sábado, 27 de outubro de 2012

Amar é decisão


“Amar é mudar a alma de casa.” (Mário Quintana)

O autor dessa frase, Mário Quintana, consegue de maneira muito real mostrar o quão verdadeiro é o Amor com que somos chamados a amar. Quem ama, necessariamente tem que sair do seu comodismo e mudar, “mudar de casa”. O Amor exige de nós um desprendimento. Se não sairmos de nós mesmos em direção ao objeto do Amor, não amamos, mas seremos sempre egoístas, querendo que o amor nos sirva, nos console.

O ato de amar é característica dos fortes, de pessoas que conseguem dominar e conduzirem a própria vida, suas próprias escolhas. Amar sempre é uma ação, nunca nos deixa inertes, mas antes nos desafia a construirmos algo, ou melhor, alguém. Quem que você hoje, com a sua capacidade de amar, está construindo? Cristo, por excelência amou-nos e mostrou-nos como devemos amar de maneira ativa: dando a vida, vivendo por aqueles que amam.

Não existe ninguém indiferente ao amor. Todos nós, não da mesma maneira, procuramos pelo amor. Muitos namoros não duram exatamente por que os namorados não têm a coragem de se darem, mas esperam sempre que isso parta do outro. Se nossa alma não “mudar de casa”, se não quisermos viver um relacionamento aonde o respeito pelo outro vier em primeiro lugar, onde não procuremos amar a pessoa como ela precisa ser amada, se não vencermos os nossos egoísmos e limites, a nossa maneira de amar será doente ou no mínimo precária.

No dia de hoje, qual a qualidade do seu “amar”? Qual o sentido na sua vida dessa decisão, pois amor passa pelo sentimento, mas ele se torna autêntico quando passa a ser uma decisão. “Independente do que passemos juntos, eu me decido a te amar e a estar contigo! Com você sei que vale à pena!”

É desafiante sair do nosso comodismo, olhar para um “tu” e ver nele a possibilidade da construção da minha personalidade mediante a minha doação a essa pessoa. Mas ao mesmo tempo como é maravilhoso, depois de todo esse trabalho, olhar para tudo o que se passa pelo outro que amamos e percebermos como não somos mais dois, mas uma só alma!

Deus abençoe!


Luis Felipe - Comunidade Canção Nova

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Ordenação sacerdotal em nossa diocese

No último sábado, 20 de outubro, nossa diocese recebeu mais um  presbítero; o então diácono Breno Antônio dos Santos foi ordenado sacerdote no Santuário do Senhor Bom Jesus, em Divinópolis. A solene celebração, presidida por Dom Tarcísio Nascentes dos Santos, aconteceu pela manhã e contou com a participação de centenas de pessoas, entre familiares, amigos, seminaristas, membros de pastorais e movimentos de cidades por onde Padre Breno passou, realizando estágios, missões, incluindo Itapecerica. Vários sacerdotes, entre eles Monsenhor Pedro e Padre Anderson também marcaram presença. Foi uma linda e serena celebração!
























No final, Padre Breno agradeceu todos que de uma forma ou outra o ajudaram ao longo do processo formativo e concluiu dizendo: "Por tudo dai graças a Deus."
Padre Breno continuará atuando em nossa paróquia, auxiliando também em Camacho. Sua 1ª Missa em nossa cidade será no domingo,28, às 18h 30 min,na Matriz.

Que o Senhor da messe continue a abençoá-lo, iluminando os caminhos e a missão deste servo que se doa inteiramente pelo Reino!

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Jesus nos ajuda a reescrever nossa história


