sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Halloween, uma festa inofensiva?

O cristão pode participar dela ou trata-se apenas de uma prática cultural inofensiva?
O Halloween é uma festa comemorada no dia 31 de outubro, véspera do Dia de Todos os Santos. Ela é realizada em grande parte nos países ocidentais, sendo mais forte nos Estados Unidos, para onde foi levada por imigrantes irlandeses em meados do século XIX. Na valorização da cultura americana, especialmente nas escolas de inglês e nos filmes de Hollywood, essa festa tem se espalhado pelo mundo.
A prática do Halloween vem do povo celta, o qual acreditava que, no último dia do verão (31 de outubro), os espíritos saíam dos cemitérios para tomar posse dos corpos dos vivos, visitar as famílias e levar as pessoas ao mundo dos mortos. Sacerdotes druístas (religião celta) atuavam como médiuns evocando os mortos. Parece que, para espantar esses fantasmas, os celtas tinham o costume de colocar objetos assustadores nas casas, como caveiras, ossos decorados, abóboras enfeitadas entre outros. O termo “Halloween” surge mais tarde, no contato da cultura celta com o Cristianismo. Da contração do termo escocês “Allhallow-eve” (véspera do Dia de Todos os Santos), que era a noite das bruxas, surge o “Halloween”.
É aí que surge a dúvida: hoje essa festa tem algum significado espiritual? O cristão pode participar dela ou trata-se apenas de uma prática cultural inofensiva?
São Paulo diz: “Não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal (espalhadas) nos ares” (Ef 6,12). O apóstolo também exorta: “Sede sóbrios e vigiai. Vosso adversário, o demônio, anda ao redor de vós como o leão que ruge, buscando a quem devorar” (1Pd 5,8). Embora não os vejamos, os espíritos malignos são seres inteligentes que agem tentando perder as almas. Não os vemos, mas sofremos suas investidas. Isso é Doutrina da Igreja Católica.
Será que uma festa pagã, que praticava um ato abominável por Deus – a evocação dos mortos (Dt 18,10-11) –, enculturada hoje, não tem significado espiritual nenhum? É difícil que não tenha! Mas onde está o maligno nessa brincadeira de criança? Nós não o vemos, assim como não vemos o vírus ebola que começa a apavorar o mundo hoje. Você faria uma festa numa região que pode estar contaminada com esse vírus? Uma doença que pode roubar sua vida temporal? Eu não! Da mesma forma, e com muito mais razão, é questionável envolver-se numa festa que possa nos deixar sujeitos a um “vírus” que pode roubar nossa vida eterna. Na dúvida, eu me resguardo. Bem, mas essa é uma reflexão para quem tem fé católica e procura ser coerente com ela.
Outra pergunta que me faço é se o contato e a identificação com imagens horríveis de bruxas e monstros não tem significado algum na formação dos jovens. Desconsiderando a expressão de um satanismo evidente, mas indo para reflexão mais cultural, aí também não acredito que o Halloween seja tão inofensivo.
O ser humano é chamado a contemplar o belo, porque é manifestação da harmonia de tudo que é bom e verdadeiro. Deus é belo, mas o ser humano tem uma estranha atração pelo mórbido, o oculto e suas expressões naquilo que tem de horrível. Não tenha dúvida que educar uma pessoa humana significa, dentre tantas outras coisas, ensinar a apreciar, valorizar e identificar o belo com o bom. Não seria o Halloween mais uma forma, dentre tantas outras hoje em dia, de roubar a referência do belo, do verdadeiro, do bom e do honesto? Será que o mal e o monstruoso, quando viram brincadeira, são tão inofensivos à cultura e aos valores do ser humano?
Até o “doces ou travessuras” não surgiu de forma muito pura. Parece que sua origem está na época em que os países anglo-saxônicos se tornaram protestantes, e as crianças protestantes iam às casas das famílias católicas, oprimidas pelo governo, impor suas exigências. Em um mundo onde os jovens diariamente curtem nas roupas, nos filmes e nas festas o mórbido das caveiras e dos zumbis, o horrível dos monstros e das bruxas, é fácil entender uma sociedade tão pobre em cultura e tão abundante em violência e promiscuidade. Se a expressão do mal é brincadeira e moda, que mal faz torná-lo coisa séria?
Voltando ao lado religioso, é curioso que o Halloween se avizinhe da festa católica de Todos os Santos. Não parece que alguém, tão incomodado com os santos, resolveu festejar os demônios?
Não se trata de supervalorizar do mal em detrimento do bem. Menos ainda de uma visão puritana das coisas deste mundo. O mundo é maravilhoso, a vida é bela. O cristão precisa saber acolher essa maravilha, valorizar a vida do homem e cultivar a alegria da criança e do jovem. Contudo, para semear a vida e colher a alegria é preciso saber: “Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém. Tudo me é permitido, mas eu não me deixarei dominar por coisa alguma” (1Cor 6,12).

