terça-feira, 15 de dezembro de 2015

É verdade que Deus castiga?

Deus castiga Seus filhos?

Muitas vezes, diante de tragédias, mortes, catástrofes e acontecimentos desagradáveis, deparamo-nos com a declaração: “Foi a vontade do Senhor”. Entretanto, também é sabido que Ele é amor e incapaz de atos maus. Então, o que pensar? Deus castiga ou não?

Para esclarecermos essa questão, encontramos, no livro de Hebreus, uma característica de Deus-Pai: “O Senhor corrige quem Ele ama e castiga quem aceita como filho” (cf. Hb 12,6). Então, poderíamos dar por encerrado o assunto e aceitar que Deus castiga e que a Bíblia confirma isso. Porém, na “Constituição Dogmática Dei Verbum, art. 12”, a Igreja nos exorta que “para aprender com exatidão o sentido dos textos sagrados deve-se atender com não menor diligência ao conteúdo e à unidade de toda a Escritura, levadas em conta a tradição viva da Igreja toda e a analogia da fé”.

Um pai carrasco que castiga

Para entendermos o que nos diz a Carta aos Hebreus, precisamos observar o que Jesus nos disse a respeito do Pai. Em Jo 18,12, Jesus fala do pastor que deixa todas as ovelhas para buscar aquela única que se perdeu. Ainda em Jo 6,26-28, Cristo faz referência ao cuidado do Pai em relação aos pássaros e nos afirma: “Vocês são muito mais valiosos para o ‘seu Pai’ do que eles!”. Quando lemos essas passagens, pensamos em um pai carrasco que castiga?
No livro do Eclesiástico, podemos encontrar resposta para essa questão: “Não digas: ‘De Deus vem o meu pecado!’”, pois o Senhor não faz o que Ele próprio detesta. (…) Desde o princípio, o Senhor criou o ser humano, entregou-o às mãos do Seu arbítrio e o deixou em poder da sua concupiscência. (…) Diante do ser humano estão a vida e a morte, o bem e o mal; ele receberá aquilo que preferir” (cf. Eclo 15,11-21). Vale a pena dar uma lida nesse trecho todo.

Consequências das nossas próprias escolhas

Acontece que, muitas vezes, torna-se mais fácil lançar a culpa em Deus, pois assim não assumimos a responsabilidade e as consequências de nossas próprias escolhas.
O Senhor nos dotou de consciência e inteligência para entendermos os resultados de nossos atos. Muitas vezes, não levamos em conta que nossas opções atingem também as pessoas que estão ao nosso redor, e tudo isso gera um resultado: “O que alguém tiver semeado é isso que vai colher” (Gálatas 5,7).
Deus não ‘castiga’ quem erra, mas por amor pode não interferir nas consequências de nossas escolhas, permitindo assim que colhamos a experiência do erro e aproveitemos disso para nosso crescimento.

Conversão verdadeira

De modo nenhum, isso faz de Deus um carrasco ou vingador. A intenção do Senhor é uma só: levar-nos a uma conversão verdadeira, e Ele sabe que, em algumas situações, a dor é o início de uma vida nova. Também o sofrimento, quando bem vivido, torna-se fonte de purificação dos nossos pecados e dos pecados do mundo.
Algumas pessoas têm medo de Deus, por isso buscam não errar, o que não os permite agir como filhos, mas sim escravos. Outros pensam na recompensa que o Senhor lhes dará por não errarem e medem suas ações como mercenários interesseiros. Porém, toda a Bíblia tem como intenção nos levar a assumir o lugar de filhos, somente desse modo poderemos viver realmente e entender que “Deus nos trata como filhos. E qual é o filho que não é corrigido pelo Pai?”.
Quando temos em nosso coração a certeza de que somos filhos amados de Deus, e que Ele quer nos salvar, começamos a olhar o que vivemos não mais como castigo, mas como oportunidades que o Pai usa para nos corrigir e nos aproximar d’Ele.

Tudo concorre para o bem dos que amam a Deus

“Tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus” (cf. Rm 8,28). Essa é a certeza que precisa habitar sempre em nós. Não só as coisas boas, mas também as ruins concorrem para o nosso bem.
Peçamos a Deus a graça de assumirmos o lugar de filhos amados, e então, não mais como escravos, veremos o agir do Pai em nossa vida como providência para nossa conversão pessoal.
Deus abençoe a todos.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Masculinidade. As consequências do sexo fácil

Sexo fácil nos relacionamentos tendem a desvalorizá-los

É claro para todos nós que homens e mulheres têm papéis distintos na procriação, também é sabido que por essa desigualdade, eles percebem o sexo de forma diferente. Para demonstrar isso, faço alusão à obra literária “Homens fazem sexo, mulheres fazem amor”, pois, se nos aprofundarmos no assunto, veremos que sexualidade é um conjunto muito mais complexo que envolve todo o ser.

Ao contrário do que muita gente imagina, a sexualidade não está só nos impulsos e órgãos reprodutores, mas também na forma como nos expressamos, como entendemos e olhamos o mundo, os nossos afetos, interesses e nossas inclinações, a construção de nossa personalidade, até no modo de nos locomovermos; tudo isso é perpassado pela nossa sexualidade.
“A sexualidade afeta todos os aspectos da pessoa humana em sua unidade de corpo e alma. Ou seja, diz respeito à afetividade, à capacidade de amar e de procriar e, de uma maneira mais geral, à aptidão de criar vínculos de comunhão com os outros” (Catecismo da Igreja Católica, art. nº 2332).

Por que o homem é mais inclinado ao sexo?