Uma das coisas boas da vida começa com o prefixo “re”: Reencontro, porque nele temos a possibilidade de relembrar fatos anteriores que marcaram nossa história. É o somatório daquilo que já foi bem vivido com a vida presente. Todavia, os fatos ocorridos, no primeiro encontro, é o que marca a nossa vida e se torna referência para o nosso futuro. 
Isso mexe com nossos afetos; com isso, vamos nos descobrindo, percebendo ações e reações que, antes, não notávamos. Temos a alegria de nos conhecer ainda mais para sermos melhores. É a vida nos reapresentando a nós mesmos: autoconhecimento.
É salvífico descobrir que, ao olhar para nossa história, podemos reescrevê-la, reordenando nosso passado para o amor e, por meio dele, escrever uma nova história com outros personagens e fatos marcantes, mas sempre seremos e precisaremos ser o protagonista da nossa vida, assumi-la com toda responsabilidade para vivermos um recomeço, uma reinauguração daquilo que somos.
O recomeço acontece quando olhamos a nossa vida de outra forma ou, quem sabe, com outros olhos. O segredo de uma boa retomada é tirar o foco dos problemas, daquilo que não deu certo e aprender com eles novas possibilidades para uma vida nova. Sempre aprendemos com as situações difíceis e com elas aprendemos a reescrever uma nova história.
São justamente as possibilidades que nos levam a realizar determinadas atitudes a fim de resolvermos os nossos problemas.
Jesus tem o dom de nos fazer olhar para outra direção, tirando o foco daquilo que não deu certo para o que pode dar. Algumas vezes, precisamos ser radicais ou severos com nós mesmos para sairmos da condição de fracassados e viver o recomeço: a escrita de um novo capítulo da nossa vida. Jesus não toma essa atitude por nós, Ele nos convida a sair dela. O esforço é nosso, o convite à solução vem d’Ele.
Reencontrar, relembrar, reagir, reapresentar, recuperar, recomeçar, reinaugurar, realizar, resolver, reescrever, reconciliar: todas essas palavras são verbos, e verbo indica uma ação. Viver também é uma ação. E não há como praticá-las se não exercitarmos a ação maior de viver.Os personagens que participam da nossa história nos ajudam a enxergar melhor a nossa vida para tirarmos um bem maior daquilo que não deu certo. Viver bem o presente é ter um futuro bem sucedido.
O convite de Jesus é simples e claro: chama-nos a reagir, a recomeçar a nossa vida a partir da nossa reconciliação com a nossa história. Jesus tem o poder de ressuscitar os mortos mesmo quando estes ainda estão vivos. Nós reagimos de maneira pessoal diante da ação de Jesus, e se a nossa reação for de reconhecimento da nossa verdade, pela Verdade maior acontece em nós a ressurreição: o recomeço de uma nova vida, pois Jesus é Aquele que faz nova todas as coisas, dá vida nova no lugar da velha.
A ação de Cristo é fazer com que nos reencontremos, fazendo enxergar vida onde aos nossos olhos só há morte. É nos reconhecermos pecadores, mas também filhos de Deus; é perdoar e amar a nós mesmos pelo fato de o Senhor nos ter perdoado e amado primeiro; é redescobrirmos que, a partir do nosso presente, apesar de termos errado há poucos segundos, podemos recomeçar a reescrever a nossa história.
Nós somos os protagonistas da nossa vida. Jesus é o diretor geral. Como todo filme tem um começo, meio e fim, a nossa vida também os têm. Ela já começou. Estamos no meio do filme, caminhando para o seu final. Mas nossa vida não é uma trilogia com fantasias e magias, muito menos um reality show. Ela é real, com diversas situações difíceis e complicadas, mas com a capacidade de alcançarmos vitórias, porque Deus sempre está presente nela.
Nós somos o redator da nossa vida, mas se seguirmos os passos do diretor, chegaremos à vitória, pois Ele tem um final feliz para cada um de nós: a felicidade eterna.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Partilha de uma jovem sobre a visão cristã da morte


