terça-feira, 15 de dezembro de 2015

É verdade que Deus castiga?

Deus castiga Seus filhos?

Muitas vezes, diante de tragédias, mortes, catástrofes e acontecimentos desagradáveis, deparamo-nos com a declaração: “Foi a vontade do Senhor”. Entretanto, também é sabido que Ele é amor e incapaz de atos maus. Então, o que pensar? Deus castiga ou não?

Para esclarecermos essa questão, encontramos, no livro de Hebreus, uma característica de Deus-Pai: “O Senhor corrige quem Ele ama e castiga quem aceita como filho” (cf. Hb 12,6). Então, poderíamos dar por encerrado o assunto e aceitar que Deus castiga e que a Bíblia confirma isso. Porém, na “Constituição Dogmática Dei Verbum, art. 12”, a Igreja nos exorta que “para aprender com exatidão o sentido dos textos sagrados deve-se atender com não menor diligência ao conteúdo e à unidade de toda a Escritura, levadas em conta a tradição viva da Igreja toda e a analogia da fé”.

Um pai carrasco que castiga

Para entendermos o que nos diz a Carta aos Hebreus, precisamos observar o que Jesus nos disse a respeito do Pai. Em Jo 18,12, Jesus fala do pastor que deixa todas as ovelhas para buscar aquela única que se perdeu. Ainda em Jo 6,26-28, Cristo faz referência ao cuidado do Pai em relação aos pássaros e nos afirma: “Vocês são muito mais valiosos para o ‘seu Pai’ do que eles!”. Quando lemos essas passagens, pensamos em um pai carrasco que castiga?
No livro do Eclesiástico, podemos encontrar resposta para essa questão: “Não digas: ‘De Deus vem o meu pecado!’”, pois o Senhor não faz o que Ele próprio detesta. (…) Desde o princípio, o Senhor criou o ser humano, entregou-o às mãos do Seu arbítrio e o deixou em poder da sua concupiscência. (…) Diante do ser humano estão a vida e a morte, o bem e o mal; ele receberá aquilo que preferir” (cf. Eclo 15,11-21). Vale a pena dar uma lida nesse trecho todo.

Consequências das nossas próprias escolhas

Acontece que, muitas vezes, torna-se mais fácil lançar a culpa em Deus, pois assim não assumimos a responsabilidade e as consequências de nossas próprias escolhas.
O Senhor nos dotou de consciência e inteligência para entendermos os resultados de nossos atos. Muitas vezes, não levamos em conta que nossas opções atingem também as pessoas que estão ao nosso redor, e tudo isso gera um resultado: “O que alguém tiver semeado é isso que vai colher” (Gálatas 5,7).
Deus não ‘castiga’ quem erra, mas por amor pode não interferir nas consequências de nossas escolhas, permitindo assim que colhamos a experiência do erro e aproveitemos disso para nosso crescimento.

Conversão verdadeira

De modo nenhum, isso faz de Deus um carrasco ou vingador. A intenção do Senhor é uma só: levar-nos a uma conversão verdadeira, e Ele sabe que, em algumas situações, a dor é o início de uma vida nova. Também o sofrimento, quando bem vivido, torna-se fonte de purificação dos nossos pecados e dos pecados do mundo.
Algumas pessoas têm medo de Deus, por isso buscam não errar, o que não os permite agir como filhos, mas sim escravos. Outros pensam na recompensa que o Senhor lhes dará por não errarem e medem suas ações como mercenários interesseiros. Porém, toda a Bíblia tem como intenção nos levar a assumir o lugar de filhos, somente desse modo poderemos viver realmente e entender que “Deus nos trata como filhos. E qual é o filho que não é corrigido pelo Pai?”.
Quando temos em nosso coração a certeza de que somos filhos amados de Deus, e que Ele quer nos salvar, começamos a olhar o que vivemos não mais como castigo, mas como oportunidades que o Pai usa para nos corrigir e nos aproximar d’Ele.

