terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Planeje seu futuro

É chegado o fim do ano. Novo tempo vai começar. Renascem em nós novas esperanças. E quando chega a meia noite do dia 31 de dezembro, a festa de acolhida do ano novo explode em gritos de alegria e oração: feliz ano novo! É a celebração do fim de um tempo e o início de outro. A troca de presentes, os desejos de “boas festas”, as brincadeiras em forma de simpatias, as vestes brancas e até guloseimas específicas, fazem parte desse momento inaugural de um ano novo.

Costumamos planejar novos passos com atitude forte e decidida: neste ano vou cuidar mais da minha saúde; vou estudar com mais afinco; vou ser mais organizado em minhas tarefas; não vou gastar dinheiro com supérfluos... Mas, passados alguns dias, a magia do ano novo vai se perdendo e a rotina volta a insistir; o cansaço do trabalho, o desgaste nas relações, o stress e outros problemas pessoais vão trazendo de volta a mesmice da vida; esquecemos os projetos e objetivos elaborados no rito de passagem do ano. Assim, corremos o risco de não realizar os sonhos planejados. O pior é quando esquecemos o planejamento anterior e traçando planos para o futuro sem sequer avaliarmos o ano que passou. Isso acontece com quem não sabe aonde quer chegar.

Surge assim a necessidade de reservar um momento para o planejamento pessoal de vida. Trata-se de colocar no papel os sonhos que queremos realizar, traçar metas, objetivos, estratégias para o ano: o que necessito realizar? Quando? Onde? Como fazer?


Quem planeja suas ações, tem consigo a direção da sua existência, embora nem sempre seja possível guiar a vida para onde desejamos. Quem se deixa levar pelo acaso, assume as consequências de um futuro medíocre.

Antes de começar o seu ano novo, tome uma decisão firme e positiva de fazer no presente a base para o seu futuro. Avalie e planeje, com o cuidado de traçar estratégias possíveis de serem concretizadas. Em algum momento do ano, é preciso avaliar o desempenho do plano de vida e se preciso for, dar novos rumos a ele. Assim como a semente plantada no campo necessita ser cultivada, nossos sonhos e planos também devem ser bem cuidados: só assim poderão germinar, nascer, crescer e dar frutos.

Essencial nesse processo é a confiança na Luz Divina, que ilumina nossos passos e encaminha nossos planos. Não se trata de entregar a Deus toda a responsabilidade dos rumos de nossa existência, como se não tivéssemos nada com isso. Ao mesmo tempo, não podemos deixar o curso de nossa história sob a ação do acaso e do destino. Precisamos tomar nas mãos a responsabilidade de construir a história, guiados e iluminados por Deus. O tempo é de Deus, a Ele devemos nossa existência e para Ele voltaremos. Precisamos planejar a vida para oferecer o melhor de nós mesmos para a construção de uma história bem feita. Planejar o tempo é dar impulso ao projeto de Deus em nós.

Um bom ano novo vai depender dos sonhos que planejamos agora, do cultivo durante o ano e da abertura à força inspiradora de Deus na realização dos projetos. Que você comece bem o ano novo e receba muitas bênçãos de Deus para os seus sonhos. É só começar!

Ir. José Torres, CSsR.



segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Passos para a conversão

Nossa conversão é a ação do Espírito Santo em nós.


Queremos aprender e nos deixar transformar pelo Senhor. Após meditar no cantinho de ontem (29) sobre a graça da conversão que nos é dada, vamos falar sobre os sete passos para a conversão que nos foi apresentado?

1 - Onde acontece a minha conversão? Onde eu estou.

Aconteceu aquele problema, aquela surpresa, mas Deus estava e sempre estará com você em todos os momentos. O lugar da sua conversão é o lugar onde você está agora, porque a seu lado está o Senhor. Não importa o problema e a dificuldade pela qual você está passando com algumas pessoas. Nada disso pode atrapalhar a sua conversão. Esta se dá onde você está, aí neste lugar, neste problema, nesta situação. Não queria resolver situações pendentes, para só depois buscar se converter. Quem pensa assim, sempre arruma uma desculpa para deixar a sua conversão para depois.