Hoje estava caminhando pelas ruas do meu bairro e comecei a pensar na minha vida, sobre o que tenho sido, o que tenho conseguido ser.
Pensei na minha família, nos meus estudos, na minha luta cotidiana de ser mais de Deus, de ser o instrumento, a testemunha, a pescadora de homens que Ele tanto nos fala em sua Palavra.
Envolvida de uma tal forma, imaginei indo embora. Sim, imaginei a minha morte.
Muitas vezes temos um medo enorme de pensar na morte, como se fosse, para nós, cristãos o FIM. Mas sabemos que não...é nossa volta pra Casa, é o começo da eternidade.
O Senhor fala também que os violentos herdarão o Reino dos Céus. Fala daqueles que com persistência alcançarão a Salvação, porque venceram as provas, as tentações. Perseveraram, lutaram, foram fieis.
E sabemos que é muito difícil  e nem o Nosso Senhor nos fala em momento algum que seria fácil. É a tal porta estreita, que só aqueles que insistirem e dando passinhos curtos, mas bastante significativos no seu processo de conversão, conseguirão chegar lá.
Ai me vem a pergunta: O que tenho sido?O que tenho feito?Será que está tudo de acordo com o que meu Amado me pede para ser?Será que estou de fato, seguindo os passos do Mestre?
E o perdão que eu não consegui dar?E o amor, amar os que mais me machucam, os mais difíceis de se conviver?E as pessoas que eu deixei para trás por causa de meu orgulho?E o dom de servir que eu nem sequer deixei que Deus me concedesse?E a Luz que eu não fui na vida das pessoas que andavam nas trevas? E o bem que eu não fiz?
A pergunta que mais me chamou atenção quando me imaginei partindo deste mundo foi: "Quando eu encontrá-LO o que direi? -Senhor,não deu tempo?"
Infelizmente, ainda temos a ideia de que teremos a vida inteira pela frente e que um dia, talvez cedo, ou talvez tarde, a hora de irmos vai chegar. E aí?O que você tem feito?Será que DARÁ TEMPO?
Aproveite o agora.
Ao que errou,conserte seu erro, se não der, apenas reconheça, peça perdão. Agir com orgulho não vai te levar para o céu. Nos apegamos tanto às coisas desta terra que nos esquecemos que só estamos de passagem. Faça o bem, ame, busque ao teu Senhor e conquiste a passagem para o céu. 
Perdoe, se não conseguir, peça AUXÍLIO!Ame, se não souber, peça AUXÍLIO. Sirva, se o orgulho for grande demais, peça AUXÍLIO.
E falando em Auxílio, me despeço desejando que você se abra a graça do Amor, a graça do Espírito Santo. E que se deixe conduzir por Ele, que se deixe amar por Ele, que se deixe perdoar através Dele. Somente Jesus pode nos ensinar a sermos parecidos com Ele.
Todo dom, é ensinado por Deus e concedido por Deus.
E por Deus, queira tomar posse desse presente que foi feito para você!
Aproveite o tempo que tem!Não espere para amar, não espere para fazer a coisa certa, não espere pra perdoar!
TALVEZ NÃO DÊ TEMPO!

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Liberdade sim, mas com responsabilidade


A liberdade é uma realidade ora idealizada, ora sonhada, ora perseguida por muitos. Está na moda, hoje em dia, o querer “ser livre”, o querer “fazer o que der na telha”, ou seja, “faço o que eu quero”, entre outros pensamentos supostamente revolucionários e de cunho ideológico.
Pela dita "liberdade", muitos fazem guerra, se revoltam, rompem paradigmas, sem se importar com as devidas conseqüências. Mas, enfim, o que é a liberdade? O Catecismo da Igreja Católica (CIC) nos diz que: “A liberdade é o poder, baseado na razão e na vontade, de agir ou não agir, portanto, de praticar atos deliberados”, e também: “A liberdade torna o homem responsável por seus atos” (CIC 1731 – 1734).
Diante disso, concluímos que liberdade é um dom de Deus, é o poder que d’Ele recebemos para decidir aquilo que desejamos para nossa vida. Porém, é preciso compreender que o conceito desta está intimamente ligado ao de responsabilidade. Não existe liberdade sem responsabilidade, pois, como está expresso no Catecismo, quanto mais o homem age livremente, tanto mais se torna responsável pelas consequências de seus atos.
Ser livre é compreender, com maturidade, que toda ação tem uma consequência, que pode ter conotação positiva ou negativa, de acordo com a escolha que fazemos. É infantilidade agir deliberadamente, sem assumir as consequências de seus atos.
Há quem viva uma sexualidade aventureira e descompromissada, apenas buscando os prazeres do sexo, mas, quando se depara com uma “gravidez indesejada” decide-se pelo aborto, alegando não ser capaz de assumir a criança (consequência de seu ato). Contudo, lanço a seguinte pergunta: 'Por que não se pensou nisso na hora da relação sexual?' E 'Se não tem condições de criar uma criança, por que a fez inconsequentemente?' Há quem fume e não quer ter câncer no pulmão... Há quem coma demais e não quer engordar... Da mesma forma, há quem traia e não quer ser traído... No entanto, não se pode esquecer de que todo ato tem sua consequência, e mesmo se as pessoas tentarem nos poupar disso, um dia, a vida fará com que nos encontremos com tal realidade.
Há pais que prejudicam os filhos porque não permitem que eles experienciem as consequências de seus erros, sendo que estes também têm seu fator formativo.
Precisamos ser justos o bastante para permitir que as consequências das ações aconteçam na vida de todos, a fim de que, assim, todos compreendam que escolher é viver ou morrer aos poucos, e que a dádiva da escolha e das supostas consequências, não lhes pode ser tirada por ninguém.
Escolher é construir, no hoje, o céu ou o inferno.
Vive bem quem sabe decidir, quem sabe utilizar-se de sua liberdade com a devida responsabilidade.
Que a sabedoria nos ensine pela via das consequências a melhor escolha.
Deus abençoe a todos!
Padre Adriano Zandoná