Percebemos nossa sexualidade no corpo, em nossos impulsos, mas também como uma capacidade psíquica (fantasias, pensamentos), social (atitudes, criação de vínculos) e espiritual (vocação esponsal, paternal ou maternal). O homem é mais inclinado ao ato sexual por um motivo bem simples de entender. A natureza deu a ele o material genético responsável por fecundar, então o fez com características psicológicas, sociais e espirituais para tal. Para o homem, o sexo é algo importantíssimo, latente em seus sentidos quase que todo o tempo.
Existe um vídeo com o título “Masculinidade: o que está acontecendo com os homens”, de autoria do Padre Paulo Ricardo, no qual ele cita que “o substrato básico do ser humano está na feminilidade e que o sexo masculino para se desenvolver precisa surgir de um esforço”.
Em resumo, o homem precisa lutar por algo em que acredita para encontrar sentido na sua existência. Ele necessita esforçar-se para autenticar sua masculinidade. Por isso digo que, mesmo com instintos voltados para tanto interesse sexual, o melhor para o homem é guardar-se, de forma a lutar por aquela que será sua mulher.

O que acontece quando a mulher se entrega fácil?

Quando a mulher se entrega “facilmente” ao homem pelo sexo, ela o está condicionando a encarar esse relacionamento como algo não essencial para a vida dele. Ele pensa: “Está lá, fácil e disponível quando quero, não preciso me preocupar em manter”. E entendamos “entregar-se facilmente” como “sexo antes do casamento”, porque nisso não há comprometimento verdadeiro nem esforço da parte dele. Basta ver o quanto os homens de hoje não querem muito saber de envolvimento afetivo, isso lhes parece prisão. Pois, se eles podem lutar por suas outras preocupações adiante e ainda ter companhia com sexo, para que se amarrarem?
Mas quando um homem luta por uma mulher, quando ele tem registrado em suas memórias o quanto se esforçou para se comprometer definitivamente com ela pelo sacramento do matrimônio, o ato conjugal terá para ele um valor amplamente significativo, uma parte integrante da validação da sua masculinidade. Além do prazer, será uma gratificante sensação na alma de perceber-se bondoso o suficiente para ela, e o que atesta tudo isto será  perceber sua esposa desejosa de você, e isso será o mesmo que ela lhe dizer: “Valeu a pena tudo o que você fez por mim, então me doo a você”.
O ato sexual tem de ser a celebração de tudo o que eles viveram em suas histórias e que se entrelaçou, e do que construíram juntos naquele dia, e não somente o prazer pelo prazer. O gozo, portanto, sem levar em conta as outras condições que o envolvem, pode gerar várias impressões negativas nas pessoas, como pensar que estão sendo usadas, que o gozo é apenas uma forma de descontar uma raiva ou uma recompensa.

Como o mundo mede a masculinidade

O mundo mede a masculinidade de um homem por suas conquistas efêmeras e, quem sabe, pela quantidade de relações sexuais. Mas Deus tem projetos muito maiores para você. O Senhor quer lhe proporcionar o máximo que você pode ser, e levá-lo à plenitude de corpo e alma por meio da sua vocação ao matrimônio. Alcançar essa bênção é o esforço que vale a pena!

domingo, 13 de dezembro de 2015

TODA VEZ QUE EU PENSO EM DEUS

Toda vez que eu penso em Deus e, eu faço isso muitas vezes, embora eu ache que sejam menos vezes do que deveriam ser, toda vez que eu penso em Deus me vem a idéia de um ser supremo, acima de minha compreensão, maior do que tudo aquilo que possa imaginar, totalmente Ele mesmo, indescritível, inenarrável, todo poderoso, sábio, infinitamente sábio.
Deus não tem forma, ou pelo menos, não se parece com nada do que conhecemos. Não é um ser humano, mas é um ser; não é uma pessoa humana, mas é uma pessoa. Toda vez que eu penso em Deus, faço minha mente adaptar-se, até onde ela pode, ao infinito que Ele é e deixo de inventar imagens, figuras e conceitos que acabam sempre dando no limite e no humano.
Toda vez que eu penso em Deus, eu penso num ser ilimitado. Mas, há coisas que Ele não pode ser nem fazer. Por exemplo: odiar ou pecar. Isso é coisa que Deus não pode nem faz. Seria negar-se totalmente.
Toda vez que eu penso em Deus, eu penso em pureza; não penso em luz, não penso em energia, não penso em forças da natureza, não penso em coisas ou objetos ou acontecimentos. Tento repousar meu ser e minha mente, num ser infinito e totalmente diferente de tudo o que se conhece.

Se alguém me perguntasse qual é a idéia que eu tenho de Deus, eu demoraria meses e anos para explicar e não explicaria. Assim, eu resumo tudo da seguinte maneira: -Não sei como Deus é. Não sei quem Deus é. Mas eu sei que Ele "é" . Mais importante ainda: Ele me ama !

PADRE ZEZINHO

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Como gastar o 13º salário?

O 13º salário é tão aguardado quanto um velho amigo

Tão esperado como chuva em dia quente. Assim é o tão falado décimo terceiro salário, a alegria de muitos brasileiros que o esperam ansiosamente, mas pode ser também uma armadilha para os que não calculam bem o que ele representa. Pensar em fim de ano é, para muitos, pensar em compras, festas e viagens. Junto a isso, chega o tão sonhado e aguardado décimo terceiro salário, e alguns até sonham com o que fazer com a renda extra.
Comerciantes ficam ansiosos ao ver clientes com mais dinheiro no bolso. Segundo o DIEESE [Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos], R$ 173 bilhões devem ser injetados na economia com o 13º salário.
O que é certo fazer com esse dinheiro? Como devemos gastá-lo para obter mais satisfação? Em primeiro lugar, precisamos dividir as pessoas em dois grupos: as que possuem dívidas e as que não as possuem.

Como gastar o 13º salário

Para você que possui qualquer tipo de pendência financeira, como o nome sujo no SPC/SERASA, o melhor caminho é não contar com o 13º. Vá correndo quitar suas dívidas! A partir disso, veja o que sobra. Quem está com dívidas caras (juros altos) no cartão de crédito, cheque especial ou crediário, deve procurar livrar-se delas. Os que possuem dívidas não tão altas (juros baixos), como empréstimo consignado direto na folha de pagamento ou algum financiamento de juros baixos, também é recomendado procurar pagar o total da dívida ou ao menos abater parte dela. Virar o ano sem dívidas ou lutar para isso é o que importa. Treinar a disciplina financeira com o 13º dará muitos frutos no futuro.

