A FÉ QUE PROFESSO
Creio em Deus Pai, Criador do céu e da terra!
Mas também creio no poder criador juvenil, extensão das mãos divinas,
que continua a plasmar o céu e a terra com cores, sons, cheiros e
sabores. Creio nessa gente que quando diz “Faça-se”, realmente a coisa é
feita. E vê que aquilo que é criado é bom. E o que não é bom é “muito
bom”!
Creio em Jesus Cristo, Filho único do Pai, concebido pelo
Espírito Santo, nascido da Virgem Maria, morto e sepultado, acima de
tudo, Ressuscitado!
Mas também creio no jovem que nasce de tantas
mulheres lutadoras, sofredoras, generosas e amorosas. Creio nos jovens
nascidos nas Beléms da vida, sem chão, sem teto, sem acolhida. Creio nos
jovens que pobremente vivem e alegremente resistem, com dor e amor, à
mão pesada dos Herodes atuais, prontos a exterminar qualquer um que ouse
rir e dançar livremente. Creio que há jovens condenados e mortos
injustamente, tirados prematuramente de uma vida que deveria a pena
valer ser vivida. Professo também minha fé na páscoa juvenil, vivida por
tantos e tantas. Creio que o sangue derramado dos mártires juvenis
fertiliza a terra e faz brotar a esperança. E sei que aqueles e aquelas
que resistem à grande Tribulação, serão marcados para sempre com o selo
da Paz do Cordeiro!
Creio no Espírito Santo!
Se não
acreditasse Nele não lutaria, não tentaria mudar o mundo, não poderia
sequer acreditar em algo. Sei que esse espírito faz com que aquilo que
parece velho se torne novo, que o que é meramente humano seja também
divino. Sem esse Espírito nada permaneceria vivo! E como não acreditar
no Pentecostes Juvenil? Festival de culturas, modos de viver e de ser!
Creio nas juventudes inspiradas, que atualizam a força renovadora e
transformadora do Espírito Santo na Igreja e no mundo. Creio que os
jovens são “fogo que arde sem se ver”. Que seus questionamentos,
provocações, críticas e manifestações são sinais dos tempos. E creio
também que a ação juvenil renova a face do mundo e da igreja!
Creio na Santa Igreja Católica!
E creio também nos santos grupos de jovens. Sim, santos porque são
lugares de vida e felicidade. E para mim, ser santo é ser feliz. E como
ninguém será feliz sozinho, é no grupo, comunitariamente, que o jovem
encontrará sua felicidade. Creio nas pequenas comunidades, eclesiais, de
base, convocadas a serem sinal e fermento do Reino que há de vir, e que
misteriosamente, já está entre nós. E creio, catolicamente, que esse
Reino pode estar em todo e qualquer lugar, nas diversas culturas, povos e
nações. Professo ainda que creio mais em gente e igreja que se faz povo
do que massa. E sei, pela fé, que as juventudes do mundo buscam um novo
jeito de ser igreja na mesa da eucaristia e da irmandade.
Creio na comunhão dos Santos
Sim, creio nessa comunhão dos Santos. E que essa comunhão é possível
quando se ama. E esse amor é mais forte do que a morte. E a morte não
pode separar quem ama e é amado. Assim, quem vive na glória de Deus é
ânimo e força para quem está na luta. Por isso creio também na força do
amor que une os jovens, que os fazem cuidar uns dos outros,
solidariamente. E que, independentemente de onde estejam, comungam dos
mesmos sonhos, sofrem das mesmas dores. É por isso que acredito que
jovens entendem jovens e podem evangelizar uns aos outros. E que os
jovens que vivem do lado de lá, ajudam aqueles que vivem do lado de cá!
Acredito na remissão dos pecados
Não tenho dúvidas de que o Cordeiro de Deus tira o pecado do mundo.
Creio também que Deus não é um ser que condena, perversamente, o ser
humano a viver com pesos e fardos nos ombros ao longo da vida. Sei que
Deus permite a todas as pessoas recomeçar, sempre que tiverem o desejo.
Ele faz novas todas as coisas! Mas eu creio firmemente, que os jovens,
mesmo que não saibam, são portadores do perdão. Que eles são artífices
da paz e da reconciliação. E que podem protagonizar um mundo novo,
diferente, sem oprimidos e opressores, um mundo de irmãos e irmãs.
Na ressurreição da carne
Sim, na ressurreição da carne eu creio! Ou seja, aquilo que é frágil,
fraco, sem poder, sem força, pobre Deus pode fazer maravilhas. Creio sim
na ressurreição dos pequenos, excluídos, mal amados, rejeitados ou
esquecidos. Creio que Deus em seu amor, não há de deixar ninguém para
trás, sem participar da festa que no céu nunca se acaba. Creio também na
ressurreição dos jovens esmagados, fragilizados. Sei que na força de
Deus esses jovens que parecem mortos, como Lázaro, voltam a viver e se
tornam testemunhas dos Ressuscitado. Creio que muitos jovens e seus
grupos, mortos prematuramente, renascem por aí, como sementes boas que
germinam para dar frutos e flores no jardim do mundo.
E, finalmente, creio com todo meu ser, na Vida Eterna!
Creio na vida eterna não como aquela vida que começa depois da morte
biológica. Creio na vida eterna que começa quando encontro, no meio
desse mundo e das pessoas, Jesus Cristo, caminho, verdade e vida. Claro
que essa vida só se torna plena no encontro completo com Ele. Creio que
um dia serei abraço por Ele e poderei dizer quanto o amo e quanto por
Ele me sinto amado. Eu creio também que essa vida eterna vai sendo
construída por aqui, e que os jovens quando sonham com a Civilização do
Amor, também sonham com essa vida onde “ninguém mais vai chorar, ninguém
mais vai sofrer, ninguém mais vai ficar triste”. Creio que quando
fixamos nossos olhos em olhos juvenis, contemplamos lampejos de
eternidade que um dia não passará, pois será Hoje para sempre! Creio
finalmente, que podem nos tirar tudo, menos a fé e a esperança! Amém,
axé, awere, aleluia!
Pe. Wander Torres Costa - Arquidiocese de Mariana
Padre Wandinho, professor da FAM é assessor da PJ na Arquidiocese e, se não me falha a memória, no Regional Leste II.
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