domingo, 14 de outubro de 2012

A porta da fé


Um novo tempo se abre diante dos nossos olhos. É tempo de entrar pela Porta aberta pelo Bom Mestre. Estamos vivendo o Ano da Fé, que iniciou em 11 de outubro de 2012, e terminará em 24 de novembro de 2013, Solenidade de Cristo Rei do Universo. "Será um momento de graça e de empenho para uma sempre mais plena conversão a Deus, para reforçar a nossa fé n'Ele e para anunciá-Lo com alegria ao homem do nosso tempo", diz o Santo Padre, o Papa Bento XVI na Carta Apostólica Porta Fidei - A porta da Fé.

Irmãos, tenho aprendido que é sempre bom explorarmos o universo das palavras para bem compreendermos tudo o que elas carregam em seu interior. Ao me deparar com a palavra virtude, por exemplo, logo me encontro com a expressão latina “virtus“,que significa a força, a capacidade. Quando tomamos estes significados e os mergulhamos na virtude da fé, logo entendemos o porquê de uma Carta Apostólica tão bela para o nosso tempo!

A respeito da virtude teologal ou dom da fé, não são poucos os tratados teológicos e filosóficos que tentam explorar do seu universo. Mas um caminho tão cheio de beleza e sugerido pelo nosso Papa é aquela que o Apóstolo Paulo nos recorda em sua carta aos Hebreus: “A fé é um modo de já possuir aquilo que se espera, isto é, de está firme na esperança e conhecer realidades que não se vêem” (Hb 11, 1).Para os gregos ter fé é crer, confiar, portanto, construir uma relação confiante. Por outro lado, a palavra hebraica para “crer” significa “está firme” com segurança e solidez. Neste sentido, no Profeta Isaías lemos: “Senão crerdes, não vos firmareis, não permanecereis” (Is 7, 9). Aqui então encontramos um detalhe rico de que a Carta aos Hebreus retomou o conceito judaico de fé e combinou com a noção grega. E isto é interessante porque o homem virtuoso na fé, traz em si, portanto a força e capacidade de ver além.Está firme numa realidade que não vê, mas na qual crê. Ele olha a semente e encontra nela a condição de árvore que ela traz em si.

Uma noção semelhante de fé encontramos no Evangelho de João. Para ele ter fé é a maneira bem determinada de ver a realidade. Quem crê, vê atrás do véu, para além das coisas. Seu olhar penetra além das aparências. Levanta o véu que cobre tudo. A fé o remete para outra realidade, à riqueza interna da alma, que na sua essência alcança o que está em Deus. Por isso que toda a nossa vida, precisa passar pela porta da fé, pois é ela que nos permite tocar o céu. E como bem disse o Santo Padre: "a PORTA DA FÉ, que introduz na vida de comunhão com Deus e permite a entrada na sua Igreja, está sempre aberta paranós. É possível cruzar este limiar, quando a Palavra de Deus é anunciada e oc oração se deixa plasmar pela graça que transforma". Entremos irmãos por essa porta de salvação, pois o Cristo que nos chama e espera nos diz tão somente: “Conheço as tuas obras: eu pus diante de ti uma porta aberta, que ninguém pode fechar; porque, apesar de tua fraqueza, guardaste a minha palavra e não renegaste o meu nome” (Ap 3,8).

Por Jerônimo Lauricio.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Aberto hoje o Ano da Fé