André Botelho
Fonte: Canção Nova

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Como posso ajudar o outro?

Para ajudar alguém é preciso, em primeiro lugar, maturidade emocional e espiritual

Sempre há alguém precisando de nossa ajuda emocional, seja uma palavra amiga, uma orientação ou simplesmente alguém que escute os sofrimentos da alma. Contudo, nem sempre sabemos como agir diante de determinada situação, pois somos extremamente complexos e frágeis. Sempre existe o medo de que nossas palavras sejam mal interpretadas.

Como ajudar eficazmente quem precisa de nossa ajuda?

Ajudar é um processo que exige, em primeiro lugar, maturidade emocional e espiritual. Uma pessoa imatura dificilmente poderá contribuir com alguém que enfrenta crises pessoais complexas e que exigem um cuidado especial no acolhimento do que será partilhado. Por isso mesmo, é preciso nos questionar se temos condições humanas e espirituais de ajudar alguém ou se, no momento, seria mais prudente e oportuno indicar outra pessoa mais madura para auxiliar em determinados contextos enfrentados por quem nos procurou.
Quem nos procura não quer ser tratado como um objeto, não é uma mercadoria. Não deseja ser analisado, mas necessita de compreensão e empatia. Uma atitude que vê o outro como um problema sem solução não contribui para uma ajuda eficaz. É necessário disponibilidade interior para compreender os sentimentos do outro sem nos perdermos dos nossos.

O que é revelado sempre deverá conter um caráter confidencial. Talvez, o que ouviremos nunca tenha sido partilhado com outra pessoa. Diante de nós, será depositado tudo aquilo que a pessoa vive e sente; nesse caso, o respeito à dor e ao sofrimento dele se torna fundamental. No processo de acolhimento, é necessário ser quem se é sem necessidade de fingimentos.

Diante de determinados relatos, corremos o risco de nos irritarmos com aquilo que nos é apresentado. Talvez, a história seja longa demais ou não concordemos com determinadas atitudes. Quando a pessoa percebe a irritação expressa na fala ou no semblante do interlocutor, cria um bloqueio emocional que rouba a confiança que estava sendo depositada até então.

Somente poderá compreender os sentimentos do outro quem antes estiver consciente dos seus e aceitá-los. Não há como compreender o outro se antes não houver compreensão de si mesmo. Atitudes de atenção, afeição, ternura, interesse e respeito nem sempre são fáceis de serem transmitidas, mas são essenciais para quem deseja ser um canal de ajuda.

Na relação de ajuda, corremos o risco de ficar deprimidos com a depressão do outro ou angustiado com a angústia que nos é apresentada. É preciso ter em si mesmo uma maturidade humana e espiritual para entrar no mundo do outro, procurando ver como ele vê a vida sem perder-se de si mesmo.

Nem sempre é fácil aceitar o outro como ele é. Diante de nós estão colocadas todas as fragilidades e os pecados guardados em um coração sofrido e machucado. Como reagir a tudo isso? Condenar e decretar uma sentença? Não! Será preciso agir com extrema delicadeza para que nosso comportamento não seja interpretado como uma ameaça, criando assim um bloqueio na relação de ajuda.

Enfim, é preciso, contudo, ver o outro como um ser humano em processo de transformação: uma pessoa amada por Deus e que, muitas vezes, precisa resgatar a sua dignidade diante de si mesmo e da sociedade. Quando quem nos procura é acolhido como uma criança imatura, alguém ignorante ou ainda como um problema sem solução, limitamos a relação de ajuda e não permitimos que a pessoa desenvolva suas possibilidades de crescimento interior, tanto humano quanto espiritual.