“A disciplina é a mãe do êxito” (Ésquilo)

Se você não possui dívidas e está em dia com todas as suas contas, o pensamento é diferente. Planeje bem os gastos adicionais que você terá no fim de ano. Lembre-se de que a inflação está de volta e você, provavelmente, poderá gastar mais neste ano do que no ano passado. Tudo subiu de preço, especialmente alimentos, restaurantes, passagens aéreas e hotéis. Em alguns seguimentos, no entanto, é possível encontrar descontos devido à crise econômica. Pagamentos à vista são recompensados com preços especiais. Aproveite! Tome cuidado apenas para não viver a ilusão do dinheiro extra do fim de ano. Para quem ainda não tem orçamento em planilha, aplicativo no celular ou agenda/caderno, fica fácil cair em ofertas especiais de fim de ano. Pensar antes de envolver-se nas emoções do consumo, essa é a arte da disciplina financeira.
Por fim, aproveitar o fim de ano é de extrema importância. Gastar um pouco mais com produtos e serviços é, muitas vezes, necessário para comemorar, encontrar amigos e parentes distantes.
O dinheiro deve ser servo, e não senhor de nossa vida, mas isso não significa que devemos imaginar que o 13º salário vai resolver todos os nossos problemas. Quanto sobra do meu 13º depois de pagar as dívidas? Quanto posso gastar no fim de ano para não me endividar? Depois de respondidas essas duas perguntas, bom fim de ano!
Boas Festas! Que Deus o abençoe!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Como devo me preparar para o Natal?

Quando decidirmos a viver este Natal em oração, já estaremos começando a experimentar este encontro
Como devo me preparar para o Natal? Charles Dickens, um famoso romancista inglês, escreveu certa vez o seguinte: “Honrarei o Natal em meu coração e tentarei conservá-lo durante todo o ano”. Penso que ele estivesse certo, pois o Natal precisa novamente ser honrado. E isto com urgência, porque há muito tempo as pessoas foram simplesmente ignorando o real sentido do Natal. O Papa Francisco, durante a homilia da Missa que presidiu no último dia 2, não hesitou em afirmar à humanidade o verdadeiro significado do Natal: “O Natal é mais! Nós vamos por este caminho para encontrar o Senhor. O Natal é um encontro! E nós caminhamos para encontrá-Lo com o coração, com a vida, encontrá-Lo vivo, como Ele é, encontrá-Lo com fé”. O Natal é um encontro. Que bela definição o Santo Padre nos deu! O Natal é um encontro com Jesus, o Menino Deus que traz consigo o segredo da verdadeira paz à alma humana ainda tão agitada. E neste encontro com Cristo, o Sumo Pontífice nos indica a oração, a caridade e o louvor como caminhos para uma boa preparação para o Natal.
Gostaria de deter-me neste primeiro caminho – o da oração – para vivenciarmos o Natal como aquilo que ele verdadeiramente é.
O mundo, nesta época, nos ensina que o Natal consiste em você caprichar na compra de presentes, fazer aquela ceia maravilhosa com ricas iguarias, ter o maior número possível de enfeites natalinos dentro de casa, chamar todos os parentes para uma confraternização social – mesmo que durante os outros 364 dias do ano vocês nem se falem mais! – e dar, além de tudo isso, umas generosas contribuições para as tais “caixinhas de Natal”.
Tudo na vida tem um real significado e valor. O Natal é, sobretudo, o aniversário do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Verbo de Deus que se fez carne e habitou entre nós para nos salvar. E grande parte da nossa sociedade, tão consumista e alienada, simplesmente celebra o aniversário ignorando o aniversariante!
Nós, cristãos, não estamos isentos de tal risco. Podemos cair no mesmo equívoco de celebrar esta grande festa ignorando o aniversariante que é Cristo. Para que isso não aconteça, segue o conselho constante que a Mãe de Jesus nos dá em Medjugorje: “Queridos filhos, rezem, rezem, rezem”.
Preparemos o aniversário de Jesus com as nossas orações. Quando eu e você nos decidirmos a viver este Natal em oração, já estaremos começando a experimentar este encontro com o Menino Deus. É através da oração, desta busca de uma maior intimidade com Deus, que adentramos no castelo do Rei dos reis e nos livramos daquelas amarras de ressentimentos e lembranças amargas que nos oprimem e estragam o nosso Natal. Porém, não se iluda, meu irmão! Este “castelo” nos é revelado na pobreza da gruta de Belém, na qual o Trono de Graça se fez simples manjedoura e Aquele que detém todo poder e autoridade nas mãos manifesta-se na fragilidade de uma criança nos braços de Sua Mãe.
Somente aquele que reza consegue contemplar esses sinais escondidos que o mundo ainda não foi capaz de enxergar. Aquele que se decidir a viver o Natal em oração, com certeza, viverá um Natal mais santo, renovado e feliz. Pois o homem que reza jamais se encontra sozinho. Ele é semelhante àqueles Reis Magos que caminhavam por terras desconhecidas sob a guia de uma estrela. A luz que vinha do Alto os direcionava. O mesmo acontece com a alma orante: ela é sempre conduzida pelo Céu e para o Céu.
Que tal fazermos esta maravilhosa experiência neste tempo? Prepare-se bem para o Natal através da oração. Não deixe para rezar somente no Dia de Natal. Comece antes! Comece agora: um Santo Terço em família, ler na Bíblia as verdadeiras histórias do Natal para seus filhos, participar bem das Santas Missas durante este tempo, fazer uma boa Confissão e, nos últimos dias do Advento, rezar a Novena de Natal com os seus.
Enfim, deixe que a força da oração o guie em direção à gruta de Belém. Ali, você contemplará o Filho de Deus que se fez um de nós, e aprenderá que o Natal é a oportunidade que a humanidade tem de recordar que o verdadeiro amor consiste em doar-se até o fim com humildade e simplicidade. Ali, naquela manjedoura construída pela paz em seu coração, você poderá admirar o sorriso do Menino Jesus. E diante desse singelo sorriso, é impossível que a alma humana permaneça sofrendo na dor e na solidão!
Desejo a você e a sua família um Natal diferente dos anos anteriores: um Natal preparado em oração, um Natal que marque definitivamente este tempo novo de recomeços e retomadas na sua vida.
Um abraço fraterno!