Não queira fugir da sua realidade, pois é nela que Deus quer realizar uma obra em sua vida. O Senhor está na situação em que você se encontra. Ele está na sua realidade. Não despreze nada que possa ajudá-lo a se converter, nem a dor, nem pessoas, nem situações. Aproveite de tudo isso, pois não existe nada que não possa ser utilizado por Deus para sua conversão. Dessa forma, por causa dela [conversão], não fixe os olhos nas pessoas e nas situações. Para o seu bem, para que ela ocorra, não se fixe nas pessoas. Não olhe para elas, olhe “através” delas. Pois a meta é a conversão!

Não pergunte onde Deus está. Acredite e proclame que o Senhor está com você!

2 - Nossa conversão é a ação do Espírito Santo em nós.

O que devemos fazer é tornar nosso coração sensível às moções do Espírito. A missão d’Ele é nos santificar, mas nós temos o coração fechado para escutá-las [moções d’Ele]. Por isso, precisamos abrir o coração aos apelos d’Ele. É preciso ser obediente ao que Ele nos fala. É necessário entrar na “escola da sensibilidade e da obediência”.

3 - Aceite que um caminho de transformação é uma “porta estreita”.

“Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduzem à perdição e numerosos são os que por aí entram. Estreita, porém, é a porta e apertado o caminho da vida e raros são os que o encontram” (Mt 7, 13-14).

O mundo oferece caminhos e portas largas e tem feito a sociedade se acostumar com isso. Contudo, você precisa passar pela “porta estreita”, ela é o caminho que nos conduz à santidade. É necessário perceber “quem” ou “o que” é a “porta estreita da sua vida”, que faz com que você seja mais misericordioso, mais paciente, mais corajoso, entre outros. Mas muitos de nós queremos nos ver livres desse “caminho apertado” e dessa “porta estreita”. Jesus diz que poucos a encontrarão. E você? Já conheceu a sua?

4 - Quero realmente me converter? Quero realmente mudar de vida?

É preciso ter humildade para escutar o que pensam e o que falam de nós. Então, escute o que as pessoas têm a dizer sobre você e, diante de Nosso Senhor, pergunte: “O que há de verdade disso que estão dizendo sobre mim?” Pois, todos somos como um baú, que tem coisas boas e coisas ruins.

Quantas vezes, eu ouvi tantas coisas e voltei para casa chorando e, graças a Deus, chorei no colo dos meus familiares e de amigos. Pessoas que me disseram que eu era autossuficiente, arrogante, etc. O que você escuta e o tira do sério é porque talvez possua um pouco de verdade. É tempo de mudança, e se você quiser mudar realmente, este é o tempo propício. Nosso Senhor espera de nós uma verdadeira conversão!

5 - Conversão é uma escolha que eu faço!

A sua conversão não é uma escolha de ninguém. É uma escolha muito pessoal. É você que quer mudar, que quer ser melhor, que quer ser de Deus. Portanto, a escolha é sua!

6 - O tempo da conversão é agora.

Nosso Senhor nos dá um tempo para a nossa conversão, e este tempo é agora. Neste momento, neste lugar. Aí onde você está, não existe outro lugar. É preciso valer-se de tudo para a conversão.

7 - Converter-se pela oração. Retirar-se com Jesus.

Retire os olhos das pessoas, dos fatos. Você e eu precisamos aprender a ir mais para o “deserto” a fim de sermos transformados e abençoados. E assim nos converter com a oração e a meditação da Palavra de Deus.

Passe para outras pessoas esses sete passos. É tempo de conversão. Quem se converte, aproxima-se cada vez mais de Nosso Senhor Jesus Cristo. É preciso oferecer ao seu coração o que mais ele deseja e necessita: Nosso Senhor.

