segunda-feira, 18 de março de 2013

Setenário das Dores: 1º Dia



Pe. Breno incensa o passo
Neste Domingo dia 17 de Março, iniciamos o Setenário das Dores de Nossa Senhora, na paróquia de São Bento, celebrado há muitos anos com muita devoção e piedade. A festa se tornou uma tradição em Itapecerica, que antecede e prepara-nos espiritualmente para a Semana Santa
No primeiro dia do Setenário foi meditada a primeira dor da Virgem: "A profecia de Simeão". "Uma espada de dor transpassará sua alma." (Lc 2,35).

O oficiante foi Dom Sebastião Roque Rabelo Mendes (Dom Zicó) e o pregador Padre Breno Antônio dos Santos, vigário paroquial da paróquia.
Padre Breno proferiu a pregação, meditando a dor da Santíssima Virgem, que foi muito maior que dores físicas, ou as provações de nosso dia a dia. O sacerdote ressaltou ainda as dores das mães que vêem seus filhos se perderem pela drogas, pelo crime, pela fornicação.
"Pai que não pega sua filha no colo, poderá pegá-la
no colo de qualquer vagabundo"

O jovem padre falou da importância dos pais amarem seus filhos, dando-os carinho e acompanhamento. Chamando os pais a frequentarem o quarto de seus filhos, a procurarem saber o que eles precisam. A dar a eles o apoio e estrutura necessários.
Exortou também os jovens a amar mais a seus pais, respeitá-los e obedecê-los. Condenou a falta de respeito e desobediência para com os pais.
Após a pregação, reza-se três Ave-Marias, um Glória ao Pai e a jaculatória: "Fazei Virgem dolorosa que os humildes pecadores, saibam sentir as vossas dores".
Depois rezou-se o oferecimento do 1º dia e Ladainha de Nossa Senhora.
O moteto entoado foi o Vidit Suum: "Vidit suum dulcem natum morientem desolatum, dum emisit spiritum" (Ela viu seu doce filho morrendo desoladamente, quando entregou o espírito.)


Transladou-se em seguida, o Santíssimo Sacramento. Rezou-se a oração pelo Papa, conforme o rito. Logo após o coro entoou o Tantum ergo sacramentum, antigo hino eucarístico composto por Santo Tomás de Aquino.
A Bênção do Santíssimo encerrou o 1º dia do Setenário das Dores.