A compreensão é um processo de misericórdia e compaixão que se estabelece quando a confiança e o respeito são preservados como algo sagrado na relação interpessoal. Não há ajuda eficaz quando quem nos procura não encontra uma oportunidade de recomeçar a escrever sua história de vida.

Padre Flavio Sobreiro

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Por que o homem quer futebol quando a mulher quer companhia?

Desde a época das cavernas, tanto o cérebro dos homens como o das mulheres têm sido condicionados a desenvolver diferentes percepções.
O homem saía para caçar, o que lhe trouxe maiores aptidões em áreas específicas para cumprir esse seu ofício, como um maior senso de direção (localização, orientação, posicionamento), visão focal/direcionada em um alvo (a presa), agilidade e força física. Todas habilidades para a caça.

Enquanto a mulher cuidava da caverna; então, também lhe foram sendo moldadas características para tal, como uma visão mais periférica, apurada percepção e sensibilidade (tudo isso para desempenhar as funções que lhe eram próprias, por exemplo: ter múltiplas atividades ao mesmo tempo, pois elas precisavam manter o fogo aceso e cuidar das crianças, interpretar as necessidades dos filhos, mesmo quando estes ainda não sabiam se comunicar).

Essas atividades distintas fizeram do homem um ser voltado para tornar as coisas práticas. Para eles quase tudo tem um foco, um alvo. Daí a tendência a tornar tudo objetivo, desenvolvendo uma maior impulsividade, potência e resistência muscular. E no ser feminino isso gerou a capacidade de interiorização, elas tendem a buscar o significado de cada gesto. Ficaram mais emotivas.

O cérebro feminino formou-se com um maior número de conexões entre as células nervosas. Os hemisférios direito e esquerdo trocam mais informações do que no cérebro masculino, o qual trabalha de forma mais compartimentada. Isso equivale a dizer que homens têm a tendência de separar e resolver os assuntos pertinentes à sua vida de forma isolada, por isso uma crise na área afetiva dificilmente vai afetar seu trabalho ou outros aspectos da sua vida.

Já as mulheres geralmente fazem ligações e interpretam significados entre as várias dimensões de suas vidas, e também fazem isso na vida daqueles que convivem com elas. Quando vivem um problema no trabalho podem transferir essa tensão para o relacionamento com o esposo ou com namorado, para a vida financeira, entre outros. E quando elas sentem que eles estão um pouco diferentes ficam imaginando mil coisas que podem estar acontecendo.
Quando um casal vive o dilema: “Por que o homem quer ir jogar futebol quando a mulher quer a companhia dele?”, para o homem o fato de ele sair para jogar bola, ir à academia, praticar algum um hobby, ficar um pouco com os amigos (também assistir ao futebol) não significa trocá-la por outra opção. Na cabeça dele, ele reservou para seu dia, entre seus afazeres, responsabilidades e compromissos, um momento para cada coisa, e inclusive pensou no momento mais tarde para namorar e estar com ela. Tendo praticado seu lazer ele estará bem física e psiquicamente, e no tempo em que estiver com sua parceira ele será única e exclusivamente para ela. Sua maior impulsividade, potência e resistência muscular geraram nele também a necessidade de movimento.

Para a mulher, amar significa estarem juntos, fazer as coisas juntos, afinal, ela entrou no relacionamento para estar com alguém, para criar EMPATIA. Para ela, é essencial sentir que ele faz questão de entrar no mundo dela e vice-versa. É prova de amor a presença dele nas situações diversas.

O pensamento feminino, que conecta todas as coisas, interpreta o fato de ele querer sair para jogar futebol, ou praticar outra atividade, como um alerta para o relacionamento. “Algo está errado, pois ele não quer estar comigo!“, elas dificilmente apartam um fato de outro.

É claro que não estou falando aqui de casos em que o homem sai muito frequentemente e quase não dá atenção para sua mulher ou quando ela não permite que ele nunca faça o que goste. Nessas situações existe mesmo um desequilíbrio! Eu estou me referindo aqui às situações em que é gerado um mal-estar entre o par que está vivendo esse dilema, fato que geralmente acontece quando há a adaptação entre o casal no início de namoro ou casamento, uma nova fase. Talvez seu antigo namoro ou ritmo de vida nunca o(a) tenha colocado diante de situações assim.