A paz.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Santo do dia - São Domingos de Silos

Os santos da Igreja de Cristo foram verdadeiros luzeiros para o mundo, pois levaram com sua vida e palavras a Luz do Mundo que é Jesus Cristo. São Domingos nasceu em Cañas, vila da província de Navarra (Espanha), isto no ano 1000, dentro de uma humilde família cristã.
Quando o pai do pastorinho de ovelhas Domingos enxergou a inclinação do filho para os estudos religiosos, tratou logo de encaminhar Domingos para a formação que o levou – por vocação – ao Sacerdócio. Ordenado Sacerdote, passou mais de um ano na família e depois viveu dezoito meses na solidão. Com o passar do tempo entrou para a família beneditina, ingressando no mosteiro de Santo Emiliano, onde logo foi feito mestre dos noviços pelo abade do mosteiro. Em seguida, foi encarregado de restaurar o priorado de Santa Maria de Cañas. Após isso, foi feito prior do mosteiro de Santo Emiliano. Um dia, o príncipe de Navarra, sem dinheiro para as suas guerras, veio ao mosteiro exigir uma contribuição exorbitante. Os monges estavam dispostos a ceder, mas o prior deu uma recusa humilde e categórica. Fugindo da vingança do príncipe, Domingos exilou-se em Burgos onde Fernando Magno, rei de Castela e Aragão, recebeu o fugitivo em seu palácio. São Domingos retirou-se, todavia, para um eremitério fora da cidade. O rei pensou então no mosteiro de São Sebastião de Silos, quase abandonado, e deu-o ao recém-chegado, a 14 de janeiro de 1041.
Na Ordem de São Bento, São Domingos de Silos descobriu seu chamado a uma contemplação profunda e ações que salvassem almas, sendo assim recebeu de um anjo em sonho a promessa de 3 coroas que significavam: uma por ter abandonado o mundo mal e se ter encaminhado para a vida perfeita; outra por ter construído Santa Maria de Cañas e ter observado castidade perfeita; e a terceira pela restauração de Silos. De fato, esta última coroa se realizou perfeitamente, pois durante os 30 anos de pai (abade) no mosteiro de São Sebastião em Silos, este local tornou-se centro de cultura e cenáculo de evangelização para a Igreja e o Mundo. O abade de Silos faleceu a 20 de dezembro de 1073, entre os seus numerosos filhos espirituais e assistido pelo Bispo de Burgos. Foi sepultado no claustro.
São Domingos amado pelo povo e respeitado por reis e rainhas, operou em vida e também depois da morte muitos milagres, os quais provaram com clareza o quanto se encontra no Céu tão íntimo, quanto buscava ser aqui na terra. Em 1076, o Bispo de Burgos transferiu o corpo de São Domingos para a igreja de São Sebastião. E a abadia foi perdendo pouco a pouco o nome de São Sebastião para adotar o de São Domingos.
São Domingos de Silos, rogai por nós!

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

É Natal!

"Quando chega o Natal, gosto de contemplar as imagens do Menino Jesus. Essas figuras, que nos mostram o Senhor tão humilhado, recordam-me que Deus nos chama, que o Onipotente quis apresentar-se desvalido, quis necessitar dos homens. Da gruta de Belém, Cristo diz a mim e a você que precisa de nós; reclama de nós uma vida cristã sem hesitações, uma vida de doação, de trabalho, de alegria.

Não conseguiremos jamais o verdadeiro bom humor se não imitarmos deveras Jesus, se não formos humildes como Ele. Insistirei de novo: vemos onde se oculta a grandeza de Deus? Num presépio, nuns paninhos, numa gruta. A eficácia redentora de nossas vidas só se produzirá se houver humildade, se deixarmos de pensar em nós mesmos e sentirmos a responsabilidade de ajudar os outros.