Comunicação Missão Kerigma,
Rafael P. Nascimento

quinta-feira, 14 de março de 2013

Bento XVI: A felicidade é Jesus de Nazaré

“A felicidade que procurais e a felicidade que tendes direito, tem um rosto e um nome: é Jesus de Nazaré”. (Bento XVI)
Essas para mim são as palavras que mais marcaram o pontificado de Bento XVI. Foram proferidas num discurso aos jovens em Colônia no dia 18 de Agosto de 2005. Essas profundas palavras ecoaram profundamente em meu coração. Desde que as conheci fiz delas uma filosofia de vida e mais que isso, uma oração. Sempre procurei repetir a outros jovens essa verdade, a felicidade plena é Cristo, e só é encontrada n’Ele.
O Pontífice disse isso, não da boca pra fora, mas relatava aos jovens a sua experiência de vida. Não tenho dúvidas de que ele viveu essa ideia na sua caminhada. Foi um homem que nada preferiu ao amor de Cristo, como ensinava São Bento, inspirador de seu nome pontifício.
Homem abnegado, não buscou aplausos, mas sim, servir a verdade ensinada por Cristo, mesmo sendo caluniado e criticado por militantes da secularização. Homem que sempre combateu as mentiras, a secularização, as heresias, a apostasia, a imoralidade, a injustiça. E por isso, muitas vezes foi incompreendido, acusado de reacionário, inquisidor e outros adjetivos semelhantes.
Não quis coroas de glória do mundo, preferiu unir-se ao Cristo crucificado e receber uma coroa de espinhos, e açoites de tantos hereges e inimigos da verdade, inimigos da Igreja. Quando jovem foi oprimido pelo regime nazista, e obrigado a servir no exército alemão na II Guerra. Relata em sua autobiografia que tentaram convencer a ele e outros colegas que fizessem o alistamento voluntário, mas recusou, alegando que queria ser padre.  Foi hostilizado e zombado pela decisão. Abandona o exército e foge para casa. Quando chega, encontra soldados americanos no local - as tropas haviam transformado a residência da família numa base improvisada. Como havia participado dos combates, foi detido num campo para prisioneiros de guerra. Em 19 de junho de 1945, é libertado pelos americanos. Após a Guerra, volta para casa e com isso segue sua caminhada religiosa.
Foi um brilhante teólogo, sendo teólogo consultor de seu bispo durante o Concílio Vaticano II. Professor de Teologia Dogmática da Universidade de Tübingen desde 1966, Ratzinger deixa a instituição em 1969, em função da radicalização do movimento estudantil (várias de suas aulas e palestras foram interrompidas por protestos). Apesar de ser considerado um reformista na época, o professor se distanciou das ideias liberais pregadas pelos estudantes, por considerá-las opostas aos ensinamentos católicos.
Mais tarde como cardeal, foi nomeado Prefeito da Congregação para doutrina da Fé. Como jamais abandonou a fé dos Apóstolos, opôs-se também à herética e materialista teologia da libertação, que era muito forte no Brasil e representada principalmente por Leonardo Boff. Este foi proibido pelo Cardeal de ensinar teologia e dar entrevistas por suas ideias heréticas e por isso se desligou da Igreja.
Em 2005 foi eleito Sucessor de Pedro. Tendo um brilhante e rico Pontificado.
Bento XVI, homem da fé, homem que preferiu a Cristo, homem do desapego, homem da caridade, homem da esperança. Ele com sua vida pregou o Evangelho. Muito obrigado, Bento XVI.

Rafael P. Nascimento

quarta-feira, 13 de março de 2013

Nota oficial: Habemus Papam


É com grande alegria e gratidão ao Espírito Santo de Deus que recebemos hoje o tão esperado anúncio: Habemus Papam. Canonicamente e legitimamente eleito o Cardeal Jorge Mario Bergoglio que adotou o nome de Francisco I. E começou seu pontificado rezando pelo seu precursor o Papa emérito Bento XVI, e também inclinando-se, pediu ao povo que rezasse por ele.
O Grupo Kerigma acolhe com alegria e reverência ao novo Sumo Pontífice. Prometemos a comunhão, a fidelidade e a obediência do Grupo a Sua Santidade Francisco I. Também agradecemos a Bento XVI pelo tesouro que deixou aos cristãos.

Rafael P. Nascimento,
Coordenador geral do Grupo Kerigma

terça-feira, 12 de março de 2013

Homilia do cardeal Sodano na missa de abertura do conclave


Amados irmãos e irmãs em Cristo, neste tempo de oração constante pela Igreja, confira a homilia do cardeal Sodano na missa de abertura do Conclave, hoje, 12 de março.


"Queridos concelebrantes, distintas autoridades, irmãos e irmãs no Senhor!

"Cantarei, eternamente, as bondades do Senhor" é o canto que mais uma vez ressoou junto ao túmulo do apóstolo Pedro nesta ora importante da história da Santa Igreja de Cristo. São as palavras do Salmo 88 que afloraram em nossos lábios para adorar, agradecer e suplicar ao Pai que está nos céus. "Misericordias Domini in aeternum cantabo": é o bonito texto latino, que nos introduziu na contemplação d'Aquele que sempre vela com amor a sua Igreja, sustentado-a em seu caminho ao longo dos séculos e vivificando-a com o seu Espírito Santo.