O Papa Bento XVI abriu oficialmente o Ano da Fé com uma Santa Missa realizada no Vaticano na manhã desta quinta-feira, 11. A proposta do Pontífice é que este seja um tempo de reflexão para que fiéis católicos de todo o mundo possam redescobrir os valores da sua fé. 
No dia em que também se comemoram os 50 anos do início do Concílio Vaticano II, o Papa presidiu a celebração eucarística com a participação de 400 concelebrantes. Entre eles, estavam alguns brasileiros, como o cardeal arcebispo de Aparecida, Dom Raymundo Damasceno Assis, que também é presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. 
Fazendo memória ao jubileu de ouro do Concílio, um acontecimento que marcou a vida da Igreja, o Papa explicou que a celebração foi enriquecida com alguns sinais específicos. A procissão inicial quis lembrar a procissão dos Padres conciliares, houve a entronização do Evangeliário, que é uma cópia daquele utilizado durante o Concílio e a entrada das sete mensagens finais do Concílio e do Catecismo da Igreja Católica. 
“Estes sinais não nos fazem apenas recordar, mas também nos oferecem a possibilidade de ir além da comemoração. Eles nos convidam a entrar mais profundamente no movimento espiritual que caracterizou o Vaticano II, para que se possa assumi-lo e levá-lo adiante no seu verdadeiro sentido”, disse.
O Papa explicou que o Ano da Fé está em coerência com todo o caminho da Igreja nos últimos 50 anos, desde o Concílio, passando pelo Magistério do Servo de Deus, Paulo VI até chegar ao Jubileu do ano 2000, em que o Bem-Aventurado João Paulo II propôs à humanidade Jesus Cristo como único Salvador. 
“Jesus é o centro da fé cristã. O cristão crê em Deus através de Jesus Cristo, que nos revelou a face de Deus”, enfatizou o Papa. Ele lembrou que, como diz o Evangelho do dia, Jesus Cristo é o “o verdadeiro e perene sujeito da evangelização”. 

O Papa Bento XVI explicou que a Igreja proclama um novo Ano da Fé não para “prestar honras a uma efeméride”, mas sim porque é necessário, mais ainda do que 50 anos atrás. 
Isso porque nos últimos decênios o Papa lembrou que se tem visto o avanço de uma “desertificação” espiritual, um vazio que se espalhou. Mas estas situações, de acordo com o ele, permitem redescobrir a alegria e a importância de crer. 
“No deserto é possível redescobrir o valor daquilo que é essencial para a vida; assim sendo, no mundo de hoje, há inúmeros sinais da sede de Deus, do sentido último da vida, ainda que muitas vezes expressos implícita ou negativamente”.
Dessa forma, Bento XVI explicou que o modo de representar este Ano da Fé é como uma peregrinação nos desertos do mundo contemporâneo, em que se deve levar apenas o essencial. “... nem cajado, nem sacola, nem pão, nem dinheiro, nem duas túnicas - como o Senhor exorta aos Apóstolos ao enviá-los em missão (cf. Lc 9,3), mas sim o Evangelho e a fé da Igreja, dos quais os documentos do Concílio Vaticano II são uma expressão luminosa, assim como é o Catecismo da Igreja Católica, publicado há 20 anos”.

O Ano da Fé  terá início no Brasil oficialmente amanhã, dia da Padroeira,Nossa Senhora Aparecida,sendo aberto solenemente no Santuário Nacional a ela dedicado às 10h.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Diga-me o que ouves e te direi quem és



Você já parou para analisar a playlist das músicas mais tocadas dos últimos tempos? Meu irmão, o que é aquilo?! Tudo bem, somos jovens, somos movidos por música, mas não somos obrigados a escutar qualquer coisa só porque está na "moda". Tão pensando que nossos ouvidos são o quê?

A música tem uma força absurda! Os sons, os ritmos, as mensagens, somadas a toda carda de sensibilidade, penetram e atingem o nosso inconsciente. Não sejamos ingênuos! Toda música afeta a nossa vida, por mais simples que ela seja.

Parece que a música "encarna" em nós. "Diz o que você escuta e eu te digo quem você é!" Não tem jeito! O que escutamos está diretamente ligado àquilo que buscamos. Por isso, não tem como viver uma vida nova em Deus e continuar escutando uma música incoerente com o que acreditamos. Uma vida nova nos faz cantar uma canção nova. Não tem jeito! Se a "boca fala daquilo que o coração está cheio" (Mt 12,34), poderíamos também dizer: a boca canta o que está no coração!

Mas como escutar que música escutar? Precisamos ser ativos diante das músicas e não somente sair escutando qualquer coisa. O que você escuta não pode ir contra o que você acredita, o que você busca. Se você luta pela castidade, como vai sair cantando por aí: "ai se eu te pego!"? Toma vergonha! Precisamos nos perguntar, "Afinal de contas, o que estou buscando com essa música? O que estou tentando preencher em mim? O que estou tentando esconder?".

Nós fomos criados para o céu. E no céu vai ter música, muita música! "Estavam diante do trono (...) e cantavam um cântico novo" (cf. Ap 14,3). Só poderemos cantar um cântico novo, se vivemos uma vida nova. Monsenhor Jonas há muito tempo nos ensina: "Somos feitos para cantar a Glória de Deus. Precisamos ensaiar desde agora. Logo, logo, o Maestro virá e não tardará!"

