“Entrar na terceira década, frequentar lugares onde está a
rapaziada de 22, 23 anos e querer competir com eles chega a ser, em certos
casos, ridículo.”
Não é raro, nos dias de hoje, encontrar pessoas que já
tenham atingido os 30 anos e ainda estejam solteiras. Há algumas gerações,
talvez isso tenha sido um mau sinal, pois a maioria se casava por volta dos 20
ou 25 anos. Provavelmente, com nossos pais ou na geração deles tenha sido
assim. Com nossos avós o casamento acontecia ainda mais cedo, entre 15 e 19 anos.
Os tempos mudaram, os
planos das pessoas e o meio em que elas vivem se tornaram diferentes.
Antigamente, quando alguém se tornava adulto (entenda-se adulto alguém em
condições de trabalhar e produzir como “gente grande”), a família já se
preocupava com um casamento para ele. Hoje não!
Atualmente, pensa-se que, primeiro, o indivíduo deve cursar
uma faculdade ou aprender um ofício; depois, estabilizar-se profissionalmente
para adquirir certa estrutura financeira. Só, então, procurar alguém para se
casar. Esse pensamento nós o incorporamos [com os anos], apesar de ele não ser
essencial à felicidade. Basta verificar se aos 25 anos, apesar de querer se
casar, você se preocupava tanto com isso. Quais eram suas prioridades nessa
etapa da sua existência?
Quando entramos na terceira década de nossa vida, parece que
alguma coisa acontece em nosso interior, uma consciência nova, uma
responsabilidade maior, sobretudo, com nós mesmos. Parece “cair a ficha” de que
a metade da nossa vida passou, mas ainda nos falta providenciar coisas
essenciais como o casamento.
Segundo os entendidos, ao entrar nessa idade, já não somos
mais considerados jovens, pois atravessamos, definitivamente, a fronteira entre
a juventude e a idade adulta. Já ouvi dizer que essa consciência se repetirá na
barreira dos 40 anos. Você se verá como um cidadão sênior.
Entrar na terceira década, frequentar lugares onde está a
rapaziada de 22, 23 anos e querer competir com eles chega a ser, em certos
casos, ridículo. Um ambiente de garotada já não é tão acolhedor aos trintões,
pois, apesar de existir muita gente bonita e em boa forma, aos 30 anos é certo
que a natureza irá lhe impor seus efeitos comuns. Contudo, nessa altura da
vida, a maior crise é ainda estar solteiro. Muitos se perguntam: “Por que ainda
estou solteiro? Por que não aparece uma boa pessoa para eu namorar? É algum
problema comigo?”.
Antes de tentar responder essas perguntas, vamos refletir
amplamente sobre a situação. Como pontos positivos, as pessoas ‘pós-30′ têm a
seu favor o fato de que muitos são bem resolvidos profissionalmente. Então,
oferecem ao parceiro (a) certa estrutura material, estabilidade financeira e
emocional, já que é menos provável uma virada radical em sua situação, ou esta
acontecerá de forma gradual. Geralmente, [pessoas nessa idade] já tiveram, pelo
menos, um relacionamento de namoro; teoricamente, devem saber lidar melhor com
as diferenças. Elas têm bem definida a escolha de sua religião; por isso
possibilitam ao pretendente a chance de medir e alinhar melhor seus ideais aos
dele, verificar se cabem ou não na vida dessa pessoa.
Visto isso, preciso provocá-lo a responder, sinceramente,
para si mesmo: “Todas as coisas pelas quais você lutou para alcançar não lhe
geraram alguns efeitos colaterais?”
Você não está solteiro, porque se envolveu com suas prioridades
de estruturar a vida e deixou um pouco de lado o campo afetivo? Será que você
não trocou sua dedicação e seu tempo de cultivar boas amizades e estar com
pessoas parecidas com você por horas de estudo e trabalho? Sobre o que você
sabe conversar? Planilhas, mercados ou coisas voltadas à sua profissão? Há
pessoas que usam técnicas de paquera da mesma forma como lidam com seus
clientes.
A idade, as coisas que aprendeu e até as pedras do caminho,
que o trouxeram até aqui, não o fizeram ter manias demais? É natural o tempo
passar e você ficar mais exigentes para se envolver. O exigente busca
qualidades que antes ele criou para si, ou seja, oferece algo muito bom ao
parceiro. Mas aquele que cria manias fica cada vez mais chato, quer impor
‘regrinhas’ de comportamento ao outro ou cobra valores que ele mesmo não
oferece.
O fato de ter que planejar, desenvolver metas e meios para
alcançar seus objetivos não o fez pensar em sua vida afetiva como algo
calculado, planejado? Em um protótipo de mulher ou homem ideal, perfeito? É bom
deixarmos claro que tal pessoa não existe.
Deixe-se surpreender pelas pessoas com aquilo que elas têm
dentro de si. Não tente fabricar o outro. As maiores riquezas e os maiores dons
que uma pessoa tem fluirão naturalmente nele. Ele os manifestará
espontaneamente. Abra seu coração, saia de casa, faça amizades. Naturalmente, a
paquera acontecerá.
Você faz sua parte? Investe em si mesmo? Lê bons livros e se
enriquece de conteúdo? Você deixa as suas chatices de lado e tenta ser mais
simpático, sorrir mais onde você chega?
Reconciliou-se com sua história passada, com seus medos e
traumas? Perdoou pessoas? Você busca entender a si mesmo e seus processos
interiores? Tudo isso, antes de fazê-lo uma pessoa mais sociável e interessante
para os outros, fará bem a você mesmo.
Digamos que, após uma analise pessoal, você perceba que tem
tudo isso ou, pelo menos, está bem encaminhado. Ainda, assim, dentro de você,
existe uma pergunta: “Por que ainda estou sozinho (a)?”. Faça essa pergunta
para Deus. Somente Ele pode lhe revelar o propósito de você ter a vocação ao matrimônio,
mas ainda estar só.
Às vezes, a resposta d’Ele pode não ser na hora, mas, com
certeza, Deus falará com você. Muitas vezes, perguntamos algo a Ele, na capela,
mas colhemos o silêncio. No entanto, depois de sair de lá, em algumas horas ou
em outro dia, temos a resposta que esperávamos.
Lembro-me de que fiquei cerca de seis anos sem namorar. Foi
nítido para mim que, nesse tempo, Deus trabalhou minha visão e o modo de eu me
relacionar com o ser feminino. Na Comunidade Canção Nova, por meio de amizades
puras, o Senhor pôde transformar meu interior, meu conceito em relação às
mulheres. Todos precisamos ser olhados com pureza. Talvez Deus ainda esteja
lapidando você.
O importante é não perder a esperança, pois ela é a certeza
de que Deus tem sempre o melhor para nós. Quem não tem esperança não tem
motivação para viver.
A esperança faz com que aquilo que parece ser o fim tome as
cores de uma nova possibilidade. Então, chegar aos 30 anos não é o fim, mas o
começo de uma nova etapa.
Não se desespere, não mantenha seu foco na ausência, mas nas
promessas de Deus. Talvez você esteja mais perto do que nunca da pessoa que o
fará feliz.
Sandro Arquejada - é missionário da Comunidade Canção Nova
e autor do livro “As 5 Fases do Namoro“
fonte: http://destrave.cancaonova.com/de-repente-30-e-solteiro/
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