Também nós hoje com tal atitude interior queremos oferecer-nos com Cristo ao Pai que está nos céus para agradecer-lhe pela amorosa assistência que sempre reserva à sua Santa Igreja e em particular pelo luminoso Pontificado que nos concedeu com a vida e as obras do 265º Sucessor de Pedro, o amado e venerado Pontífice Bento XVI, ao qual neste momento renovamos toda a nossa gratidão.

Ao mesmo tempo hoje queremos implorar do Senhor que mediante a solicitude pastoral dos padres cardeais queira em breve conceder outro Bom Pastor à sua Santa Igreja. Certamente, auxilia-nos nesta ora a fé na promessa de Cristo sobre o caráter indefectível da sua Igreja. De fato, Jesus disse a Pedro: "Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (cf. Mt 16,18).

Meus irmãos, as leituras da Palavra de Deus que acabamos de ouvir podem nos ajudar a compreender melhor a missão que Cristo confiou a Pedro e a seus sucessores.

1. A mensagem do amor

A primeira leitura repropôs-nos um célebre oráculo messiânico da segunda parte do livro de Isaías, aquela parte que é chamada "o Livro da consolação" (Is 40-66). É uma profecia dirigida ao povo de Israel destinado ao exílio na Babilônia. Deus anuncia para o povo de Israel o envio de um Messias cheio de misericórdia, um Messias que poderá dizer: "O espírito do Senhor repousa sobre mim... enviou-me a levar a boa nova aos humildes, curar os corações doloridos, anunciar aos cativos a redenção, aos prisioneiros a liberdade, proclamar um ano de graças da parte do Senhor" (Is 61,1-3).

O cumprimento de tal profecia realizou-se plenamente em Jesus, vindo ao mundo para tornar presente o amo do Pai pelos homens. É um amor que se faz notar particularmente no contato com o sofrimento, a injustiça, a pobreza, com todas as fragilidades do homem, tanto físicas quanto morais. É conhecida, a esse propósito, a célebre Encíclica do Papa João Paulo II 'Dives in misericordia', que acrescentava: "o modo e o âmbito em que se manifesta o amor são chamados na linguagem bíblica 'misericórdia'" (Ibidem, n. 3).

Esta missão de misericórdia foi confiada por Cristo aos pastores da sua Igreja. É uma missão que empenha todo sacerdote e bispo, mas empenha ainda mais o bispo de Roma, pastor da Igreja universal. De fato, Jesus disse a Pedro: "Simão, filho de João, amas-me mais do que estes?... Apascenta os meus cordeiros" (Jo 21,15). É conhecido o comentário de S. Agostinho a essas palavras de Jesus: "seja, portanto, missão do amor apascentar o rebanho do Senhor"; "sit amoris officium pascere dominicum gregem" (In Iohannis Evangelium, 123, 5; PL 35, 1967).

Na realidade, é este amor que impele os Pastores da Igreja a realizar a sua missão de serviço aos homens de todos os tempos, do serviço caritativo mais imediato até o serviço mais alto, o serviço de oferecer aos homens a luz do Evangelho e a força da graça.

Assim o indicou Bento XVI na mensagem para a quaresma deste ano (cf. n. 3). De fato, lemos em tal mensagem: "De fato, por vezes tende-se a circunscrever a palavra 'caridade' à solidariedade ou à mera ajuda humanitária; é importante recordar, ao invés, que a maior obra de caridade é precisamente a evangelização, ou seja, o 'serviço da Palavra'. Não há ação mais benéfica e, por conseguinte, caritativa com o próximo do que repartir-lhe o pão da Palavra de Deus, fazê-lo participante da Boa Nova do Evangelho, introduzi-lo no relacionamento com Deus: a evangelização é a promoção mais alta e integral da pessoa humana. Como escreveu o Servo de Deus Papa Paulo VI, na Encíclica 'Populorum progressio', o anúncio de Cristo é o primeiro e principal fator de desenvolvimento (cf. n. 16)".

