“Celebrar o
Corpo de Cristo é abrir corações e mentes aos corpos profanados pela injustiça
e contemplar a criação como expressão do Corpo de Deus. Creio que o universo é
o ventre divino no qual estamos sendo gerados, para a vida em que toda a dor
estará erradicada pela soberania do amor.”
(Frei Betto)
A celebração de
Corpus Christi consta de uma missa, procissão e adoração ao Santíssimo
Sacramento. A procissão lembra a caminhada do Povo de Deus, que é peregrino, em
busca da Terra Prometida. No Antigo Testamento esse povo foi alimentado com
maná, no deserto. A partir da paixão, morte e ressurreição do Senhor, este Povo
é alimentado com o próprio corpo de Cristo.
Corpus Christi é
Jesus presente na hóstia consagrada em corpo, sangue, alma e divindade. Ninguém
vê Jesus na hóstia, mas acreditamos pela nossa fé.
Conta-se ainda,
que sua origem está ligada a um milagre acontecido na Idade Média. O sacerdote
Pedro de Praga fazia peregrinação indo a Roma. Nessa viagem, parou para
pernoitar na vila Bolsena, não longe de Roma e se hospedou na Igreja de Santa
Catarina. Na manhã seguinte, foi celebrar uma missa e pediu ao Senhor que
tirasse as dúvidas que ele tinha em acreditar que Jesus estava presente na Eucaristia.
Era difícil para ele acreditar que no pão e no vinho, estava o corpo de Cristo.
Na hora em que ergueu a hóstia, esta começou a sangrar (sangue vivo). Ele
assustado, embrulhou a hóstia e voltou à sacristia e avisou o que estava
acontecendo. O sangue escorria, sujando todo o chão no qual apareciam vários
pingos. Isso foi informado ao Papa Urbano IV, que estava em Orvieto, que mandou
um bispo a essa vila verificar a veracidade de tal fato. O bispo viu que a
hóstia sangrava e o chão, o altar e o corporal (toalha branca do altar) estavam
todos manchados de sangue. O bispo pegou as provas do milagre e voltou para
mostrar ao Papa. O Papa, entretanto, sentia algo estranho e resolveu ir ao
encontro do bispo. As carruagens se encontraram na Ponta do Sol e o Papa desceu
de sua carruagem e ao ver todas as provas do milagre, ajoelhou-se no chão e se
dobrou sobre aquela hóstia sangrando e exclamou: "Corpus Christi (Corpo de
Cristo)!"
Em outra versão,
conta-se que Festa de Corpus Christi surgiu no séc. XIII, na diocese de Liège,
na Bélgica, por iniciativa da freira Juliana de Mont Cornillon, (†1258) que
recebia visões nas quais o próprio Jesus lhe pedia uma festa litúrgica anual em
honra do sacramento da Eucaristia.
Aconteceu,
porém, que quando o padre Pedro de Praga, da Boêmia, celebrou uma Missa na
cripta de Santa Cristina, em Bolsena, Itália, aconteceu um milagre eucarístico:
da hóstia consagrada começaram a cair gotas de sangue sobre o corporal após a
consagração. Alguns dizem que isto ocorreu porque o padre teria duvidado da
presença real de Cristo na Eucaristia.
O Papa Urbano IV
(1262-1264), que residia em Orvieto, cidade próxima de Bolsena, onde vivia S.
Tomás de Aquino, informado do milagre, então, ordenou ao Bispo Giacomo que
levasse as relíquias de Bolsena a Orvieto. Isso foi feito em procissão. Quando
o Papa encontrou a Procissão na entrada de Orvieto, teria então pronunciado
diante da relíquia eucarística as palavras: “Corpus Christi”. Esta teria sido a
primeira procissão de Corpus Christi.
Em 11 de agosto de
1264 o Papa emitiu a bula "Transiturus de mundo", onde
prescreveu que na quinta-feira após a oitava de Pentecostes, fosse oficialmente
celebrada a festa em honra do Corpo do Senhor.
Até hoje, ainda
existem essas provas do fato acontecido na Vila Bolsena. Aí começou a ser
celebrado o dia de Corpus Christi e todos passaram a acreditar que Jesus está
presente na hóstia consagrada. Para acreditar, tudo depende da nossa fé. Isso é
um MISTÉRIO DA FÉ!
“Acreditar no
Pão Eucarístico é viver a partilha do ideal de Jesus Cristo. É atualizar sua fé
no Pão Eucarístico que mata a fome biológica e social e dá sentido à vida:
“Quem comer deste pão viverá eternamente.” (Jo 6, 58)
Márcia Resck
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