Tudo concorre para o bem dos que amam a Deus

“Tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus” (cf. Rm 8,28). Essa é a certeza que precisa habitar sempre em nós. Não só as coisas boas, mas também as ruins concorrem para o nosso bem.
Peçamos a Deus a graça de assumirmos o lugar de filhos amados, e então, não mais como escravos, veremos o agir do Pai em nossa vida como providência para nossa conversão pessoal.
Deus abençoe a todos.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Masculinidade. As consequências do sexo fácil

Sexo fácil nos relacionamentos tendem a desvalorizá-los

É claro para todos nós que homens e mulheres têm papéis distintos na procriação, também é sabido que por essa desigualdade, eles percebem o sexo de forma diferente. Para demonstrar isso, faço alusão à obra literária “Homens fazem sexo, mulheres fazem amor”, pois, se nos aprofundarmos no assunto, veremos que sexualidade é um conjunto muito mais complexo que envolve todo o ser.

Ao contrário do que muita gente imagina, a sexualidade não está só nos impulsos e órgãos reprodutores, mas também na forma como nos expressamos, como entendemos e olhamos o mundo, os nossos afetos, interesses e nossas inclinações, a construção de nossa personalidade, até no modo de nos locomovermos; tudo isso é perpassado pela nossa sexualidade.
“A sexualidade afeta todos os aspectos da pessoa humana em sua unidade de corpo e alma. Ou seja, diz respeito à afetividade, à capacidade de amar e de procriar e, de uma maneira mais geral, à aptidão de criar vínculos de comunhão com os outros” (Catecismo da Igreja Católica, art. nº 2332).

Por que o homem é mais inclinado ao sexo?

Percebemos nossa sexualidade no corpo, em nossos impulsos, mas também como uma capacidade psíquica (fantasias, pensamentos), social (atitudes, criação de vínculos) e espiritual (vocação esponsal, paternal ou maternal). O homem é mais inclinado ao ato sexual por um motivo bem simples de entender. A natureza deu a ele o material genético responsável por fecundar, então o fez com características psicológicas, sociais e espirituais para tal. Para o homem, o sexo é algo importantíssimo, latente em seus sentidos quase que todo o tempo.
Existe um vídeo com o título “Masculinidade: o que está acontecendo com os homens”, de autoria do Padre Paulo Ricardo, no qual ele cita que “o substrato básico do ser humano está na feminilidade e que o sexo masculino para se desenvolver precisa surgir de um esforço”.
Em resumo, o homem precisa lutar por algo em que acredita para encontrar sentido na sua existência. Ele necessita esforçar-se para autenticar sua masculinidade. Por isso digo que, mesmo com instintos voltados para tanto interesse sexual, o melhor para o homem é guardar-se, de forma a lutar por aquela que será sua mulher.

O que acontece quando a mulher se entrega fácil?

Quando a mulher se entrega “facilmente” ao homem pelo sexo, ela o está condicionando a encarar esse relacionamento como algo não essencial para a vida dele. Ele pensa: “Está lá, fácil e disponível quando quero, não preciso me preocupar em manter”. E entendamos “entregar-se facilmente” como “sexo antes do casamento”, porque nisso não há comprometimento verdadeiro nem esforço da parte dele. Basta ver o quanto os homens de hoje não querem muito saber de envolvimento afetivo, isso lhes parece prisão. Pois, se eles podem lutar por suas outras preocupações adiante e ainda ter companhia com sexo, para que se amarrarem?
Mas quando um homem luta por uma mulher, quando ele tem registrado em suas memórias o quanto se esforçou para se comprometer definitivamente com ela pelo sacramento do matrimônio, o ato conjugal terá para ele um valor amplamente significativo, uma parte integrante da validação da sua masculinidade. Além do prazer, será uma gratificante sensação na alma de perceber-se bondoso o suficiente para ela, e o que atesta tudo isto será  perceber sua esposa desejosa de você, e isso será o mesmo que ela lhe dizer: “Valeu a pena tudo o que você fez por mim, então me doo a você”.
O ato sexual tem de ser a celebração de tudo o que eles viveram em suas histórias e que se entrelaçou, e do que construíram juntos naquele dia, e não somente o prazer pelo prazer. O gozo, portanto, sem levar em conta as outras condições que o envolvem, pode gerar várias impressões negativas nas pessoas, como pensar que estão sendo usadas, que o gozo é apenas uma forma de descontar uma raiva ou uma recompensa.