Então, tudo bem! Chegamos a um entendimento sobre o que ocorre e como cada sexo interpreta os fatos. Mas, o que fazer a partir de agora, pois, continuamos com as mesmas tendências primitivas dentro de nós?
Quando duas pessoas se relacionam com o intuito de viver uma vida a dois, tudo deve ser colocado para tal direção. Não existe uma fórmula ideal, mas ambos devem saber que a vocação maior é de constituírem uma família, o que requer união, vínculo e responsabilidades recíprocas.

Portanto, que ele tente compreender mais e se interessar mais pelas necessidades específicas da sua parceira, e qual o nível e o grau de interação e aprofundamento que ela necessita. Da mesma forma, que ela perceba quais os anseios e intensidade de experiências e movimento de que ele precisa.

A partir da visão da beleza do outro, desde o que compreendemos sobre o sexo oposto até as características e necessidades individuais de quem amamos, podemos direcionar melhor nossos esforços e nos alegrar com a concórdia. O sacrifício de fazer acontecer a felicidade de quem amamos traz sentido ao coração, desde que não venha a tolher o que somos. Acredite: existe um ponto de acordo, tudo depende do diálogo.

Deus os abençoe!

Por Sandro Aparecido Arquejada

terça-feira, 21 de outubro de 2014

EMANUEL: Somos praça


Sempre comparamos nossas vidas com algo, para citarmos exemplos bons ou ruins, pra tudo na vida há uma comparação. Eu mesmo há algumas semanas escrevia pra vocês que as nossas vidas é como uma montanha russa, comparamos o nosso cotidiano com tal brinquedo radical de um parque de diversões, mas hoje meus irmãos comparo as nossas vidas com uma simples praça.

Creio eu que em todos os bairros de sua cidade há uma ou mais praças e eu agora te convido a pensar na praça do seu bairro ou na sua praça preferida, imaginem meus amados quantas pessoas passam por esta praça todos os dias, muitas passam com pressa, algumas param, observam, admiram, muitas destroem o patrimônio, já outras, cuidam, zelam, regam as plantas, enfim deixa tudo na mais perfeita ordem. 

Agora pare e pense na sua vida, quantas pessoas passaram na sua vida como se estivessem passando por uma simples praça, quantas pessoas pararam por algum tempo e depois foram embora, quanta pessoas passaram, pisaram, destruíram suas expectativas, seus sonhos, te machucaram, feriram os seus sentimentos, quantas pessoas? 

Mas eu tenho certeza que depois de tudo sempre houve uma só pessoa para cuidar de você, uma pessoa que lhe reergueu, que regou novamente os seus sonhos, fez brotar dentro de você um amor, inexplicável, um verdadeiro e único amor que somente Deus pode nos dar.

Vamos olhar para nossa vida, nossa praça, nosso jardim, com esse olhar misericordioso. Um olhar que vê, liberta e gera vida. Vamos levantar os braços em adoração, ofertar o passado, o presente, e confiar no futuro que nos espera. 

Se até a invasão do seu território foi uma constante, chegou a hora de se levantar e permitir que o jardineiro , o proprietário –JESUS- cuide de você e peça também a intercessão da nossa mãezinha, Santíssima e Virgem Maria!

A paz de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja sempre convosco, um fraternal abraço e até a próxima!

Lucas Faria
Missionário Kerigma

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

DNJ 2014: 'Os jovens são os grandes agentes da missão', diz Dom José Carlos.


No dia 19 de outubro, o Setor Juventude da Diocese de Divinópolis, em comunhão com a Igreja Católica de todo país, comemorou o Dia Nacional da Juventude (DNJ). Este ano, o evento trouxe como tema: "Eis o que diz o Senhor: Praticai o direito e a justiça, e livrai o orpimido das mãos do opressor". A programação começou às 8h, com a concentração na praça Benedito Valadares, no Centro de Divinópolis.

Após muito louvor, coordenado pelo Assessor Diocesano do Setor Juventude, Padre Gedler, os integrantes das mais diversas expressões juvenis se encaminharam para a Igreja de Nossa Senhora da Guia, no bairro Vila Belo Horizonte, onde o bispo diocesano, dom José Carlos, esperavam os jovens para presidir a Santa Missa. Concelebraram com o dom José Carlos o Padre Gedler, Padre Marcelo Francisco, Padre Carlos Henrique Alves e o Padre Cassimiro.

