por Felipe Bezerra
Essa estória “Hollywoodzada” da Família Von Trapp fez parte
da memória de infância de muita gente e já fez muita gente viajar para a Áustria para conhecer os cenários desse filme. Quando a pessoa conhece
a verdadeira história e os verdadeiros cenários ela tem uma certa decepção.
Hollywood e sua mania de “enfeitar” tudo acaba fazendo a gente querer um mundo
perfeito que só existe na tela do cinema.
Abrindo um parêntesis é preciso que tenhamos discernimento
ao assistir filmes, especialmente os “românticos”, comédias ou não, por que a
vida não tem muito a ver com o que é retratado lá. O normal dos filmes é: o
casal se conhece, tem uma série de situações que faz com que eles se envolvam,
então algo acontece que eles ficam ofendidos ou decepcionados um com o outro,
ai no final eles descobrem que não era bem aquilo que eles pensavam, se
perdoam, se beijam (na chuva) e termina o filme com o casal “feliz para
sempre”. Ninguém quer saber das brigas que o Príncipe tinha com a Cinderela por
que ela tinha mania de limpeza, ou os filhos da Aurora (Bela adormecida) com
medo de brincar perto do quarto da mãe por que ela acorda de mau humor… Gente
acordem! Amor não é romance! A vida é difícil e exige de nós decisões difíceis
as vezes. O amor é uma decisão.
Voltando para o nosso filme, uma vez vi uma pessoa muito
católica falando que esse filme era “um atentado à vida religiosa”. Sem querer
gerar uma discussão muito grande quero dizer que não concordo. A Maria
claramente não se adaptava à vida monástica e estava insistindo em viver uma
vida para a qual ela não era chamada, embora se sentisse atraída. É muito
difícil discernir a vocação pessoal e muitas pessoas com uma decisão sincera de
fazer a vontade de Deus as vezes demoram muitos anos para descobri-la em suas
vidas. O nosso coração sempre se sente atraído a aquilo que é bom e muitos
jovens acreditam que só vão ser santos se forem padres ou monges. Muitos, por
feridas, fogem do matrimonio ou fogem do “mundo” para a vida missionária ou
monástica. Mas a fuga nunca é o melhor caminho. Eu pessoalmente acredito que
discernir a Vocação é descobrir para que alguém foi criado. Mais que escolher o
que eu quero, é descobrir o que Deus quer. No filme eu consegui ver a mão de
Deus conduzindo a vida da Maria para conduzi-la à sua verdadeira vocação, o matrimônio.
E o filme é sobre discernimento de estado de vida? Não. É
sobre uma noviça que vai ter que passar um tempo como governanta na casa de um
capitão da Marinha austríaca que tem sete filhos. Entre brincadeiras com as
crianças ela traz a música de volta a casa Von Trapp e junto com a música a
alegria. As músicas são muito lindas, animadas, bem colocadas nas cenas, o
cenário é muito lindo. Salzburgo ainda está muito parecido com o que era na
época das filmagens e, embora as pessoas na Áustria não conheçam o filme e
ele muitas vezes é referido como “aquele filme que os turistas gostam”, dá pra
conhecer muitos cenários do filme.
Ficha Técnica:
Gênero: Musical
Direção: Robert Wise
Roteiro:
Ernest Lehman
Elenco:
Angela Cartwright, Anna Lee, Ben Wright, Charmian Carr, Christopher Plummer,
Daniel Truhitte, Debbie Turner, Doris Lloyd, Duane Chase, Eleanor Parker,
Evadne Baker, Gilchrist Stuart, Heather Menzies-Urich, Julie Andrews, Kym Karath,
Marni Nixon, Nicholas Hammond, Norma Varden, Peggy Wood, Portia Nelson, Richard
Haydn
Produção: Robert Wise
Fotografia: Ted D. McCord
Trilha Sonora: Irwin Kostal
Duração: 171 min.
Ano: 1965
País: Estados Unidos
Cor: Colorido
Estúdio:
Argyle Enterprises / Robert Wise Productions / Twentieth Century Fox Film
Corporation
Trailer:
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