domingo, 6 de dezembro de 2015

AQUELA GOTA DE ORVALHO

Era de manhã. Acordei ouvindo o canto dos primeiros pássaros que lá chegaram. A janela se abriu e eu pude ver uma gota de orvalho, pertinho da minha janela. Tremeluzia, refletindo o raio de sol que aparecia. Fiquei pensando comigo. Quem fez isso? Fiz uma prece ao Deus Criador e disse a mim mesmo: – Desde que Deus criou e desde que ele formou as árvores, Ele as alimenta. Vão buscar seu alimento lá no fundo da terra, mas buscam também a umidade do ar e vão bebendo e se alimentando para depois me darem os frutos. Quem criou os frutos? Quem quis a laranja, quem quis a maçã? Quem quis a pêra? Com que finalidade? É porque havia seres que ele alimentaria. Quem quis a melancia daquele tamanho? Quem quis a abóbora? Será que é por acaso que existem abóboras, melancias, mandiocas, laranjas, pêras, maçãs? Ou quem criou a Terra e fez a Terra girar para a direita e para a esquerda, para o lado para cima, para baixo, para ganhar o calor do sol e para não ficar gelada e assim produzir alimentos?

Quem fez a Terra girar na exatidão em que gira, para ter uma certa temperatura? Quem fez o oceano balançar para frente e para trás com regularidade de milésimos de segundos? Quem fez todos os astros dançarem? Quem, aqui na Terra criou o ciclo das águas? Quem criou esta folha e esta gota de orvalho, para poder fazer esta folha jogar vida na árvore e para que houvesse frutos que nós comêssemos?

Quem criou tudo isso é muito inteligente. Criou por causa de alguém, porque Deus não come. Eu era esse alguém naquela hora e outros estariam recebendo daquela pequena gota de orvalho. Então eu disse a mim mesmo: – Deus me deu esta gota de orvalho! Louvado seja Deus que pensa em tudo e sabe porque faz o que faz! Não há nenhuma gota de orvalho que nasça por acaso e se forme por acaso. O objetivo é o alimento que nós homens comeremos. Louvado seja Deus que pensou em todos os detalhes! Deus nos ama!

Padre Zezinho 

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

É preciso ser sal da terra e luz do mundo


sal 


 Sabe-se que hoje nos encontramos em um mundo em que a busca pela felicidade tornou-se tão necessária e desesperada que o verdadeiro sentido de ser feliz está cada vez mais se perdendo nas ilusões proporcionadas pela nossa sociedade atual. Devido a isso, nosso papel como cristãos se torna cada vez mais relevante para que a meta de encontrar a felicidade seja reestabelecida n’Aquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida: Jesus.


Nosso Amado Senhor nos ensina: “Vós sois o sal da terra. Ora, se o sal se tornar insosso, com que o salgaremos? Para nada mais serve, senão para ser lançado fora e pisado pelos homens (Mt 5,13). O sal, para dar sabor aos alimentos, deve manter sua capacidade de salgar e assim de modo análogo o cristão que é chamado a ser discípulo do Cristo deve ser o que é chamado a ser, ou seja, deve acolher em si o propósito de viver segundo o evangelho e de levar o amor de Deus aos outros.



Por outro lado, Jesus também diz aos seus discípulos: “Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade sobre um monte. Nem se acende uma lâmpada e se coloca debaixo do alqueire, mas na luminária, e assim ela brilha para todos os que estão na casa. Brilhe do mesmo modo a vossa luz diante dos homens, para que, vendo as vossas boas obras, eles glorifiquem vosso Pai que está nos céus” (Mt 5, 14-16). A luz, para que ilumine um recinto precisa estar exposta e não ser escondida. Da mesma forma, nós cristãos precisamos ser aqueles que levam a verdadeira Luz que vem do Cristo aos lugares obscuros da alma de todos que em uma luta incessante buscam a felicidade em lugares, pessoas e até mesmo em si próprios. Jesus nos chama a brilharmos, e de modo análogo às estrelas que brilham em meio a escuridão, assim nós também precisamos brilhar a mais bela Luz de Cristo, que é o amor.
Amados filhos do Altíssimo, que a partir de hoje sejamos cada vez mais sal da terra e luz do mundo, para que por meio do amor infinito de Deus por nós possamos ser como o sal que não se torna insosso e como a luz que nunca se apaga, dando o verdadeiro sabor de reencontrar na Luz do Amor o real sentido de ser feliz!
Deus abençoe!

Bruna Pinheiro
Comunidade Mariana Resgate
Alfenas-MG

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Advento: Aplanai os caminhos do Senhor

Não é suficiente reconhecer a urgência de aplainar os caminhos. É preciso disposição ao assumir propósitos que norteiem e reeduquem para o sentido de justiça e paz.


O tempo do Advento, sábio e indispensável período de preparação, enriquece a celebração do Natal, livrando-a das superficialidades. Importante oportunidade para o aprimoramento humano e espiritual, faz ecoar este convite irrecusável: “Aplainai os caminhos!”. A competência educativa e o conhecimento refinado de política fazem do profeta Isaías porta-voz de uma indicação preciosa para orientar os passos na superação dos mais difíceis desafios. Uma preciosidade que reluz quando se consideram os cenários da sociedade contemporânea. O convite para aplainar os caminhos é o remédio e a indispensável reação às inúmeras crateras que se abrem na vida do povo, como consequência do absurdo comprometimento do bem comum e das lamentáveis negociações da justiça.