Tudo para a glória de Deus

A profissão de cada um é um meio para se fazer a vontade de Deus no dia a dia. Viver mal a profissão, trabalhar mal, sem competência e bom desempenho é uma forma de desobedecer à vontade de Deus. O trabalho foi colocado em nossa vida, por Deus, como “um meio de santificação”. Depois que o homem pecou no paraíso e perdeu o “estado de justiça” e “santidade” originais, Deus Pai fez do trabalho um meio de redenção para o homem.
“Porque escutaste a voz de tua mulher e comeste da árvore que eu te proibira de comer, maldito é o solo por causa de ti. Com sofrimentos dele te nutrirás todos os dias de tua vida. Ele produzirá para ti espinhos e cardos e comerás a erva dos campos. Com suor do teu rosto comerás teu pão até que retornes ao solo, pois dele foste tirado” (Gn 3,17-19).Mais do que um castigo para o homem, o trabalho foi inserido na sua vida para a sua redenção. Por causa do pecado ele agora é acompanhado do “suor”, mas este sofrimento Deus o fez matéria-prima de salvação.
Sem o trabalho do homem não há o pão e o vinho que, na Mesa Eucarística, se transformam no Corpo e no Sangue de Cristo. Sem o trabalho do homem não teríamos o pão de cada dia na mesa, a roupa, a casa, o transporte, o remédio, a cultura, entre outros. Tudo que chega a nós é fruto do trabalho de alguém; é por isso que o labor é santo e nos santifica quando realizado com fé, conforme a vontade de Deus.
São Josemaría Escrivá, fundador do Opus Dei, durante a celebração de uma Santa Missa, no campus da grande universidade de Navarra, na Espanha, fez uma histórica homilia, como título “Amar o Mundo Apaixonadamente”. Ele fundou a prelazia para difundir a santidade no trabalho profissional e nas atividades diárias. Na homilia, ele falava da necessidade de “materializar a vida espiritual”. O objetivo era combater a perigosa tentação do cristão de “levar uma espécie de vida dupla: a vida interior, a vida de relação com Deus, por um lado; e, por outro, diferente e separada, a vida familiar, profissional e social, cheia de pequenas realidades terrenas”. 

Santo Escrivá, um santo dos nossos dias, canonizado em 2002 por João Paulo II, olhava a vida com grande otimismo e considerava o trabalho e as relações humanas com alegria e dizia que: “O mundo não é ruim, porque saiu das mãos de Deus”. “Qualquer modo de evasão das honestas realidades diárias é para os homens e mulheres do mundo coisa oposta à vontade de Deus”. 
Na verdade, somente com essa ótica podemos entender plenamente o mundo com os olhos de Deus. Nem o marxismo cultural, materialista e ateu, nem o consumismo desenfreado de nossos dias, nem o hedonismo, que busca o prazer como fim, podem dar ao homem moderno a felicidade e a verdadeira paz. 
Qualquer que seja o trabalho, sendo honesto, é belo aos olhos de Deus Pai, porque com ele estamos “cooperando com Deus na obra da criação”. Não importa se o trabalho consiste nos simples afazeres de uma doméstica ou nas complicadas tarefas de um cirurgião que salva uma vida, tudo é importante diante do Senhor. O que mais importa é a intensidade do amor com que cada trabalho é realizado. Ele se tornará eterno na vida futura.
São Josemaría Escrivá falava da necessidade de o Cristianismo ser encarnado na vida cotidiana. “Tudo o que fizerdes, fazei-o de bom coração, como para o Senhor e não para os homens. Sabeis que recebereis como recompensa a herança das mãos do Senhor. Servi ao Senhor Jesus Cristo” (Col 3,13).
Tudo o que fazemos deve ser feito “para o Senhor”. Não importa o que seja, se é grande ou pequeno, deve ser feito tendo o Senhor como o “Patrão”. Se você é lavadeira, então lave cada camisa ou cada calça como se o próprio Jesus fosse vesti-las. Se você cozinha, faça a comida como se o Senhor fosse comê-la. Se você é um pintor de paredes, pinte a casa como se ela fosse a morada do Senhor. Se você varre a rua, limpe-a como se o Senhor fosse passar por ela… Se você é um aluno, estude a lição como se o professor fosse o Senhor Deus.
É isso que São Paulo quer nos ensinar quando diz que “tudo deve ser feito de bom coração, como para o Senhor, e não para os homens”. É claro que com essa “nova ótica”, você vai trabalhar da melhor maneira possível, com todo o talento, cuidado, dedicação, competência, honestidade, pontualidade… perfeição, porque o fará para Deus. Isso santifica. Isso muda a nossa vida; e é a vontade de Deus. Isso o fará feliz. Quando trabalhamos assim, toda a vida se torna “sagrada”, pois é vivida plenamente para Deus. 
É importante também notar o que São Paulo diz a seguir: “Sabeis que recebereis como recompensa a herança das mãos do Senhor”. Que “herança” é essa? É a vida eterna, o céu, o prêmio, por você ter sido “fiel no pouco”. Isso mostra que cada minuto do nosso labor aqui na terra, vivido por amor a Deus, com “reta intenção” de agradá-Lo, se transforma em semente de eternidade.


