Imagine um atleta correndo a São Silvestre. Ao
chegar ao local, vê que não há concorrentes, os quenianos não vieram este ano,
não há com quem concorrer. Por falta de competidores, ele recebe o troféu de
primeiro lugar. Seja sincero, onde estaria a graça de ganhar assim? Podemos
ainda imaginar que alguém tenha lhe dito, antes de a corrida começar, que ele
venceria de qualquer jeito. Será que ele se esforçaria? Será que treinaria o
ano todo para tentar a vitória? Certamente não.
A vida é uma grande corrida e a felicidade é o
nosso prêmio. As dificuldades e as lágrimas são nossos adversários tentando
roubar nosso prêmio. Para alcançar a felicidade, precisamos dar o melhor de nós
para vencer os obstáculos. Precisamos treinar nosso espírito por meio da oração
e da comunhão, treinar o emocional pelo caminho da cura interior e da
maturidade, ou seja, precisamos fazer com que a vitória vá, aos poucos, se
tornando possível e, assim, eu tenha a chance de alcançar a felicidade.
A alegria de receber o troféu não está em subir no
pódio, mas em saber que conseguimos chegar até o fim e vencer. O troféu é
apenas um sinal para lembrá-lo da conquista. Mas, diferente do corredor, existe
algo essencial para nossa vitória sobre o mal, sobre a tristeza e os
sentimentos que nos jogam para baixo: a graça de Deus! Sem ela é impossível
vencermos, pois ela é a água que nos nutre e renova nossas forças, ela é o
fôlego que tomamos para continuar a correr.
Portanto, podemos concluir que a felicidade é fruto
de uma conquista e não de um “passe de mágica”, de “uma varinha de condão” ou
de um “estalar de dedos” de um gênio ou fada madrinha. Precisamos
deixar de lado o conto de fadas e sermos cristãos. A exemplo de Cristo,
enfrentarmos o calvário que nos leva à ressurreição a cada luta do dia a dia.
Ele é o Cireneu que nos ajuda no caminhar, em cada passo.
O impossível para Deus é muito fácil, no entanto,
Ele não quer fazer sem nós. Junto d’Ele faremos maravilhas e encontraremos
sentido e felicidade em cada dia de nossa vida; enfim, o verdadeiro “felizes
para sempre”, isto é, a vida eterna, o céu. Onde não haverá mais pranto nem
dor; nem tristeza ou derrota.
Alan Ribeiro Fernandes
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