Como o mundo mede a masculinidade

O mundo mede a masculinidade de um homem por suas conquistas efêmeras e, quem sabe, pela quantidade de relações sexuais. Mas Deus tem projetos muito maiores para você. O Senhor quer lhe proporcionar o máximo que você pode ser, e levá-lo à plenitude de corpo e alma por meio da sua vocação ao matrimônio. Alcançar essa bênção é o esforço que vale a pena!

domingo, 13 de dezembro de 2015

TODA VEZ QUE EU PENSO EM DEUS

Toda vez que eu penso em Deus e, eu faço isso muitas vezes, embora eu ache que sejam menos vezes do que deveriam ser, toda vez que eu penso em Deus me vem a idéia de um ser supremo, acima de minha compreensão, maior do que tudo aquilo que possa imaginar, totalmente Ele mesmo, indescritível, inenarrável, todo poderoso, sábio, infinitamente sábio.
Deus não tem forma, ou pelo menos, não se parece com nada do que conhecemos. Não é um ser humano, mas é um ser; não é uma pessoa humana, mas é uma pessoa. Toda vez que eu penso em Deus, faço minha mente adaptar-se, até onde ela pode, ao infinito que Ele é e deixo de inventar imagens, figuras e conceitos que acabam sempre dando no limite e no humano.
Toda vez que eu penso em Deus, eu penso num ser ilimitado. Mas, há coisas que Ele não pode ser nem fazer. Por exemplo: odiar ou pecar. Isso é coisa que Deus não pode nem faz. Seria negar-se totalmente.
Toda vez que eu penso em Deus, eu penso em pureza; não penso em luz, não penso em energia, não penso em forças da natureza, não penso em coisas ou objetos ou acontecimentos. Tento repousar meu ser e minha mente, num ser infinito e totalmente diferente de tudo o que se conhece.

Se alguém me perguntasse qual é a idéia que eu tenho de Deus, eu demoraria meses e anos para explicar e não explicaria. Assim, eu resumo tudo da seguinte maneira: -Não sei como Deus é. Não sei quem Deus é. Mas eu sei que Ele "é" . Mais importante ainda: Ele me ama !

PADRE ZEZINHO

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Como gastar o 13º salário?

O 13º salário é tão aguardado quanto um velho amigo

Tão esperado como chuva em dia quente. Assim é o tão falado décimo terceiro salário, a alegria de muitos brasileiros que o esperam ansiosamente, mas pode ser também uma armadilha para os que não calculam bem o que ele representa. Pensar em fim de ano é, para muitos, pensar em compras, festas e viagens. Junto a isso, chega o tão sonhado e aguardado décimo terceiro salário, e alguns até sonham com o que fazer com a renda extra.
Comerciantes ficam ansiosos ao ver clientes com mais dinheiro no bolso. Segundo o DIEESE [Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos], R$ 173 bilhões devem ser injetados na economia com o 13º salário.
O que é certo fazer com esse dinheiro? Como devemos gastá-lo para obter mais satisfação? Em primeiro lugar, precisamos dividir as pessoas em dois grupos: as que possuem dívidas e as que não as possuem.