É normal, às vezes até entre almas boas, criarem-se conflitos íntimos, que chegam a produzir sérias preocupações, mas que carecem de qualquer base objetiva. Sua origem está na falta de conhecimento próprio, o qual conduz à soberba, ao desejo de se tornarem o centro da atenção e estima de todos, à preocupação de não ficarem mal, de não se resignarem a fazer o bem e desaparecer à ânsia de segurança pessoal. E, assim, muitas almas que poderiam gozar de uma paz extraordinária, saborear um imenso júbilo, transformam-se, por orgulho e presunção, em infelizes e infecundas!

Cristo foi humilde de coração (cf. Mt 11,29). Ao longo da sua vida, não quis para si nenhuma coisa especial, nenhum privilégio. Começa por permanecer nove meses no seio de Sua mãe, como qualquer outro homem, com extrema naturalidade. O Senhor sabia de sobra que a humanidade necessitava d'Ele com urgência. Tinha, portanto, fome de vir à Terra para salvar todas as almas, mas não precipita o tempo. Ele vem na Sua hora, como chegam ao mundo os outros homens. Desde a concepção até o nascimento, ninguém - a não ser São José e Santa Isabel - percebe esta maravilha: Deus veio habitar entre os homens!

O Natal também está rodeado de uma simplicidade admirável: o Senhor vem sem estrondo, desconhecido de todos. Na Terra, só Maria e José participam da divina aventura. Depois, os pastores, avisados pelos anjos. Mais tarde, os sábios do Oriente. Assim se realiza o fato transcendente que une o céu à terra, Deus ao homem!

Como é possível tanta dureza de coração, que cheguemos a nos acostumar a estes episódios? Deus humilha-se para que possamos nos aproximar d'Ele, para que possamos corresponder ao Seu amor com o nosso amor, para que a nossa liberdade se renda não só ante o espetáculo do Seu poder, como também ante a maravilha da Sua humildade.

Grandeza de um Menino que é Deus. Seu Pai é o Deus que fez os céus e a terra, e Ele ali está, num presépio, quia non erat eis locus in diversorio (Lc 2,7) - porque não havia outro lugar na terra - para o dono de toda a Criação. ('É Cristo que passa', 18)

Nosso Senhor dirige-se a todos os homens para que caminhem ao Seu encontro, para que sejam santos. Não chama só os Reis Magos, que eram sábios e poderosos; antes disso, tinha enviado aos pastores de Belém, não já uma estrela, mas um de seus anjos (Lc 2,9). No entanto, quer uns quer outros - sejam pobres ou ricos, sábios ou menos sábios - devem fomentar na sua alma uma disposição humilde que permita escutar a voz de Deus. ('É Cristo que passa', 33)

"Hoje, brilhará sobre nós a luz, porque nasceu para nós o Senhor!" Eis a grande novidade que comove os cristãos e, por meio deles, dirige-se à humanidade inteira. Deus está aqui! Esta verdade deve tomar posse de nossas vidas. Cada Natal deve ser para nós um novo encontro especial com Deus, que deixe a Sua luz e a Sua graça penetrarem até o fundo da nossa alma. ('É Cristo que passa', 12)"

São Josemaria Escrivá


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terça-feira, 10 de dezembro de 2013

A Igreja em estado de Advento

Uma das imagens mais lindas, carregadas de sentido humano e cristão é a da gravidez. Encanta-me encontrar, como acontece com frequência no ambiente amazônico em que vivo, casais que pedem a bênção para a esposa que se aproxima do parto da criança, acolhida como dom de Deus. É a festa da vida e da esperança, a teimosia positiva de pessoas que acreditam que filho não é trabalho, mas bênção de Deus. De fato, "os filhos são herança do Senhor, é graça sua o fruto do ventre. Como flechas na mão de um guerreiro são os filhos gerados na juventude. Feliz o homem que tem uma aljava cheia deles" (Sl 127, 3-5).