Professor Felipe Aquino

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Eleições 2012

Neste domingo acontecem em todo o Brasil as eleições municipais, escolheremos aqueles que governarão nossa cidade até 2016. 
Preocupada em conscientizar as comunidades sobre a importância do voto consciente (a Igreja Católica não manifesta apoio a nenhum candidato, por ser universal), a CNBB -Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, elaborou uma cartilha, onde são citados os 10 mandamentos do Eleitor:

 1.º Mandamento - Não deixe de votar
A sua ausência enfraquece a democracia. Se estiver fora do seu domicílio e não for mesmo possível votar, não esqueça de justificar em qualquer local de votação. Se você perdeu o título, não haverá problema, pois você poderá votar com um documento oficial e original de identidade com fotografia que pode ser a carteira de identidade, carteira de trabalho, passaporte ou até mesmo a reservista. Se não souber o local de votação, basta telefonar ou acessar o site da Justiça Eleitoral para obter esta informação. Se você tiver dificuldades de locomoção, informe o cartório eleitoral para disponibilizar a seção adequada. 
2.º Mandamento - Não vote contrariando a sua opinião
Não mude seu voto por influência da mídia ou deixando-se enganar por armadilhas publicitárias das campanhas eleitorais. Nem sempre o candidato mais simpático é o mais competente.
3.º Mandamento - Não venda seu voto nem o troque por favores
Não só a compra de votos é crime eleitoral, pois o eleitor que vende o voto ou apenas solicita algo em troca do voto está sujeito a pena de quatro anos de detenção.
4.º Mandamento - Não vote para contentar amigos ou parentes
O candidato que é bom para os outros eleitores, nem sempre será bom para você, principalmente se os parentes e amigos trabalharem para algum político. 
5.º Mandamento - Não vote sem conhecer o programa do candidato e do partido dele
Os candidatos e partidos devem conhecer os problemas da população e ter a capacidade para solucioná-los. Analise se têm condições de cumprir o que prometem. 
6.º Mandamento - Não vote sem conhecer o passado do candidato
Com a nova Lei da Ficha " Limpa", a Justiça Eleitoral tem sido mais efetiva em afastar os maus candidatos. No entanto, é prudente que o próprio eleitor busque melhores informações acerca da vida precedente dos políticos. A internet auxilia muito nesta busca.
7.º Mandamento - Não vote sem conhecer o caráter do candidato
Ter bom caráter significa viver com moralidade, o que envolve a honestidade, sinceridade, a integridade, a confiança e o comprometimento. Não eleja ou reeleja candidatos sem caráter. 
8.º Mandamento - Não deixe nenhuma pesquisa mudar o seu voto
As pesquisas podem influenciar quando é muito grande a margem entre o primeiro e o segundo colocado, mas muito pouco entre os tecnicamente empatados.
9.º Mandamento - Não anule seu voto
Voto nulo: o eleitor quer votar, tem candidato, mas erra por não saber votar; isso ocorre quando confirma o número de candidato inexistente ou abandona a urna antes de concluir a votação. Ao contrário do que se pensa, a nulidade de mais de 50% dos votos não anula a eleição.
10.º Mandamento - Não vote em branco
Voto em branco: o eleitor sabe votar, mas não quer votar ou não tem candidato. É o famoso voto de protesto. O voto branco não vai para o candidato ou partido mais votado.

