Em busca do “Amor Maior” - Parte 3: Quero um amor!
“O homem não pode viver sem amor. Se não lhe for revelado o
amor, se ele não se encontra com o amor, se não o experimenta e se não o torna
algo próprio, se nele não participa vivamente Ele permanece para si próprio um
ser incompreensível e a sua vida é destituída de sentido,”, escreveu o papa
João Paulo II na encíclica Redemptor hominis (n. 10).
Somos chamados a amar de maneira verdadeira. Amar o outro
apesar do seu nada, por causa do seu nada, amá-lo com um amor mais forte e mais
puro que o desejo de felicidade. Tudo isso só é possível se o amor humano se
conjuga e se nutre com o amor eterno. Eros e Ágape.
Precisamos ser bem sinceros conosco mesmos. Quero um amor
para quê? Estou à procura de que amor? Quero um amor que me sacie? Que me
complete? Que… e que… Estas reticências foram propositais para que você coloque
o amor que deseja.
Amar é ter a disposição de se dar, mas receber também.
Querer se doar e não usar. Vivemos em um tempo de “utilidades”: aquilo que
presta é o que pode ser usado; do contrário, é descarto e jogado fora. Assim
tratamos tudo. O erro é quando levamos este jeito de pensar para nossas
relações e, em vez de amar, nós usamos.
Útil é aquilo que potencializa o prazer e o conforto e
diminui a dor. Ao pensar assim assume-se que a felicidade é o pleno prazer e
só. Dessa forma, a vida se torna uma busca incansável por tudo que pode
proporcionar conforto, vantagem e benefício, sempre evitando o que causa
sofrimento, desvantagem e perda. Uma forma de mandar para o “paredão” o que não
agrada. E o que agrada é usado até ser esgotado ou até quando atingir o máximo
do prazer.
Se a meta principal é perseguir o próprio prazer, então as
escolhas feitas na vida serão baseadas no quanto elas podem alcançar essa meta,
não importando os caminhos trilhados, se trata-se de pessoas ou não, ou se
fazem bem ou mal. O que deixa de boa é “bem-vindo” e o que não faz tão bem é
descartado. O que conta é a própria curtição, não interessando como se chegou a
isso!
Viver assim é viver do usar e não do amar. Avaliar as
vantagens que os relacionamentos podem trazer ou estimar a utilidade das
pessoas para se atingir uma meta, não é amar! Não requer fidelidade nem
compromisso. Querer um amor assim é querer transformar o outro em objeto, e não
em pessoa. Não dá para medir um relacionamento, um amor, no que o outro pode
dar. Isso não é amar, e sim transformar o outro em objeto de nossas
necessidades.
Tudo isso nos faz lembrar de muitas amizades, namoros e até
mesmo casamentos que terminaram em uma rapidez surpreendente. As causas desses
rompimentos imediatos podem ser várias: as relações surgiram com base no
poderiam trazer de “vantagem” ou apenas no quanto se poderia obter de prazer
com elas, com o propósito de esgotar o que o outro fosse capaz de dar, sugando
o máximo de prazer!
Tais relacionamentos são superficiais e mais voláteis que
gás hélio. Se a necessidade de prazer e de bem-estar não é mais saciada,
descarta-se o outro e parte-se para “outra”, ou então se no decorrer do
relacionamento aparece outra “fonte” de prazer, nada mal trocar, não é? Afinal,
o que conta é a própria felicidade e o “velho amor” já não significa mais nada,
não valendo mais nada, pois perdeu sua utilidade diante da nova “fonte de
prazer”. Cara, querer um amor só por prazer e bem-estar é se distanciar do
verdadeiro amor.
Devemos querer um amor, mas um amor para amar e não usar;
alguém que possamos amar e sermos amado. Amar o que o outro é, e não o que
queremos que ele seja. Queremos sim ser reeducado no amor, que é mais forte que
a morte…
Claro, isso não é fácil. Desse modo, o amor verdadeiro é
algo que custa muito a ser encontrado, fazendo dele ainda mais belo e valioso,
pois aquilo que muito custa, vale muito. Não fomos feitos para ficarmos
sozinhos, e Deus sabia disso, por isso nos deu o outro. Fomos criados para
amar.
Tamu junto
Adriano Gonçalves
Texto extraído do livro: “Quero um Amor Maior”
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