A Igreja no tempo do Advento se assemelha a esta linda imagem humana, pois está grávida da graça e da presença salvadora de seu Senhor. Aquele que um dia voltará, e certa como a aurora é a sua vinda (Cf. Os 6,3), vem a nós de novo. "A Igreja deseja ainda ardentemente fazer-nos compreender que o Cristo, assim como veio uma só vez a este mundo, revestido da nossa carne, também está disposto a vir de novo, a qualquer momento, para habitar espiritualmente em nossos corações com a profusão de suas graças, se não opusermos resistência" (Cf. Cartas Pastorais de São Carlos Borromeu, bispo - Acta Eclesiae Mediolanensis, t. 2, Lugduni, 1683, 916-917). O "estado de gravidez" da Igreja em tempo de Advento traz consigo consequências para a vida dos cristãos, que queremos chamar de "Virtudes do Advento", como proposta para as pessoas e as comunidades.

O ponto de partida é a necessidade profunda do Redentor. Não somos capazes de nos redimir por nós mesmos e de oferecer um sentido profundo à existência. Há uma iniciativa gratuita de Deus, que vem ao encontro da humanidade (Cf. Juan Ordoñez Marques, Teologia y Espiritualidad del Año liturgico, pág. 213, BAC, Madrid, 1978). Nossa boa vontade humana é insuficiente! Carecemos de Deus, de sua presença e de seu amor salvador! Uma humanidade sem Cristo é decadente, escorrega para o vazio absoluto. Deus preparou seu povo, através de gerações de homens e mulheres, dentre os quais se destacam os que, considerados pequeno resto dos pobres de Israel, permaneceram fiéis à promessas antigas. Também hoje, diante das promessas de Deus, que é fiel, multiplicam-se os que não duvidam de sua palavra.

A esperança é a virtude própria dessa gente, e queremos fazer parte dela! Quem a vive toma consciência da necessidade do Cristo que vem, abre-se para viver com fidelidade a ele e aponta a bússola de sua vida para a eternidade, onde Deus será tudo em todos. Não espera apenas o dia de amanhã, ou quem sabe uma visita que se anuncia e nem mesmo os eventuais benefícios que a vida oferece, mas espera Deus e espera tudo de Deus.

Viver a virtude da esperança leva o cristão à oração diante da promessa de Deus. E oração cristã é feita com humildade, sinceridade, abertura à

vontade de Deus e obediência. Rezar e rezar melhor é próprio do Tempo de Advento. A melhor oração de Advento é a participação na Santa Missa, acompanhando a liturgia de um tempo rico do mistério de Deus. Depois, a oração em família, a Novena de Natal e a oração com a Bíblia, na leitura orante da Palavra de Deus.

Quem espera em Deus e tudo espera dele vive desde já o objeto de sua esperança, sendo fiel e responsável diante dos apelos do próprio Senhor. Como as gerações que precederam a vinda do Salvador viveram como se estivessem vendo o invisível, os cristãos de nosso tempo não podem deixar para amanhã o bem a ser feito. Sua fidelidade a Deus se manifesta na vivência da caridade, a experiência da partilha dos bens espirituais e materiais. É o sentido dos muitos gestos de "Natal sem fome" ou, entre nós, "Belém, a casa do pão", assim como a grande "Coleta para a Evangelização", que se realiza em todo o Brasil neste fim de semana. É tempo de contagiar a todos, para que a generosidade seja experimentada e permaneça no ano que vai começar. É um grande laboratório de caridade, com o qual vale a pena se comprometer.

É quem começou tudo foi o próprio Deus. O Natal é a suprema epifania daquele que a Escritura chama de filantropia de Deus, seu amor pelos homens: "Manifestou-se a bondade de Deus e seu amor pelos homens" (Tt 3, 4). Só depois de ter contemplado a "boa vontade" de Deus para conosco podemos ocupar-nos também da "boa vontade" dos homens, de nossa resposta ao mistério do Natal. Imitar o mistério que celebramos significa abandonar todo pensamento de fazer justiça sozinhos, toda lembrança de ofensas recebidas, suprimir do coração todo ressentimento com respeito a todos. Não admitir voluntariamente nenhum pensamento hostil contra ninguém; nem contra os próximos nem contra os distantes, nem contra os fracos ou contra os fortes, nem contra os pequenos nem os grandes da terra, nem contra criatura alguma que existe no mundo. E isso para honrar o Natal do Senhor, porque Deus não guardou rancor, não olhou a ofensa recebida, não esperou que outro desse o primeiro passo até Ele. Se isso não é possível sempre, durante todo o ano, pelo menos o façamos no tempo do Advento e do Natal. Assim o Natal que se aproxima será realmente a festa da bondade, da filantropia de Deus (Cf. Padre Raniero Cantalamessa, OFM Cap. – pregador da Casa Pontifícia, 24 de dezembro de 2007).