Há rombos nas instituições, nas empresas, nas igrejas, nas famílias, nas organizações, na política e também no fundo do coração das pessoas. Esse mapa complexo revela tantas marcas nesses corações, que impedem o traçado de um equilibrado percurso. A construção cotidiana da vida fica sempre aquém das metas mínimas necessárias para a construção da paz, do grande bem que só se alcança quando a cidadania e a vivência da fé são assumidas como compromissos prioritários. E na contramão do grande sonho de se concretizar um projeto humanitário de paz, as estatísticas revelam aumento da violência, situando a sociedade brasileira entre as que vivem em pé de guerra, com incidências de mortes até mais elevadas.
O convite feito por Isaías – “Aplainai os caminhos!”– chega mais próximo de todos na voz clamante do deserto, pela figura inigualável de João Batista, na inauguração do tempo do Novo Testamento, quando o profeta anuncia a chegada de Jesus Cristo, o Príncipe da Paz, Senhor e Salvador.
Assim, este tempo precisa ser entendido como campanha para capacitar todos na missão de “construtores” desta paz desafiada não só pelos quadros de violências fatais e absurdas, como também pela busca desarvorada e mesquinha pelo dinheiro. Conduta que envenena as relações pessoais e cidadãs com a corrupção, que envergonha a nação como, lamentavelmente, desenha-se e emoldura-se o horizonte da sociedade brasileira.
Contudo, não é suficiente reconhecer a urgência de aplainar os caminhos. É preciso disposição ao assumir propósitos que norteiem e reeduquem para o sentido de justiça e paz. Proposta de vida que se constrói a partir de princípios amplamente conhecidos, mas cada vez menos vividos e que, de modo pedagógico, como fez nosso Deus, não nos custa recordar. Não é demais pautar um decálogo, não como ordem, mas um convite ao trabalho na urgente tarefa de restabelecer a paz entre nós:
1. Respeitar, pelo princípio da igualdade, incondicionalmente, cada pessoa;
2. Preservar o ambiente para superação de danos à convivência humana;
3. Lutar pelo respeito dos Direitos Humanos;
4. Investir para que cada família seja comunidade de paz;
5. Trabalhar e solidariamente repartir, para que a ninguém falte o necessário;
6. Desmantelar os esquemas geradores de conflitos, desde os desarmamentos até os litígios pessoais que comprometem o coração da paz que cada pessoa deve ter;
7. Perdoar sempre, porque não há justiça sem perdão nem paz sem amor;
8. Professar e testemunhar a fé como compromisso de fomentar a solidariedade fraterna;
9. Gostar da verdade e por ela reger diálogos e relacionamentos para ser obreiro da paz;
10. Preservar a criação pelo tratamento civilizado dos seus bens, direito de todos.
E faço aqui outro convite, desta vez, à reflexão: Você escreveria um decálogo diferente? E qual seria a sua proposta? Indispensável é assumir propósitos que possam nos levar ao amor e à paz, a uma experiência verdadeira de Natal, atendendo ao pertinente convite deste tempo: “Aplanai os caminhos!”.

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

O Ano Litúrgico inicia-se com o Advento

Começamos novo Ano Litúrgico e um novo ciclo da liturgia com o Advento, tempo de preparação para o nascimento de Jesus Cristo no Natal. É hora de renovação das esperanças, com a advertência do próprio Cristo, quando diz: “Vigiai!”, para não sermos surpreendidos.

Realização e confirmação da Aliança de Deus

A chegada do Natal, preparado pelo ciclo do Advento, é a realização e confirmação da Aliança anunciada no passado pelos profetas. É a Aliança do amor realizada plenamente em Jesus Cristo e na vida de todos aqueles que praticam a justiça e confiam na Palavra de Deus.
Estamos em tempo de educação de nossa fé, quando Deus se apresenta como oleiro, que trabalha o barro, dando a ele formas diversas. Nós somos como argila, que deve ser transformada conforme a vontade do oleiro. É a ação de Deus em nossa vida, transformando-a de Seu jeito.
Neste caminho de mudanças, Deus nos deu diversos dons conforme as possibilidades de cada um. E somos conduzidos pelas exigências da Palavra de Deus. É uma trajetória que passa pela fidelidade ao Todo-poderoso e ao próximo, porque ninguém ama a Deus não amando também o seu irmão.

Convocação para vigilância

O Advento é convocação para a vigilância. A vida pode ser cheia de surpresas e a morte chegar quando não esperamos. Por isso é muito importante estar diuturnamente acordado e preparado, conseguindo distanciar-se das propostas de um mundo totalmente afastado de Deus.
Outro fato é não desanimar diante dos tipos de dificuldades e de motivações que aparecem diante nós. Estamos numa cultura de disputa por poder, de ocupar os primeiros lugares sem ser vigilantes na prestação de serviço. Quem serve, disse Jesus, é “servo vigilante”.
Confiar significa ter a sensação de não estar abandonado por Deus. Com isso, no Advento vamos sendo moldados para acolher Jesus no Natal como verdadeiro Deus. Aquele que nos convoca a abandonar o egoísmo e seguir Jesus Cristo.
Preparar-se para o Natal já é ter a sensação das festas de fim de ano. Não sejamos enganados pelas propostas atraentes do consumismo. O foco principal é Jesus Cristo como ação divina em todo o mundo.

domingo, 29 de novembro de 2015

O VELÓRIO

Era uma senhora rica. De família rica que chegou do oriente a nove anos.
No seu velório, entre toda aquela gente bem vestida, apareceu um homem pobre; mal vestido, despertou a atenção e o silencio de todos os presentes.
O homem, depois de benzer, depositou uma flor no caixão aproveitou o silencio e disse aos presentes:
- Talvez este não seja o meu lugar, nem a hora certa, e eu sei que não estou vestido de acordo com a ocasião, mas quero que saibam que as esmolas dela impediram eu, minha mulher e meus dois filhos de morrer de fome.
Vocês não sabem, mas ela veio nos visitar muitas vezes, conversava conosco, trazia os remédios que minha mulher precisava e tomava do nosso café. Eu trouxe esta flor para uma mulher rica, que além de nos dar ajuda, sentava-se na nossa cadeira e conversava com a gente sem nos olhar de cima.
Hoje meu filho está trabalhando num hotel e eu já me visto bem melhor do que antes.
Quero que saibam que hoje eu não tenho vergonha de entrar num lugar rico como este, porque ela não teve medo nem vergonha de entrar na casa de gente pobre como nós.
Houve lágrima e respeito. Os filhos dela o abraçaram. O padre, no sermão pediu licença para lembrar o que todos tinham ouvido.
Àquela altura, o pobre já tinha ido embora. Dizem que depois daquele enterro, muitos ricos foram vistos conversando com os seus empregados… E rindo.
Quem me contou não sabe dizer se o fato realmente aconteceu, mas seria maravilhoso se acontecesse e algum diretor de Big Brother estivesse, por perto.
Teríamos um capítulo com algum conteúdo humanitário.