Como gastar o 13º salário

Para você que possui qualquer tipo de pendência financeira, como o nome sujo no SPC/SERASA, o melhor caminho é não contar com o 13º. Vá correndo quitar suas dívidas! A partir disso, veja o que sobra. Quem está com dívidas caras (juros altos) no cartão de crédito, cheque especial ou crediário, deve procurar livrar-se delas. Os que possuem dívidas não tão altas (juros baixos), como empréstimo consignado direto na folha de pagamento ou algum financiamento de juros baixos, também é recomendado procurar pagar o total da dívida ou ao menos abater parte dela. Virar o ano sem dívidas ou lutar para isso é o que importa. Treinar a disciplina financeira com o 13º dará muitos frutos no futuro.

“A disciplina é a mãe do êxito” (Ésquilo)

Se você não possui dívidas e está em dia com todas as suas contas, o pensamento é diferente. Planeje bem os gastos adicionais que você terá no fim de ano. Lembre-se de que a inflação está de volta e você, provavelmente, poderá gastar mais neste ano do que no ano passado. Tudo subiu de preço, especialmente alimentos, restaurantes, passagens aéreas e hotéis. Em alguns seguimentos, no entanto, é possível encontrar descontos devido à crise econômica. Pagamentos à vista são recompensados com preços especiais. Aproveite! Tome cuidado apenas para não viver a ilusão do dinheiro extra do fim de ano. Para quem ainda não tem orçamento em planilha, aplicativo no celular ou agenda/caderno, fica fácil cair em ofertas especiais de fim de ano. Pensar antes de envolver-se nas emoções do consumo, essa é a arte da disciplina financeira.
Por fim, aproveitar o fim de ano é de extrema importância. Gastar um pouco mais com produtos e serviços é, muitas vezes, necessário para comemorar, encontrar amigos e parentes distantes.
O dinheiro deve ser servo, e não senhor de nossa vida, mas isso não significa que devemos imaginar que o 13º salário vai resolver todos os nossos problemas. Quanto sobra do meu 13º depois de pagar as dívidas? Quanto posso gastar no fim de ano para não me endividar? Depois de respondidas essas duas perguntas, bom fim de ano!
Boas Festas! Que Deus o abençoe!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Como devo me preparar para o Natal?