2. A mensagem da unidade

A segunda leitura é extraída da Carta aos Efésios, escrita pelo apóstolo Paulo justamente nesta cidade de Roma durante a sua primeira prisão (anos 62-63 d.C.).

É uma leitura sublime na qual Paulo apresenta o mistério de Cristo e da Igreja. Enquanto a primeira parte é mais doutrinal (cap. 1-3), a segunda, onde se insere o texto que ouvimos, é de tom mais pastoral (cap. 4-6). Nesta parte Paulo ensina as conseqüências práticas da doutrina apresentada antes e começa com um forte apelo à unidade eclesial: "Exorto-vos, pois – prisioneiro que sou pela causa do Senhor - que leveis uma vida digna da vocação à qual fostes chamados, com toda a humildade, mansidão, e paciência. Suportai-vos caridosamente uns aos outros. Esforçai-vos por conservara unidade do Espírito no vínculo da paz (Ef 4,1-3)".

S. Paulo explica em seguida que na unidade da Igreja existe uma diversidade de dons, segundo a multiforme graça de Cristo, mas essa diversidade está em função da edificação do único corpo de Cristo: "A uns ele constituiu apóstolos; a outros, profetas; a outros, evangelistas, pastores, doutores, visando o aperfeiçoamento dos cristãos, e o trabalho na obra da construção do corpo de Cristo" (cf. 4,11-12).

É justamente para a unidade do seu Corpo Místico que Cristo em seguida enviou o seu Espírito Santo e, ao mesmo tempo, estabeleceu os seus Apóstolos, entre os quais Pedro tem a primazia como o fundamento visível da unidade da Igreja.

Em nosso texto São Paulo ensina-nos que também todos nós devemos colaborar para edificar a unidade da Igreja, porque para realizá-la é necessária "a colaboração de cada conexão, segundo a energia própria de cada membro" (Ef 4,16). Todos nós, portanto, somos chamados a cooperar com o sucessor de Pedro, fundamento visível de tal unidade eclesial.

3. A missão do Papa

Irmãos e irmãs no Senhor, o Evangelho de hoje reconduz-nos à última ceia, quando o Senhor disse aos seus Apóstolos: "Este é o meu mandamento: que vós ameis uns aos outros, com eu vos amei" (Jo 15,12). O texto se une assim também à primeira leitura do profeta Isaías sobre o agir do Messias, para recordar-nos que a atitude fundamental dos Pastores da Igreja é o amor. É aquele amor que nos impele a oferecer a própria vida pelos irmãos. De fato, Jesus nos diz: "ninguém tem um amor maior do que este: dar a vida pelos próprios amigos" (Jo 15,12).

A atitude fundamental de todo bom Pastor é, portanto, dar a vida por suas ovelhas(cfr Jo10,15). Isto vale, sobretudo, para o Sucessor de Pedro, Pastor da Igreja universal. Porque quanto mais alto e mais universal é o ofício pastoral, tanto maior deve ser a caridade do Pastor. Por isto no coração de todo Sucessor de Pedro sempre ressoaram as palavras que o Divino Mestre dirigiu um dia ao humilde pescador da Galileia: "Diligis me plus his? Pasce agnos meos... pasce oves meas"; "Amas-me mais do que estes? Apascenta os meus cordeiros... apascenta as minhas ovelhas!" (cf. Jo 21,15-17).

No sulco deste serviço de amor pela Igreja e pela humanidade inteira, os últimos Pontífices foram artífices de muitas iniciativas benéficas também para os povos e a comunidade internacional, promovendo sem cessar a justiça e a paz. Rezemos para que o futuro Papa possa continuar esta incessante obra em nível mundial.