Para assim viver o Advento e o Natal que se aproxima, ressoa no Advento o convite de São João Batista à conversão, mudança de mentalidade, que pode traduzir-se numa corajosa revisão de vida, para arrumar a casa do coração e a busca do Sacramento da Penitência.

Enfim, a Igreja em tempo de Advento convida os cristãos ao otimismo da fé, que se traduz na virtude da alegria, fruto da presença do Espírito Santo em nossos corações.


Vem de Deus a graça que precisamos. Por isso pedimos confiantes: "Ó Deus e bondade, que vedes o vosso povo esperando fervoroso o natal do Senhor, dai chegarmos às alegrias da salvação e celebrá-las com intenso júbilo na solene liturgia. Amém".

Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém – PA

sábado, 7 de dezembro de 2013

KERIGMA, 5 ANOS


07 de dezembro de 2008

Há 5 anos atrás dava-se o encontro de fundação do Grupo Kerigma. Já há alguns meses antes quatro jovens, ao redor de um seminarista - que hoje já é padre - foram preparando o que se tornaria não um simples grupo, nem associação juvenil, mas uma verdadeira Missão, uma família de discípulos de Jesus Cristo. Seguindo a inspiração do Espírito Santo, dóceis às suas moções, a Missão Kerigma ao longo de sua existência, tem anunciado o nome de Cristo à cidade de Itapecerica e sua atuação não se restringe apenas aos jovens, mas chega a todos que participam da comunidade eclesial. Quantos passos foram dados, quantas vidas transformadas, quantas bênçãos recebidas, quantos desafios enfrentados! Olhamos para o futuro com a certeza de que há muito para ser feito e com a convicção de que quem conduz nossas atividades é Deus. "Isto é estar em Cristo, é viver Renovação"!



terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Dica de Cinema: Sob o Sol da Toscana


Quando fui convidado para escrever sobre cinema, além muito de lisonjeado senti grande alegria em poder analisar filmes e deles extrair algum aprendizado. Isso pode até soar estranho, entretanto creio ser perfeitamente possível aprender através da sétima arte, pois como disse Nietzsche, “a arte existe para que a verdade não nos destrua”.

Filosofias à parte, eu decidi falar sobre uma mulher a beira dos seus quarenta anos, recém divorciada e em busca de motivação para uma nova vida, uma vida na Itália.


Não, eu não estou falando do filme Comer, Rezar, Amar (2010) e sim, do belíssimo Sob o Sol da Toscana (2003) com Diane Lane (Mar em Fúria), Sandra Oh (Grey’s Anatomy) e Raoul Bova (O Turista).

Baseado no homônimo da escritora Frances Mayes, o filme dirigido por Audrey Wells (Dança Comigo?, A Lente do Desejo, Feito Cães e Gatos) narra a real jornada da escritora ao se redescobrir como mulher e ser humano na Toscana, região Central da Itália famosa por seus vinhos, cultura, gastronomia e romance.

A atuação sóbria e delicada de Lane transforma sua personagem em um ser tangível, alguém em quem acreditamos, com quem juntos sofremos e vibramos. Particularmente sou fã de atuações no que eu chamo “o padrão Meryl Streep”, onde uma pequena lágrima rolando no momento certo e um olhar simples, dolorido e profundo ganham muito mais a empatia do público, do que cenas de novela onde as atrizes se esforçam para convencer com choros forçados e caretas que beiram a comédia.

