerário de fé, os desejos do nosso coração, as nossas necessidades, as carências do mundo inteiro, especialmente a sua fome e sede de justiça e de paz”.

Confira na íntegra a homilia do Papa Francisco aqui.