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

A preciosidade da vida


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O grande bispo de Meaux, J. B. Bossuet, falecido em 1704 com fama de santidade, disse certa vez:
“Cada momento de nossa existência, cada respiro, cada batida do nosso pulso, se assim posso dizer, cada clarão do nosso pensamento têm consequências eternas. Essa história sem igual nos será um dia apresentada e será apresentada a todo o universo.”
O tempo que Deus nos concede nesta vida é preciosíssimo; cada minuto de nossa existência terrena terá o seu correspondente na eternidade, isto é, na construção da vida definitiva. Nossa vida na eternidade será um desabrochar pleno em Deus desta vida que agora vivemos. Nossos dias atuais são como que a semeadura dos dias eternos.
São Paulo nos disse que somos chamados a ver Deus “face a face” (1 Cor 13,12); mas essa visão beatífica ocorrerá na medida em que vivermos a caminhada terrena, amando a Deus e ao próximo.
Os santos nos ensinaram que só há mérito em nossos atos, por grandes ou pequenos que sejam, se forem executados pura e simplesmente por amor a Deus, isto é, com reta intenção.
Por mais heroico que seja um de nossos atos, afirmaram, se nele não houver a razão única de agradar a Deus, não possui nenhum mérito.
Muitas vezes nosso amor próprio nos faz perder todo ou em parte, o fruto de nossas boas obras. Por isso Jesus advertiu-nos:
“Guardai-vos de fazer vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles. Do contrário, não tereis recompensa junto de vosso Pai que está no céu. […] Em verdade eu vos digo: já receberam sua recompensa.” (Mt 6,1.5b).
Disse Santo Afonso de Ligório que “Se alguém fica todo inquieto se, após muitas fadigas, fracassa em seu empreendimento, isso é sinal de que não teve em vista somente a glória de Deus. Quem pratica uma ação só pela glória de Deus não se perturba, mesmo que não seja bem sucedido”.
Se nossas ações, pequenas ou grandes, são realizadas com a reta intenção de glorificar a Deus, já alcançamos o fim desejado. O grande São José, mesmo sendo o ilustre pai adotivo de Jesus, viveu a vida simples e oculta de um carpinteiro, mas fazendo tudo para a glória de Deus. Sua vida foi tão meritória e importante no plano da salvação que o Papa Pio IX, a 8 de dezembro de 1870, declarou o grande patriarca São José, padroeiro da Igreja Católica.
São Paulo disse: “Portanto, quer comais quer bebais ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (1 Cor 10,31).
A maior dádiva de Deus para cada um de nós é a própria vida presente.
Viver é como escrever um livro cujas páginas são os nossos atos, palavras, intenções e pensamentos. Tudo é registrado nesse livro que um dia, segundo nos revela a Bíblia (cf. Ap 20,12), será aberto perante os nossos olhos como um filme de nossa vida. Talvez fiquemos surpresos ao verificar que as coisas pequenas, mas vividas com amor; assumiram um valor elevado, enquanto muitos momentos aparentemente brilhantes serão comparáveis a bolhas de sabão!
Quando o Senhor vier julgar todos os homens, no Juízo Final, o livro da vida de cada um será manifestado também a todos, pois a natureza humana é tal que os méritos e os deméritos de cada um repercutem nos irmãos.
Uma coisa é certa: um dia o Senhor vai nos fazer esta pergunta: “O que fizeste com os talentos que recebeste de Minhas mãos?”
O principal talento é o nosso tempo; se o tivermos usado bem, ouviremos sem dúvida aquelas doces palavras: “Muito bem, servo bom e fiel, já que foste fiel no pouco, eu te confiarei muito. Vem regozijar-te com teu senhor” (Mt 25,21). Caso contrário…
Não podemos desperdiçar nossa vida terrena jogando fora o tempo precioso que não volta jamais. Quantos cristãos vivem “matando o tempo”, ‘jogando conversa fora”, como dizem às vezes, ou simplesmente olhando a vida passar…
Para todos Deus tem uma missão, um desígnio, uma vontade. Cabe a cada um de nós, no desenrolar de cada dia, buscar a vontade de Deus a nosso respeito e vivê-la intensamente. Não importa, insisto, se ela consiste nos simples e preciosos trabalhos de uma doméstica ou nos complexos labores de um cirurgião que salva uma vida. Para Deus importa apenas a intensidade de amor com que cada ato é realizado. Ele se tornará eterno na vida futura.


Prof. Felipe Aquino
(Retirado do livro: “Em busca da perfeição”- Ed. Cléofas)

domingo, 22 de novembro de 2015

TER RELIGIÃO E SER RELIGIOSO

No meio da floresta um homem tocou sua flauta e executou mais de vinte melodias, sua esposa o acompanhou ao violino, nas mais de vinte melodias. Seus dois filhos cantaram, em dueto, as canções que eles tocavam. Na mesma floresta ouviu-se o canto dos pássaros, dos grilos, e os ruídos dos outros animais.
Uma criança perguntou: “- Por que os animais fazem sempre o mesmo ruído e cantam sempre a mesma canção, enquanto as pessoas têm um montão de canções para cantar e inventam, cada dia, novas canções?”- A menina tinha 9 anos.

Sua professora respondeu:- “ Os animais têm, cada qual, sua capacidade de sobreviver e aqueles sons os ajudam a se comunicar. Há milhões de anos eles não precisam mais do que isso. Os humanos descobriram muitas outras formas de comunicação e são muito mais criativos. Inventaram línguas, sons, melodias, sinais, imagens e tudo isso para dizer alguma coisa. Mas isso não quer dizer que eles sabe se comunicar direito, porque matam com muito maior ódio e com muito mais violência. De certa forma somos melhores que os animais, mas eles, com sua música de sempre, podem nos dar lições, a nós que somos super hiper criativos”.