Dom José Carlos iniciou sua homilia falandro sobre a importância de anunciar Jesus com alegria e pediu aos presentes para serem explícitos ao anunciar o Evangelho. O bispo também falou que a Igreja precisa muito dos jovens, pois os jovens têm muito mais força e vigor que os mais adultos, que os jovens estão em muitos mais ambientes onde os mais adultos não frequentam mais, e por fim, o bispo destacou a criatividade, pois é nessa etapa da vida que a criatividade mais fervilha na pessoa.  Segundo Dom José Carlos, os jovens são os grandes agentes da missão. O bispo também se mostrou bastante preoculpado no setor universitário, pois está vendo muitos jovens se peredendo na fé após entrar para o mundo acadêmico, falando numa possível criação da Paróquia Universitária, dizendo que já tem até o slogan: "Sou universitário, continuo Católico "
Confira na íntegra a homilia do bispo diocesano no DNJ:

Antes da bênção final, o bispo fez algo inusitado e que agradou muito a multidão de jovens presentes, ele pediu que todos postassem, no Whatasapp para alguém que não foi no DNJ, ou até mesmo no Instagram, Twitter ou Facebook, o que mais gostaram da homilia ou até mesmo do DNJ e usassem a Hashtag #DNJDivinopolis.

No período da tarde, a programação seguiu com uma pregação do fundador da Comunidade Católica Missão Maria de Nazaré, Eduardo Rivelly, onde ele falou sobre "Liberdade". As atividades do Dia Nacional da Juventude foram encerradas com a Adoração ao Santíssimo Sacramento.
Padre Gedler conversou com a nossa equipe e fez um balanço do DNJ 2014:


O Setor Juventude da Diocese de Divinópolis já começa a pensar e a trabalhar em prol do DNJ do ano de 2015:


Por: Túlio Veloso
Fotos: Missão Maria de Nazaré

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Ser de Deus. O que eu ganho com isso?

Vale a pena ser de Deus

Hoje, vivemos a era do ‘Marketing’. Desde pequena, uma criança já sabe manusear um tablet, e por todos os lados vemos propagandas de produtos que lhe trará maior prazer. É fato que as propagandas não vendem produtos, mas convites à felicidade que será alcançada por meio deles. Com isso, vemos uma geração que, a todo momento, se questiona: “O que eu ganho com isso?”, “Quanto eu lucro ao buscar esse ou aquele meio?”. E quando se fala em religião, vemos que esta não está numa realidade tão diferente da comercial. Em muros e cartazes, até mesmo em “carros de som”, anuncia-se, pela cidade, determinada igreja que nos trará benefícios e soluções de forma cada vez mais fácil, descomprometida e acessível ao fiel… Ou poderia dizer ao cliente?

"Giezi é um exemplo; ele é um dos servos do profeta Elizeu, que testemunha a cura de Naamã, chefe do exército de Israel. O profeta não aceita nenhum presente de Naamã, o que deixa seu servo contrariado. “Então, Giezi sai correndo para alcançar Naamã. Quando este vê que Giezi corre atrás dele, desce do carro, vai ao seu encontro e lhe pergunta: ‘Está tudo bem?’. Giezi responde: ‘Tudo bem. Só que meu senhor mandou dizer-lhe: Agora mesmo, acabam de chegar, da região montanhosa de Efraim, dois jovens irmãos profetas. Por favor, dê para eles trinta e cinco quilos de prata e duas roupas de festa’. Naamã respondeu: ‘Aceite setenta quilos’. Insistiu para que Giezi aceitasse. Depois, Naamã colocou setenta quilos de prata e as roupas de festa em duas sacolas, e as entregou a dois de seus servos. Estes foram na frente de Giezi levando as sacolas” (cf. II Reis 5,21-25). Giezi mente dizendo que veio a mando do profeta pedir a prata e as roupas, mas o que o comandava nessa ação era seu desejo de ser beneficiado com o milagre que Deus operara em Naamã.
Vemos que, na Bíblia, também havia pessoas interessadas em se beneficiar de Deus

Na contramão, temos personagens bíblicos que nos mostram o caminho de uma real busca por Deus. O próprio profeta Elizeu, na passagem já citada, nos mostra que não é o que ganhamos com o Senhor que conta, mas o próprio Deus. Naamã lhe ofereceu prata e bens, mas o profeta os recusou, pois queria mostrar àquele homem que não se pode comprar a graça do Senhor. Muitas vezes, vejo por aí mensagens e dizeres onde se exortam um Deus produtor de bênçãos e milagres. Coisas como: “Deus não deixará nada de ruim acontecer. A sua vitória está perto, Deus fará de seus sonhos realidade”. Vamos construindo um “deus” condicionado ao que buscamos, ao que queremos.