Ademais, este serviço de caridade faz parte da natureza íntima da Igreja. Recordou-nos isso o Papa Bento XVI dizendo-nos: "também o serviço da caridade é uma dimensão constitutiva da missão da Igreja e é expressão irrenunciável da sua própria essência" (Carta Apostólica em forma de Motu proprio 'Intima Ecclesiae natura', 11 de novembro de 2012, proêmio; cf. Carta Encíclica 'Deus caritas est', n. 25).

É uma missão de caridade que é própria da Igreja, e de modo particular é própria da Igreja de Roma, que, segundo a bela expressão de S. Inácio de Antioquia, é a Igreja que "preside à caridade"; "praesidet caritati" (cf. Ad Romanos, praef.: Lumen gentium, n. 13).

Meus irmãos, rezemos a fim de que o Senhor nos conceda um Pontífice que realize com coração generoso tal nobre missão. É o que Lhe pedimos por intercessão de Maria Santíssima, Rainha dos Apóstolos, e de todos os Mártires e Santos que ao longo dos séculos deram glória a esta igreja de Roma. Amém!"

Cardeal Angelo Sodano

segunda-feira, 11 de março de 2013

Dom Gil: "A fumaça branca anunciará que não somos mais órfãos"

CONCLAVE: MOMENTO DE FÉ! OREMOS JUNTOS!

O tão esperado Conclave tem seu início. Ele não é apenas uma sessão eleitoral. É uma verdadeira Liturgia.  Toda a Igreja participa dele de alguma forma, e a forma mais forte é a espiritual. Quem tem no peito o calor da fé, a presença de Deus, sabe que o que se pretende com o conclave não é apenas escolher um chefe, mesmo porque o chefe da Igreja não é o Papa, mas é Cristo. Pretende-se cumprir o desejo de Cristo de haver um só pastor que una, simbolize e realize a unidade desejada por Cristo (cf. Jo.17, 21) e reja seu povo pelas sendas da Palavra de Deus rumo aos caminhos dos Senhor que, por fim, nos leva aos céus. O Papa é o pastor visível, vigário do Pastor invisível que é Cristo Senhor, ressuscitado dos mortos, vivo entre nós. Foi Ele quem disse: “Onde dois ou mais estiverem reunidos no meu nome, eu estarei no meio deles.” (Mt. 18,20)
O Papa não é sucessor de Cristo, pois Cristo não tem sucessores. É sucessor de Pedro a quem Cristo entregou as chaves da sua Igreja, dando-lhe poderes de ligar e desligar, conforme nos narra o Santo Evangelho: Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela ( Mt. 16, 13-19).
O conclave se reúne para rezar, invocar o Espírito Santo para escolher aquele que está no coração de Deus com o destino de dirigir os caminhos da Igreja de Cristo que congrega na terra os seus fieis seguidores, hoje em número aproximado de dois bilhões.
As sessões eleitorais estão envoltas na oração comunitária e pessoal dos cardeais e de toda a Igreja que os acompanha das mais variadas partes do globo terrestre. [...] A Igreja toda entra agora em Conclave e espera a manifestação de Deus!
A fumaça branca anunciará que não estamos mais órfãos; antecipará as vestes brancas do pastor universal que se aproximará do balcão de São Pedro após o anúncio do Habemus Papam; lembrará a brancura da alma de Maria Santíssima, Mãe da Igreja e refletirá a candura da Santa Eucaristia, sinal mais evidente da presença de Cristo entre nós. Viva a Igreja!

+ Gil Antônio Moreira
Arcebispo metropolitano de Juiz de Fora

Texto recebido por e-mail e adaptado para publicação neste blog.

sábado, 9 de março de 2013

Os pecados da Igreja (?!)