Quando decidirmos a viver este Natal em oração, já estaremos começando a experimentar este encontro
Como devo me preparar para o Natal? Charles Dickens, um famoso romancista inglês, escreveu certa vez o seguinte: “Honrarei o Natal em meu coração e tentarei conservá-lo durante todo o ano”. Penso que ele estivesse certo, pois o Natal precisa novamente ser honrado. E isto com urgência, porque há muito tempo as pessoas foram simplesmente ignorando o real sentido do Natal. O Papa Francisco, durante a homilia da Missa que presidiu no último dia 2, não hesitou em afirmar à humanidade o verdadeiro significado do Natal: “O Natal é mais! Nós vamos por este caminho para encontrar o Senhor. O Natal é um encontro! E nós caminhamos para encontrá-Lo com o coração, com a vida, encontrá-Lo vivo, como Ele é, encontrá-Lo com fé”. O Natal é um encontro. Que bela definição o Santo Padre nos deu! O Natal é um encontro com Jesus, o Menino Deus que traz consigo o segredo da verdadeira paz à alma humana ainda tão agitada. E neste encontro com Cristo, o Sumo Pontífice nos indica a oração, a caridade e o louvor como caminhos para uma boa preparação para o Natal.
Gostaria de deter-me neste primeiro caminho – o da oração – para vivenciarmos o Natal como aquilo que ele verdadeiramente é.
O mundo, nesta época, nos ensina que o Natal consiste em você caprichar na compra de presentes, fazer aquela ceia maravilhosa com ricas iguarias, ter o maior número possível de enfeites natalinos dentro de casa, chamar todos os parentes para uma confraternização social – mesmo que durante os outros 364 dias do ano vocês nem se falem mais! – e dar, além de tudo isso, umas generosas contribuições para as tais “caixinhas de Natal”.
Tudo na vida tem um real significado e valor. O Natal é, sobretudo, o aniversário do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Verbo de Deus que se fez carne e habitou entre nós para nos salvar. E grande parte da nossa sociedade, tão consumista e alienada, simplesmente celebra o aniversário ignorando o aniversariante!
Nós, cristãos, não estamos isentos de tal risco. Podemos cair no mesmo equívoco de celebrar esta grande festa ignorando o aniversariante que é Cristo. Para que isso não aconteça, segue o conselho constante que a Mãe de Jesus nos dá em Medjugorje: “Queridos filhos, rezem, rezem, rezem”.
Preparemos o aniversário de Jesus com as nossas orações. Quando eu e você nos decidirmos a viver este Natal em oração, já estaremos começando a experimentar este encontro com o Menino Deus. É através da oração, desta busca de uma maior intimidade com Deus, que adentramos no castelo do Rei dos reis e nos livramos daquelas amarras de ressentimentos e lembranças amargas que nos oprimem e estragam o nosso Natal. Porém, não se iluda, meu irmão! Este “castelo” nos é revelado na pobreza da gruta de Belém, na qual o Trono de Graça se fez simples manjedoura e Aquele que detém todo poder e autoridade nas mãos manifesta-se na fragilidade de uma criança nos braços de Sua Mãe.
Somente aquele que reza consegue contemplar esses sinais escondidos que o mundo ainda não foi capaz de enxergar. Aquele que se decidir a viver o Natal em oração, com certeza, viverá um Natal mais santo, renovado e feliz. Pois o homem que reza jamais se encontra sozinho. Ele é semelhante àqueles Reis Magos que caminhavam por terras desconhecidas sob a guia de uma estrela. A luz que vinha do Alto os direcionava. O mesmo acontece com a alma orante: ela é sempre conduzida pelo Céu e para o Céu.
Que tal fazermos esta maravilhosa experiência neste tempo? Prepare-se bem para o Natal através da oração. Não deixe para rezar somente no Dia de Natal. Comece antes! Comece agora: um Santo Terço em família, ler na Bíblia as verdadeiras histórias do Natal para seus filhos, participar bem das Santas Missas durante este tempo, fazer uma boa Confissão e, nos últimos dias do Advento, rezar a Novena de Natal com os seus.
Enfim, deixe que a força da oração o guie em direção à gruta de Belém. Ali, você contemplará o Filho de Deus que se fez um de nós, e aprenderá que o Natal é a oportunidade que a humanidade tem de recordar que o verdadeiro amor consiste em doar-se até o fim com humildade e simplicidade. Ali, naquela manjedoura construída pela paz em seu coração, você poderá admirar o sorriso do Menino Jesus. E diante desse singelo sorriso, é impossível que a alma humana permaneça sofrendo na dor e na solidão!
Desejo a você e a sua família um Natal diferente dos anos anteriores: um Natal preparado em oração, um Natal que marque definitivamente este tempo novo de recomeços e retomadas na sua vida.
Um abraço fraterno!

domingo, 6 de dezembro de 2015

AQUELA GOTA DE ORVALHO

Era de manhã. Acordei ouvindo o canto dos primeiros pássaros que lá chegaram. A janela se abriu e eu pude ver uma gota de orvalho, pertinho da minha janela. Tremeluzia, refletindo o raio de sol que aparecia. Fiquei pensando comigo. Quem fez isso? Fiz uma prece ao Deus Criador e disse a mim mesmo: – Desde que Deus criou e desde que ele formou as árvores, Ele as alimenta. Vão buscar seu alimento lá no fundo da terra, mas buscam também a umidade do ar e vão bebendo e se alimentando para depois me darem os frutos. Quem criou os frutos? Quem quis a laranja, quem quis a maçã? Quem quis a pêra? Com que finalidade? É porque havia seres que ele alimentaria. Quem quis a melancia daquele tamanho? Quem quis a abóbora? Será que é por acaso que existem abóboras, melancias, mandiocas, laranjas, pêras, maçãs? Ou quem criou a Terra e fez a Terra girar para a direita e para a esquerda, para o lado para cima, para baixo, para ganhar o calor do sol e para não ficar gelada e assim produzir alimentos?