Deus quer, sim, nos fazer felizes e nos levar a uma realização. Mas precisamos desmascarar um deus que segue caprichos humanos, que é uma mentira. No fim, são palavras vazias que nos levam a uma fé imatura, e acreditamos que o Senhor existe, sim, mas como nossos planos não acontecem, pensamos que Ele está longe de nós. As promessas de Deus se cumprem sempre, mas precisamos saber se elas vêm, realmente, do Pai.

Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todas as tuas forças” (Dt 6,5). É na intimidade com Deus que encontramos Suas promessas, e assim elas se cumprem. O que ganho seguindo Cristo? Ganho Cristo! “Porque todos fomos criados para aquilo que o Evangelho nos propõe: a amizade com Jesus e o amor fraterno.” (Papa Francisco EG. 265)

Jesus veio ao mundo para nos propor uma amizade verdadeira, sem interesses. Quando seu dia não for bom, você terá onde ir e com quem desabafar. E quando for ótimo? Ele estará junto de você, alegrando-se. ‘Os verdadeiros adoradores’ são aqueles que buscam Deus por quem Ele é, e assim recebem graças em sua vida. Mas quando vem a dificuldade, não renega o amigo, pois sabe que “se lhe formos infiéis, ele permanece fiel, pois não pode renegar a si mesmo.” (cf. II Timóteo 2, 13)

Peçamos a Deus a graça de uma verdadeira conversão, de uma verdadeira disposição interior em buscar o Senhor e experimentar o amor d’Ele por nós. E que cresça, cada vez mais, o amor em nós por Ele. Que o amemos de graça, e o maior ganho que teremos com isso é Sua amizade.

Paulo Pereira
Fonte: Comunidade Canção Nova

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Uma mulher não precisa pedir para ser amada

Você não precisa pedir nem mendigar para ser amada, você merece ser amada pelo que é.

Todos nós, seres humanos, almejamos amar, ser amados e temos também a necessidade de ser aceitos. É intrínseco ao ser humano desejar a aprovação do outro, por isso a desaprovação e a rejeição nos causam tanto sofrimento. No entanto, é preciso que entendamos que as pessoas pensam de forma diferente e podem ter desejos opostos aos nossos, portanto, nem sempre seremos prioridade para aqueles que o são para nós. 
A luta de uma mulher sábia, virtuosa e consciente deve ser a de saber lidar com suas frustrações e, por mais doloroso que isso seja, aprender a superá-las.


Quando uma relação a dois chega ao fim, e isso pode acontecer por inúmeros motivos, sem dúvida, o mais difícil é aceitar que a outra parte já não nutre por nós o mesmo sentimento de antes e, por inúmeras razões de foro íntimo, chega a conclusão de que não é mais ao nosso lado que deseja estar. Assim sendo, escolhe seguir sua vida por um outro caminho ou ainda ao lado de uma outra pessoa.

O sentimento de rejeição é sempre um dos mais dolorosos para o ser humano, pois todos queremos nos sentir aceitos e amados por aqueles a quem escolhemos amar. No entanto, não podemos nunca esquecer que amar é uma escolha, uma decisão unilateral, que fazemos sem ter garantias de que o outro fará a mesma opção por nós.

Portanto, podemos “escolher amar a alguém” sem ser correspondidos por este alguém. Precisamos ter claro que amar não é ter posse do outro; ao contrário, amar é querer o melhor para o outro e deixá-lo livre para fazer suas escolhas. Quem ama de verdade não deseja aprisionar o ser amado.
Por essa razão, quando isso acontecer, por mais que nos doa, não devemos nos expor nem nos humilhar. O amor não acontece por pedidos ou insistência, nem por pena. Declarações de amor, para alguém que já deixou claro que não corresponde a esse sentimento, são totalmente infundadas. Não vale a pena implorar amor; busque respeitar a si mesma, respeitando a vontade do outro. Cuide também para não entrar num movimento de se comparar aos outros e, em tudo o que for viver, procure dar sempre o seu melhor e permita ao outro seguir seu caminho.