As portas do inferno não prevalecerão.
A medida que assistimos o noticiário ou lemos os jornais, encontramos ferrenhas críticas à Igreja Católica sobre os escândalos de corrupção dentro do Vaticano ou ainda, aquelas histórias já bem conhecidas de pedofilia, traição do celibato por parte de alguns clérigos etc. A sensação que tenho é que os meios de comunicação, muitas vezes com critérios bem baixos, vão empurrando informações, na maioria das vezes incompletas. Por isso, começo dizendo que um bom católico não deve acreditar em toda reportagem que lê. Se quer saber notícias do que está acontecendo no conclave, em Roma e na Igreja como um todo acesse o site da Santa Sé, ou do L'Osservatore Romano que é o jornal do Vaticano, ou a Rádio Vaticana. Saibam, queridos leitores, que nossos telejornais e periódicos são marcados por muitas ideologias. Ninguém está preocupado se é assim mesmo que as coisas acontecem. Tem que haver manchete bombástica pra vender bastante, pra dar audiência. Então se ler algo ou ver alguma notícia, liguem o senso crítico!

Entrando de vez no assunto desse artigo, confesso achar estranho aqueles que se escandalizam com os escândalos (desculpem a brincadeira rsrs). Quando fala: "corrupção na Igreja" alguns fazem, em coro, um "Ohhhhhhh não é possivel!!!" que parece coisa de outro mundo. Entendo que isso não é esperado de uma instituição que prega Jesus Cristo, mas não é preciso tanto estardalhaço. Sinceramente, devíamos estar igualmente preocupados com outros escândalos nacionais que afetam-nos diretamente como a corrupção dos parlamentares, às vezes na própria cidade onde moramos, bem próximos de nós.

Alguns que se dizem católicos abandonam a Igreja depois de tomarem conhecimento destes episódios. Isso mostra a sua pequena compreensão eclesial. Quem enxerga na Igreja uma instituição meramente humana com alguns ideais mais nobres pode realmente abater-se com as notícias nem sempre boas que a gente escuta. Mas quem olha com o olhar da fé e compreende que se trata de uma instituição humana - sim! - e por isso passível de erros, mas com fundamento divino - e por isso santa! - não deixa a barca de Pedro. Se eu disser que não há escândalos, que todos os padres são santos e perfeitos, que os bispos são homens sem pecado, seria o maior mentiroso. Sou seminarista, sei dos meus erros. Assim como qualquer católico fica chateado quando ouve algo desagradável da Igreja, eu também fico. Imagine você, caro leitor, o que é para nós seminaristas e padres escutarmos duras críticas aos casos de pedofilia, por exemplo, e não ter justificativa alguma, pois para esse tipo de crime, nenhuma justificativa bastaria... Uma coisa, entretanto, podemos afirmar: a Igreja não erra porque ela, em si, não é humana. Mas os membros da Igreja erram, porque são humanos. Salve-nos, então, a Igreja celeste, que já está na glória!

Quero encerrar narrando um fato que ocorreu na UFOP, certa vez, que a escritora divinopolitana Adélia Prado protagonizou quando lá foi para uma espécie de mesa redonda. Quem narrou foi um padre formador aqui do Seminário. Perguntaram assim para Adélia: "a senhora é uma católica que vai à Missa todos os dias, de comunhão frequente, não se sente envergonhada com os escândalos de pedofilia na Igreja?". Adélia, sábia e profunda que é, respondeu: "pedófilo pode ser o senhor (referindo-se ao repórter), prostituta pode ser eu ou a senhora (referindo-se à outra repórter)". Interrompida pela entrevistadora: "mas a senhora, uma mulher tão distinta, seria capaz disso?". De modo muito sucinto, arrematou: "todo ser humano é capaz disso... basta ser humano". 

Numa leitura espiritual disso que a poetisa disse, podemos entender que não cabe a nós julgarmos os escândalos dos pastores da Igreja, mas rezar por eles e solidarizarmos. Ser solidário não é ser conivente. Não somos perfeitos e acabados. Temos nossas corrupçõezinhas diárias... um troco errado que a gente não devolve, um papel de bala que a gente joga na rua, uma fofoca que a gente passa pra frente... Jesus não veio para os justos, mas para os pecadores. Quem pressupõe a própria justiça, não necessita de ajuda divina. A Igreja sabe das limitações de seus cardeais, bispos, padres, seminaristas, povo... por isso pede constantemente "Vinde Espírito Santo! Vinde em auxílio das nossas fraquezas".