Os cenários foram bem construídos e a direção de arte soube equilibrar muito bem as locações reais com seus objetos de cena. Quem já esteve na Toscana entenderá quando eu digo que seus campos e paisagens naturais se parecem mais com uma aquarela amarronzada, do que pastagens reais. Entrecortando essas belas estradinhas se encontram vilarejos e pequenas cidades medievais, com suas casas seculares e um povo falastrão, mal humorado e bom vivant.

É exatamente esse o clima que essa obra transmite de maneira fidedigna e poética. O bom texto de Wells fornece ainda mais pontos à diretora que conseguiu equilibrar atores europeus e americanos de maneira muito competente. Não sei dizer se o momento realmente ocorreu, mas a cena onde Katherine (Duncan) entra em uma fonte de água para de lá ser retirada por Martini (Vincent Riotta), como referência declarada ao filme La Dolce Vita de Federico Fellini é, além de uma bela homenagem, um momento de metalinguagem aplicado de maneira feliz.

Mas o que realmente importa em Sob o Sol da Toscana é a mensagem que a história de Frances (ou Francesca para os italianos) transmite!

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Todos nós temos sonhos e por vezes passamos boa parte de nossas vidas com medo das mudanças e temerosos em darmos a volta por cima, quando algo muito ruim ocorre (como o doloroso divórcio da protagonista). E a verdade é que seja muito longe, ou muito perto de nossos lares, o fato de mudar, melhorar e aprender só depende de nós mesmos, pois as ferramentas já estão dentro de nós e não ao nosso redor.

Para aqueles que ainda não assistiram, fica aqui minha recomendação máxima! Para aqueles que já conhecem, por que não uma reprise?


Um abraço e até a próxima!


Enfim, dezembro!

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O ano passa e a gente não sente, eu sei. Passa depressa, e aquele fim de semana, que foi tão gostoso, a gente pouco aproveitou.

O ano passou. A gente sorriu, chorou. Alguns conquistaram aquilo que nunca imaginaram conseguir, foram e estão felizes. Outros, não tiveram lá tanta sorte. O time da amiga foi campeão, e ela festejou. E muitos dos nossos amigos saíram bravamente pelas ruas para lutar por aquilo que consideram justo, foram corajosos.

O ano ainda não acabou. Mas a hora de fazer aquele balanço geral já chegou. Afinal, estamos no último mês de 2013, e falta pouco tempo para concretizarmos aquilo que não podemos deixar para o ano que vem. Falando nisso… Será que nos dedicamos para alcançar nossos objetivos?

Você foi feliz? No dia do seu aniversário, você foi feliz? Agradeceu o dom da vida e fez aquilo que gosta? E quantas vezes você viu o mar durante o ano? Olhou para o céu, se sentiu maravilhado com as estrelas? Disse “eu te amo” para quem se ama, ou está privando seu coração de bater mais forte? Porque, na vida, é preciso se emocionar, gritar, escancarar tudo o que é bom. Senão não adianta, não vale a pena e nem tem graça. Se você deixou de cumprir algum desses exemplos, sinto muito, mas está na hora de você começar a pensar no sentido da vida (e desses 365 dias). Então, corre!

Enfim, dezembro. Mês das luzes de Natal, de casas enfeitadas, de gente feliz. De presentear e ser presenteado. Tempo de gente solidária, de sair na rua e desejar “Feliz Natal” para quem a gente não conhece. Esse momento fica ainda mais especial se reatarmos aquele laço antigo que foi desfeito, se ligarmos para aquele amigo de escola que ficou no passado, ou se passarmos mais tempo com quem nos ama.

É simples ser feliz. O melhor da vida é de graça! Se aquele sonho ainda não foi realizado, paciência. No fim das contas, você verá que o importante mesmo são os pequenos momentos, e que fazer bem ao próximo retorna em positividade a nós mesmos.