Não deixe que isso a transforme numa mulher revoltada e de mal com a vida. Não é porque você não é amada como gostaria que vai deixar de se amar e amar a própria vida. Olhe-se por inteiro, busque a beleza que existe no fundo de seu ser e dê vazão aos seus bons sentimentos, mantendo-se bem consigo mesma, por mais que sua alma ainda sofra.

Saiba que você não é mercadoria para ser trocada! Por isso tome posse de si mesma, do seu valor e da sua dignidade como pessoa! Erga sua cabeça e siga em frente. Tenha em mente que decepções fazem parte da vida. Se você errou perdoe-se, se alguém errou com você use de misericórdia e deixe de alimentar desejos de vingança em seu coração.

É muito difícil sentir-se rejeitada pela pessoa a quem se ama, no entanto, pior é ficar esperando que isso mude, ou seja, que, por alguma razão, essa pessoa volte a gostar de você novamente. Pessoas que paralisam as próprias vidas – na esperança de transformar desprezo em amor – optam por ampliar seu sofrimento. O momento é de dar a volta por cima, não para mudar a opinião do outro ou das pessoas ao seu redor; mas essencialmente para você. Portanto, desvie sua atenção para outras coisas, tome um tempo para si mesma, para rezar, para estar com seus amigos e familiares, para se envolver em um novo projeto. 
Acima de tudo: ame-se e liberte o ser amado!

Você não é menos nem mais do que ninguém por ter passado por uma decepção amorosa. Olhe para frente e procure afastar todos os pensamentos negativos. Você não precisa pedir nem mendigar para ser amada, você merece ser amada pelo que é. O importante é ultrapassar essa fase com autoconfiança e seguir adiante na certeza de que ser feliz é uma decisão pessoal, e isso depende só de você.

E por mais que hoje você não entenda este abandono, não fique buscando explicações que só aumentarão sua dor. Siga sua vida com Deus e esteja aberta para que Ele a surpreenda novamente com Sua graça!

Judith Dipp

Fonte: Comunidade Canção Nova 


sexta-feira, 3 de outubro de 2014

A vida é sagrada e devemos amá-la


Tenho visto ultimamente, no facebook, vários vídeos de violência. Para ver esses conteúdos não é preciso nenhum esforço. Perdi as contas de quantos desses vídeos apareceram em meu feed de notícias em um curto espaço de tempo. Em quase todos eles, trata-se pessoas que, pensando fazer “justiça” com as próprias mãos, agridem outras que cometeram algum delito.

Em primeiro lugar, questiono sobre a justiça dos justiceiros. Quem é que tem o direito de agredir uma pessoa porque esta roubou ou adulterou? Acaso atos de violência e desumanidade levarão a alguma solução? Pessoas que tem capacidade de gravar um espancamento e publicá-lo na internet são realmente íntegras para fazer justiça?

Vale lembrar, ainda, a mulher adúltera do Evangelho. Ela estava para ser apedrejada, como previa a Lei de Moisés. Jesus disse àqueles que queriam apedrejá-la: “Quem dentre vós estiver sem pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra. E saíram um a um, deixando as pedras.” (cf. Jo 8,1-11)

É de impressionar, também, o prazer em que se tem pelo mal, pela desgraça. Vídeos como esses, circulam rapidamente por ter a predileção de muitas pessoas. O gosto pela desgraça é reflexo de uma cultura de banalização da vida e da moral. Podemos nos indagar: a humanidade está mesmo progredindo? Todo o progresso técnico-científico fez do homem mais racional? Ou tão irracional que aprendeu a destruir a si mesmo?


Ao cristão cada renunciar à cultura que promove a morte, à banalização da vida e ao relativismo moral. A vida é dom de Deus e só ele pode tirar. “Não invejes o homem violento, nunca escolhas seus caminhos” (Pr 3,31).  “Não matarás” (Ex 20,13).  “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10b). “A glória de Deus é o homem vivo; e a vida do homem é a visão de Deus.” (Santo Irineu de Lião)

Seminarista Rafael Nascimento