Que a Santíssima Trindade nos auxilie nesta escolha, para que nosso voto contribua para uma sociedade mais justa.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

São Francisco de Assis

Francisco nasceu em Assis, na Úmbria (Itália) em 1182. Jovem orgulhoso, vaidoso e rico, que se tornou o mais italiano dos santos e o mais santo dos italianos.
Com 24 anos, renunciou a toda riqueza para desposar a "Senhora Pobreza". Aconteceu que Francisco foi para a guerra como cavaleiro, mas doente ouviu e obedeceu a voz do Patrão que lhe dizia: "Francisco, a quem é melhor servir, ao amo ou ao criado?". Ele respondeu que ao amo. "Porque, então, transformas o amo em criado?", replicou a voz. No início de sua conversão, foi como peregrino a Roma, vivendo como eremita e na solidão, quando recebeu a ordem do Santo Cristo na igrejinha de São Damião: "Vai restaurar minha igreja, que está em ruínas".
Partindo em missão de paz e bem, seguiu com perfeita alegria o Cristo pobre, casto e obediente. No campo de Assis havia uma ermida de Nossa Senhora chamada Porciúncula. Este foi o lugar predileto de Francisco e dos seus companheiros, pois na Primavera do ano de 1200 já não estava só; tinham-se unido a ele alguns valentes que pediam também esmola, trabalhavam no campo, pregavam, visitavam e consolavam os doentes. 
A partir daí, Francisco dedica-se a viagens missionárias: Roma, Chipre, Egito, Síria... Peregrinando até aos Lugares Santos. Quando voltou à Itália, em 1220, encontrou a Fraternidade dividida. Parte dos Frades não compreendia a simplicidade do Evangelho. Em 1223, foi a Roma e obteve a aprovação mais solene da Regra, como ato culminante da sua vida.
Na última etapa de sua vida, recebeu no Monte Alverne os estigmas de Cristo, em 1224. Já enfraquecido por tanta penitência e cego por chorar pelo amor que não é amado, São Francisco de Assis, na igreja de São Damião, encontra-se rodeado pelos seus filhos espirituais e assim, recita ao mundo o cântico das criaturas. 
O pai, São Francisco de Assis, retira-se então para a Porciúncula, onde morre deitado nas humildes cinzas a 3 de outubro de 1226. Passados dois anos incompletos, a 16 de julho de 1228, o Pobrezinho de Assis era canonizado por Gregório IX.


São Francisco de Assis, rogai por nós!

terça-feira, 2 de outubro de 2012

“Tendes tudo plenamente Nele” (Col 2,10)

Se Nele temos tudo, de fato não precisamos ficar buscando outras coisas ou muitas coisas, “o muito que somos não é fruto do muito que fazemos, mas o que fazemos é fruto do que somos”.
Posso afirmar que viverá melhor aquele que conseguir viver com menos, mas só poderei viver com menos quando conseguir viver muito com Jesus. Nele, por Ele e com Ele temos todas as coisas e se Ele, de fato for tudo em mim, já não preciso de muito para viver. O contrário também é verdade, se Ele não é tudo em mim e para mim, tudo que tenho parecerá pouco.
De onde brota nossa ansiedade? Nossos conflitos? Nossas disputas interiores e exteriores? Não será da falta da plenitude de Jesus em nossos corações?
O centro da minha vida não pode ser eu mesmo, não posso passar todo o tempo ocupado só com o que me compete, preciso me ocupar com o que é de Jesus e com o que é do outro. A indisponibilidade para a oração pessoal ou comunitária, a indisponibilidade para estender a mão para o outro e ir além da minha fronteira, pode ser um sinal de que estou centrado em mim mesmo. Muitas vezes recorremos a alguém muito ocupado e ele se ocupará mais ainda e, por outro lado, ao recorrer a alguém desocupado, ele poderá até responder que está demasiado ocupado. Quanto mais me ocupo do Sagrado, mais poderei me ocupar do humano, é uma experiência de providência que só entende quem a experimenta.
“Quem muito recolheu para si, pouco saboreou, quem pouco recolheu para si, nada faltou.” (Sabedoria 16)
O fato de termos tudo Nele nos alivia dos fardos, das dúvidas, das inseguranças, do medo de darmo-nos mais. Quem sabe seja esse hoje seu dilema, sofre por não ter buscado Nele tudo plenamente, está com um pé no céu, mas ainda mantém o outro na terra. Se isso acontece com você, precisa recorrer a Deus com toda humildade e dizer: “Senhor, tem compaixão de mim”. E se está com dificuldade de ouvi-Lo, ouça-o na pessoa daqueles que te foram incumbidos de falar Dele a ti, por aí muitas vezes a Sua voz sai mais nítida e clara.