Quem fez a Terra girar na exatidão em que gira, para ter uma certa temperatura? Quem fez o oceano balançar para frente e para trás com regularidade de milésimos de segundos? Quem fez todos os astros dançarem? Quem, aqui na Terra criou o ciclo das águas? Quem criou esta folha e esta gota de orvalho, para poder fazer esta folha jogar vida na árvore e para que houvesse frutos que nós comêssemos?

Quem criou tudo isso é muito inteligente. Criou por causa de alguém, porque Deus não come. Eu era esse alguém naquela hora e outros estariam recebendo daquela pequena gota de orvalho. Então eu disse a mim mesmo: – Deus me deu esta gota de orvalho! Louvado seja Deus que pensa em tudo e sabe porque faz o que faz! Não há nenhuma gota de orvalho que nasça por acaso e se forme por acaso. O objetivo é o alimento que nós homens comeremos. Louvado seja Deus que pensou em todos os detalhes! Deus nos ama!

Padre Zezinho 

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

É preciso ser sal da terra e luz do mundo


sal 


 Sabe-se que hoje nos encontramos em um mundo em que a busca pela felicidade tornou-se tão necessária e desesperada que o verdadeiro sentido de ser feliz está cada vez mais se perdendo nas ilusões proporcionadas pela nossa sociedade atual. Devido a isso, nosso papel como cristãos se torna cada vez mais relevante para que a meta de encontrar a felicidade seja reestabelecida n’Aquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida: Jesus.


Nosso Amado Senhor nos ensina: “Vós sois o sal da terra. Ora, se o sal se tornar insosso, com que o salgaremos? Para nada mais serve, senão para ser lançado fora e pisado pelos homens (Mt 5,13). O sal, para dar sabor aos alimentos, deve manter sua capacidade de salgar e assim de modo análogo o cristão que é chamado a ser discípulo do Cristo deve ser o que é chamado a ser, ou seja, deve acolher em si o propósito de viver segundo o evangelho e de levar o amor de Deus aos outros.



Por outro lado, Jesus também diz aos seus discípulos: “Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade sobre um monte. Nem se acende uma lâmpada e se coloca debaixo do alqueire, mas na luminária, e assim ela brilha para todos os que estão na casa. Brilhe do mesmo modo a vossa luz diante dos homens, para que, vendo as vossas boas obras, eles glorifiquem vosso Pai que está nos céus” (Mt 5, 14-16). A luz, para que ilumine um recinto precisa estar exposta e não ser escondida. Da mesma forma, nós cristãos precisamos ser aqueles que levam a verdadeira Luz que vem do Cristo aos lugares obscuros da alma de todos que em uma luta incessante buscam a felicidade em lugares, pessoas e até mesmo em si próprios. Jesus nos chama a brilharmos, e de modo análogo às estrelas que brilham em meio a escuridão, assim nós também precisamos brilhar a mais bela Luz de Cristo, que é o amor.
Amados filhos do Altíssimo, que a partir de hoje sejamos cada vez mais sal da terra e luz do mundo, para que por meio do amor infinito de Deus por nós possamos ser como o sal que não se torna insosso e como a luz que nunca se apaga, dando o verdadeiro sabor de reencontrar na Luz do Amor o real sentido de ser feliz!
Deus abençoe!

Bruna Pinheiro
Comunidade Mariana Resgate
Alfenas-MG

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Advento: Aplanai os caminhos do Senhor

Não é suficiente reconhecer a urgência de aplainar os caminhos. É preciso disposição ao assumir propósitos que norteiem e reeduquem para o sentido de justiça e paz.