Então, aproveite dezembro!

domingo, 1 de dezembro de 2013

Angelus com o Papa Francisco – 01/12/201


ANGELUS
Praça São Pedro – Vaticano
Domingo, 1º de dezembro de 2013

Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Iniciamos hoje, Primeiro Domingo do Advento, um novo ano litúrgico, isso é, um novo caminho do Povo de Deus com Jesus Cristo, o nosso Pastor, que nos guia na história para o cumprimento do Reino de Deus. Por isto, este dia tem um encanto especial, nos faz experimentar um sentimento profundo do sentido da história. Redescobrimos a beleza de estar todos em caminho: a Igreja, com a sua vocação e missão, e toda a humanidade, os povos, as culturas, todos em caminho pelos caminhos do tempo.

Mas em caminho para onde? Há uma meta comum? E qual é esta meta? O Senhor nos responde através do profeta Isaías, e diz assim: “No fim dos tempos acontecerá/ que o monte da casa do Senhor/ estará colocado à frente das montanhas/ e dominará as colinas./ Para aí correrão todas as gentes,/ e os povos virão em multidão:/ “Vinde, dirão eles, subamos à montanha do Senhor,/ à casa do Deus de Jacó:/ ele nos ensinará seus caminhos,/ e nós trilharemos as suas veredas”” (2, 2-3). Isto é aquilo que nos diz Isaías sobre a meta para onde vamos. É uma peregrinação universal para uma meta comum, que no Antigo Testamento é Jerusalém, onde surge o templo do Senhor, porque dali, de Jerusalém, veio a revelação da face de Deus e da sua lei. A revelação encontrou em Jesus Cristo o seu cumprimento, e o “templo do Senhor” tornou-se Ele mesmo, o Verbo feito carne: é Ele o guia e junto à meta da nossa peregrinação, da peregrinação de todo o Povo de Deus; e à sua luz também outros povos possam caminhar rumo ao Reino da justiça, rumo ao Reino da paz. Diz ainda o profeta: “De suas espadas forjarão relhas de arados,/ e de suas lanças, foices./ Uma nação não levantará a espada contra a outra,/ e não se arrastarão mais para a guerra” (2, 4). Permito-me repetir isto que nos diz o Profeta, escutem bem: “De suas espadas forjarão relhas de arados,/ e de suas lanças, foices./ Uma nação não levantará a espada contra a outra,/ e não se arrastarão mais para a guerra”. Mas quando acontecerá isto? Que belo dia será, no qual as armas serão desmontadas, para se transformar em instrumentos de trabalho! Que belo dia será aquele! Que belo dia será aquele! E isto é possível! Apostemos na esperança, na esperança da paz, e será possível!

Este caminho não está nunca concluído. Como na vida de cada um de nós, há sempre necessidade de começar de novo, de levantar-se, de reencontrar o sentido da meta da própria existência, assim, para a grande família humana é necessário renovar sempre o horizonte comum rumo ao qual somos encaminhados. O horizonte da esperança! Este é o horizonte para fazer um bom caminho. O tempo do Advento, que hoje começamos de novo, nos restitui o horizonte da esperança, uma esperança que não desilude porque é fundada na Palavra de Deus. Uma esperança que não desilude, simplesmente porque o Senhor não desilude nunca! Ele é fiel! Ele não desilude! Pensemos e sintamos esta beleza.

O modelo desta atitude espiritual, deste modo de ser e de caminhar na vida é a Virgem Maria. Uma simples moça do campo, que leva no coração toda a esperança de Deus! Em seu ventre, a esperança de Deus tomou carne, fez-se homem, fez-se história: Jesus Cristo. O seu Magnificat é o cântico do Povo de Deus em caminho, e de todos os homens e mulheres que esperam em Deus, no poder da sua misericórdia. Deixemo-nos guiar por ela, que é mãe, é mãe e sabe como guiar-nos. Deixemo-nos guiar por ela neste tempo de espera e de vigilância ativa.


A todos desejo um bom início de Advento. Bom almoço e até mais!

Papa Francisco