Se pode ficar alguma lição disso tudo, que fique esta: os erros dos líderes da Igreja não a desmerecem. A nossa fé em Cristo não depende diretamente da índole dos seus ministros. Isso não justifica o erro deles, obviamente, mas nos ajuda a manter a fé firme diante de tantas notícias ruins.

Seu irmão,
Sem. Gregory Rial

PS: Deixo como sugestão esse magistral vídeo do Pe. Paulo Ricardo cujo título é: Como ainda crer na santidade da Igreja?

Conclave tem início no dia 12 de março

O porta-voz do vaticano divulgou a data do conclave, que será na próxima terça-feira dia 12. Durante o período das votações, os cardeais não poderão receber informações externas durante a reunião, nem poderão ler jornais, ouvir rádio, assistir à TV ou acessar a internet, como prevê a Constituição Apostólica.
Os 115 cardeais eleitores se transferirão para o Domus Santa Marta (local que hospeda os cardeais durante o conclave) às 3h (7h em Roma) da próxima terça-feira, dia 12. A informação foi divulgada oficialmente pelo porta-voz do Vaticano, Padre Federico Lombardi, na manhã deste sábado, 9. Além disso, está prevista para às 8h e às 15h – com a possibilidade de variação de uma hora a menos caso as votações sejam concluídas antecipadamente – a produção da famosa fumaça que é produzida após a conclusão de cada votação do Conclave.
Os cardeais não terão que passar por revista para entrar na Capela Sistina, local do conclave. Já os funcionários e demais pessoas devem ter de se submeter a um detector de dispositivos. Durante o período de reclusão para a escolha do novo Papa, os cardeais poderão se confessar.

A capela está fechada para a visitação turística desde a última terça-feira (5) e recebe os preparativos para a eleição. Decorada com afrescos dos maiores artistas do Renascimento, como Michelangelo e Rafael, ela fica dentro da ala de museus do Palácio Apostólico, na Cidade do Vaticano.

No primeiro dia de conclave, 12, os cardeais seguirão a seguinte programação:
Às 06h (10h em Roma) é celebrada a Missa Pro Eligendo Pontifice, a qual abre oficialmente os trabalhos do Conclave.
Às 11h45 (15h45 em Roma) – os cardeais saem do Domus Santa Marta e se dirigem ao Palácio Apostólico.
Às 12h30 (16h30 em Roma) – Os cardeais fazem a procissão da Capela Paulina, localizada no Palácio Apostólico, até a Capela Sistina.
Às 12h45 (16h45 em Roma) – Acontece o juramento e logo em seguida, o Extra Omens, através do qual é dada a ordem para que somente os cardeais eleitores permaneçam no local.
Logo em seguida, será realizada uma reflexão presidida pelo Cardeal Prospech Grech e depois, a primeira votação.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Nota de pesar

NOTA DE PESAR
 
Itapecerica, 01 de março de 2013
O grupo de jovens Kerigma, seu núcleo de serviços, coordenadores e fundadores manifestam seu profundo pesar pelo falecimento do sr. Geraldo D'Alessandro, pai da serva do grupo, Flávia Cristina. Embora cheios de dor indescritível, sabemos que a morte não tem a última palavra. Disse Jesus: "Eu sou a ressurreição e a vida. Todo aquele que crer em mim, ainda que esteja morto, viverá". Nesta certeza da nossa fé, unimo-nos em oração à família e manifestamos nosso apoio.

Que a paz de Cristo reine em nossos corações,

Rafael Paulino Nascimento
Coordenador da Missão Kerigma

Joyce Rezende Chagas
Secretária