***

Então a professora explicou o que é ter uma religião. Ela nos leva a comunicar com Deus e sobre Deus, uns aos outros e sobre nós e sobre os outros. A religião se vale de músicas, palavras e sinais para expressar uma fé, uma crença, um sentimento. E os faz quase sempre de maneira coletiva. É um sonho, uma utopia, uma hipótese e uma realidade ao mesmo tempo.

Depois de explicar as quatro palavras explicou que muita gente usa mal todos esses valores e instrumentaliza a religião para roubar o fiel da outra e para garantir que eles sabem mais, têm mais acesso a Deus. Há quase sempre uma disputa para ver quem tem mais verdade no coração e quem chegou mais perto de Deus.


***


A mesma menina quis saber como é que ela poderia ter uma religião e- mesmo assim ser boa!…Na frase estava implícita alguma experiência negativa com algum parente de fé agressiva que sempre via defeitos na família e na igreja dela.


E disse a professora- “Se um dia você encontrar a Deus e seu coração achar que achou, não duvide do outro que disse que também achou. Ele apenas pode não ter achado do mesmo jeito que você achou. Não saia dizendo que sua pedra preciosa é a única e que as outras não são pedras preciosas; ou que a sua flor é única e as outras não são flores. Pessoas inteligentes sentirão pena de você, e quererão saber onde você aprendeu a não pensar”…
O resto da aula foi gasto a refletir sobre o tema: “Eu penso em mim, nos meus pais e nos outros”!


Padre Zezinho

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Por que eu não sou atendido por Deus?


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Um pai daria um revólver carregado ou uma navalha para o filho brincar? Não, é claro que não, mesmo que o filho esperneie e chore.
Algumas vezes pedimos a Deus coisas que não são boas e que podem ser um perigo para a nossa alma. Então, o que faz o bom Pai? Não nos atende, mesmo que fiquemos magoados com Ele. Jesus disse aos Apóstolos um dia: “Não sabeis o que pedis!”.
Muitas vezes Deus diz “NÃO” aos nossos pedidos, por pura misericórdia, como o pai que se nega a dar uma navalha nas mãos do filhinho. No Céu entenderemos e agradeceremos…
Muita gente pensa que só temos a bênção de Deus na prosperidade, quando tudo vai bem e gozamos a vida. Não é verdade; somos lembrados por Deus durante as provações.
Os Apóstolos passaram aquela noite toda sem pescar. Eis que chega Jesus e lhes ordena: “Lançai a rede a vossa direita”. E ela se encheu de peixes. Só depois da noite inteira de pescaria inútil é que Jesus aparece…
Às vezes lutamos anos contra um problema, e eis que, de repente, quando menos esperamos, ficamos livres do mal. É a graça benfazeja de Deus. O povo diz sabiamente que “Deus tarda, mas não falha”.
Na verdade Ele tem a hora certa de agir; e isto só Ele sabe. Quanto a nós devemos nos manter em oração perseverante, humilde e confiante.
Nunca deixar de rezar, nunca impor nada a Deus e nunca desanimar de pedir e nem perder a fé. Deus tem a sua hora; e nós temos que saber esperá-la com fé.
Quem conhece os desígnios de Deus? Quem sabe o que de fato é bom para nós mesmos?
Quantas vezes nos enganamos nesta vida! Muitas vezes um filhinho se revolta contra o pai porque este não o deixa brincar com uma faca ou perto do fogo!…

Muitas vezes somos assim com Deus; filhos birrentos que se revoltam contra o pai que não nos dá o que nos é prejudicial.
A história da Igreja está cheia de exemplos de pessoas que só receberam a graça procurada depois de muitos anos. O melhor exemplo talvez seja o de Santa Mônica, a mãe de santo Agostinho. Esta mulher simples e ao mesmo tempo heroica, rezou com fé, perseverança e humildade, durante 20 anos pela conversão do seu amado e fogoso Agostinho.
Em suas “Confissões” ele confessa que as lágrimas de sua mãe eram como que o sangue do seu coração destilado em seus olhos, diante do Sacrário. Mas um dia ele se converteu…
É preciso notar que a única coisa que esta mulher pedia insistentemente a Deus, sem nunca desanimar, era que o seu filho se tornasse um bom cristão. Nada mais. Mas quando ele se converteu, não apenas se fez um bom cristão, mas logo se tornou um brilhante sacerdote, depois aclamado bispo, e então, um dos mais importantes Padres da Igreja, defendeu a fé contra as heresias do arianismo, pelagianismo, e outros erros; e hoje é um dos maiores santos e doutores da Igreja, que nunca deixou de influenciar o mundo.
Tudo aconteceu porque aquela mulher não desanimou de pedir a Deus, com fé, perseverança e humildade.
Parece que Deus às vezes demora em nos atender os pedidos, porque quer nos dar coisas melhores… Tenhamos calma, e fé.
Tenho para comigo que sempre conseguiremos de Deus o que precisamos, desde que não desanimemos de pedir. Deus é bom Pai.
Em Deus tanto mais se lucra, quanto mais se sabe esperar. É como uma conta de poupança, é preciso esperar o rendimento com paciência. Muitas vezes a impaciência e a revolta afastam a graça que já se aproximava.
Prof. Felipe Aquino

terça-feira, 17 de novembro de 2015

O que posso fazer para ajudar os jovens?