O tempo do Advento, sábio e indispensável período de preparação, enriquece a celebração do Natal, livrando-a das superficialidades. Importante oportunidade para o aprimoramento humano e espiritual, faz ecoar este convite irrecusável: “Aplainai os caminhos!”. A competência educativa e o conhecimento refinado de política fazem do profeta Isaías porta-voz de uma indicação preciosa para orientar os passos na superação dos mais difíceis desafios. Uma preciosidade que reluz quando se consideram os cenários da sociedade contemporânea. O convite para aplainar os caminhos é o remédio e a indispensável reação às inúmeras crateras que se abrem na vida do povo, como consequência do absurdo comprometimento do bem comum e das lamentáveis negociações da justiça.

Há rombos nas instituições, nas empresas, nas igrejas, nas famílias, nas organizações, na política e também no fundo do coração das pessoas. Esse mapa complexo revela tantas marcas nesses corações, que impedem o traçado de um equilibrado percurso. A construção cotidiana da vida fica sempre aquém das metas mínimas necessárias para a construção da paz, do grande bem que só se alcança quando a cidadania e a vivência da fé são assumidas como compromissos prioritários. E na contramão do grande sonho de se concretizar um projeto humanitário de paz, as estatísticas revelam aumento da violência, situando a sociedade brasileira entre as que vivem em pé de guerra, com incidências de mortes até mais elevadas.
O convite feito por Isaías – “Aplainai os caminhos!”– chega mais próximo de todos na voz clamante do deserto, pela figura inigualável de João Batista, na inauguração do tempo do Novo Testamento, quando o profeta anuncia a chegada de Jesus Cristo, o Príncipe da Paz, Senhor e Salvador.
Assim, este tempo precisa ser entendido como campanha para capacitar todos na missão de “construtores” desta paz desafiada não só pelos quadros de violências fatais e absurdas, como também pela busca desarvorada e mesquinha pelo dinheiro. Conduta que envenena as relações pessoais e cidadãs com a corrupção, que envergonha a nação como, lamentavelmente, desenha-se e emoldura-se o horizonte da sociedade brasileira.
Contudo, não é suficiente reconhecer a urgência de aplainar os caminhos. É preciso disposição ao assumir propósitos que norteiem e reeduquem para o sentido de justiça e paz. Proposta de vida que se constrói a partir de princípios amplamente conhecidos, mas cada vez menos vividos e que, de modo pedagógico, como fez nosso Deus, não nos custa recordar. Não é demais pautar um decálogo, não como ordem, mas um convite ao trabalho na urgente tarefa de restabelecer a paz entre nós:
1. Respeitar, pelo princípio da igualdade, incondicionalmente, cada pessoa;
2. Preservar o ambiente para superação de danos à convivência humana;
3. Lutar pelo respeito dos Direitos Humanos;
4. Investir para que cada família seja comunidade de paz;
5. Trabalhar e solidariamente repartir, para que a ninguém falte o necessário;
6. Desmantelar os esquemas geradores de conflitos, desde os desarmamentos até os litígios pessoais que comprometem o coração da paz que cada pessoa deve ter;
7. Perdoar sempre, porque não há justiça sem perdão nem paz sem amor;
8. Professar e testemunhar a fé como compromisso de fomentar a solidariedade fraterna;
9. Gostar da verdade e por ela reger diálogos e relacionamentos para ser obreiro da paz;
10. Preservar a criação pelo tratamento civilizado dos seus bens, direito de todos.
E faço aqui outro convite, desta vez, à reflexão: Você escreveria um decálogo diferente? E qual seria a sua proposta? Indispensável é assumir propósitos que possam nos levar ao amor e à paz, a uma experiência verdadeira de Natal, atendendo ao pertinente convite deste tempo: “Aplanai os caminhos!”.