Deus nos convoca a resgatarmos os jovens para Ele


O meu campo de trabalho é resgatar milhões de jovens para Deus. Estou gritando como fez o meu pai Dom Bosco: ““Dai-me almas e ficai com o resto”!”. Domingos Sávio olhou essa frase, no quadro, em latim, e não a entendeu; então, pediu que São João Bosco a traduzisse para ele. Domingos Sávio viu que se tratava de um “negócio de almas” e lhe disse: “”Eu sou o primeiro”. Como o alfaiate trabalha no tecido, eu quero ser o primeiro. Estou nas Suas mãos, Senhor, como um tecido, e o Senhor é o Alfaiate”.
Deus falou ao meu coração e, agora, eu tenho uma tremenda responsabilidade de resgatar os jovens para Ele. Eu não sei quantos rapazes e moças eu vou conseguir levar para o Senhor, não sei quantos eu vou conseguir fazer santos como São Francisco e Santa Clara. Mas sei que tenho um grande campo com milhões de jovens no Brasil para evangelizar e amar.
Eu não posso me dar repouso, eu preciso arregaçar as mangas. Sei que não estou sozinho. Falando com você, sei que o Senhor está tocando o seu coração a fim de que você me ajude a resgatar a juventude para Ele. Vejo que Deus me deu a graça de atrair os jovens. Não tenho nada de especial, mas, ao mesmo tempo, tenho tudo: o Senhor Jesus.
Com minha bênção!

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Será que eu tenho um coração agradecido?

Desde que nascemos temos pessoas que nos servem e nos ajudam, a começar dos nossos pais. Mas será que eu tenho um coração agradecido? Há quem não tenha…

Saudai Priscila e Áquila, colaboradores meus no Cristo Jesus, os quais expuseram suas próprias vidas para salvar a minha.
Jesus já havia dito: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos.” (cf Jo 15, 13)
Esta palavra se aplica a Priscila e Áquila pois foram capazes disso, estavam dispostos a isso!
Mas o coração de Paulo não se prende somente às grandes ocasiões, ele se lembra aqui de muitos irmãos que com ele viveram, fizeram missão, sofreram e de muitas e diversas maneiras testemunharam Jesus Cristo. E dedica muitas linhas para dar um “oi” para todo esse povo, reconhecendo o valor de cada um em particular e recomendando a comunidade que não se esqueça de mencionar esses nomes como pessoas que estão em seus pensamentos, lembranças e orações.
Imagine a alegria de quem recebeu esta carta, a alegria ao ouvir seu nome na assembléia, lembrado pelo apóstolo com todo carinho…
Pois é, devemos fazer o mesmo: ter um coração agradecido. Há uma lista de pessoas que nos fizeram ou fazem o bem, direta ou indiretamente e nem sempre agradecemos. Por mais que sejamos agradecidos, as pessoas precisam saber que o somos, não pode ficar no mundo das nossas idéias! Dom Bosco dizia: “Não basta que os jovens sejam amados, é preciso que eles saibam que são amados.”
O que se aplica aos jovens, se aplica a qualquer pessoa.
Sou grato a minha mãe pelo simples fato dele ter me gerado e muito mais… Mas se eu digo isso a ela, é outra coisa!
Tá precisando agradecer a alguém?
Um detalhe interessante: aparece a figura de uma mulher como diaconisa! Na Igreja primitiva existiu isso.
Leia o trecho em Rm 16, 1-16
Na Bíblia cnbb página 1397-1398
Título: Apresentação de Febe, a diaconisa. Saudações
Não há promessas ordens ou princípios eternos a anotar.
Qual a mensagem de Deus para mim hoje?
Ter um coração agradecido é muito importante para quem agradece e para quem é reconhecido. Quem agradece exercita a gratidão e a humildade, quem é reconhecido recebe ânimo para caminhar ainda mais na prática do bem.
Como posso pôr isso em prática?
Agradecer e reconhecer as pessoas que fizeram e fazem o bem na minha vida.

domingo, 15 de novembro de 2015

Nossa Senhora é uma só?

Há gente que faz coleção de imagens de Nossa Senhora em sua casa, além de tamanhos diversos, também com títulos diferentes. E são tantos títulos e representações de Nossa Senhora que, às vezes, nem sabemos identifica-la. O que se passa na cabeça dessa gente com todas essas "Nossa Senhora"?

Nossa Senhora é uma só: a Maria de Nazaré de que fala a Bíblia, que nos trouxe Jesus, acompanhou-o na vida até a hora da morte e esteve junto da primeira comunidade em Jerusalém. Mas como teve uma missão importante, e aos pés da cruz recebeu outra missão também importante, ela ocupa um lugar de destaque na vida da Igreja e na história da salvação.

Desde o início a Igreja reconheceu Nossa Senhora. E de acordo com sua missão e intercessão, ela foi recebendo diversos títulos significando sua presença na vida da Igreja desde o tempo das primeiras comunidades. Outros títulos nasceram de devoções particulares e locais, que foram depois levadas para outros lugares. Outras representações são simbólicas e trazem uma mensagem, como Nossa Senhora Aparecida. Todos sabemos que Nossa Senhora era judia, mas nada impede que a veneremos em uma imagem japonesa.

Os cristãos, reconhecendo as virtudes e o patrocínio de Nossa Senhora, passaram a dar-lhe todos os títulos significativos que encontraram na Bíblia ou na piedade cristã. E até hoje repetimos esses títulos em forma de ladainha.

Às vezes é interessante como pessoas mandam rezar para uma Nossa Senhora como caminho mais garantido para se alcançar uma graça. Porém Nossa Senhora é uma só, tanto faz esta como aquela. Nesse caso entram as devoções pessoais, a simpatia por um título ou outro.

A Igreja aconselha a devoção a Nossa Senhora e a coloca como mãe e modelo de todas as virtudes. Santo Afonso dizia: "Verdadeiro devoto de Nossa Senhora jamais se perde, jamais se condena", mostrando como Maria cumpre a missão de olhar por nós, seus filhos.

Não entendemos Jesus sem Maria e não entendemos Igreja sem Nossa Senhora. Hoje ela faz parte de nossa vida e temos a certeza de que ela continua a nos levar para Jesus e a nos trazer Jesus. Felizes somos nós que temos uma mãe carinhosa e zelosa com seus filhos. Ela é também um caminho seguro para seguirmos a Jesus.

Que Nossa Senhora interceda sempre a Jesus por nós. "Rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém." 


Texto extraído do Livro: Religião também se aprende - Padre Hélio Libardi (editora Santuário).