Tudo no início parece difícil e complicado. Mas, aos poucos,
vão se delineando os contornos e os perfis de cada personagem e suas
competências e tarefas. O Bispo, o Vigário Geral, o Coordenador Diocesano de
Pastoral, eis os novos personagens e agentes que estamos buscando construir
para nossa Igreja diocesana.
O Bispo ainda não aprendeu a administrar o tempo entre
reuniões, atendimentos, solicitações, visitas, respostas de correspondências
(cartas da nunciatura, das congregações de Roma, de instituições daqui, de
pessoas, de aclamantes e reclamantes, e-mails, etc). Há tarefas que quereríamos
executar logo, mas o logo também exige tempo: reestruturar o conselho diocesano
de pastoral e o conselho presbiteral, eleger os novos vigários forâneos,
construir o novo modelo de coordenação de pastoral, agora sob os cuidados de um
padre, construir as necessárias mudanças e ajustes. Isso vai demandar tempo e
paciência, do bispo e de quem o procure. Algumas situações vão exigir inversão
da ordem de prioridades, cancelamentos disso para atender àquilo. E assim vamos
adiante! Todos, ou muitos, querem o bispo ao mesmo tempo e para situações
sempre urgentes (pelo menos na visão de quem o procura!). “Há um momento
oportuno, um tempo certo para tudo debaixo do céu” (Ecl 3,1). Haveremos de
atender a todas as demandas, mas numa ordem humanamente possível ao bispo e
cronologicamente possível ao relógio. “A paciência tudo alcança”, ensina Santa
Teresa d’Ávila.
O Vigário Geral é outro personagem que vai tomando a cena no
palco na nossa vida diocesana. Pe. Paulo Sérgio é o escolhido. Homem bom e
manso, acessível e escutador, próximo e sensato. Ele, por missão, é um terceiro
ouvido do bispo e um parceiro importante na relação do bispo com o clero, as
comunidades e as pessoas. Ele terá suas tarefas próprias, internas,
administrativas, burocráticas, mas também aquelas pastorais, litúrgicas e
“paternas”, como as do bispo. É “ordinário sem caráter” (designação que não soa
bem, mas que se compreende bem!), e deverá encarnar, verdadeiramente, o coração do bispo. Ele será
um bom mediador entre o bispo e todas as instâncias e pessoas da diocese. Para
ele, também, isso é novo. É algo a ser construído, experimentado, formatado. Na
letra é mais fácil que na cabeça e no coração! Ele nos será um precioso
colaborador.
O Coordenador Diocesano de Pastoral é o terceiro personagem.
Pe. Emerson, que no silêncio generoso e doído da boa paróquia de São Sebastião,
de Nova Serrana, foi entregue a esta nova missão. Não foi o bispo quem o
escolheu e tirou do seu chão pastoral, mas foi uma escolha colegial. Os irmãos
padres o escolheram para esta tarefa tão importante. Depois de um fecundo e
fatigante trabalho realizado pelo querido leigo Carlos Roberto, a quem
agradecemos de todo o coração, agora é um sacerdote que toma este lugar e esta
missão. Sem abandonar o chão pastoral e paroquial, pois ele será vigário da
Paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Divinópolis, Pe. Emerson assume a missão
de nos ajudar a construir a Igreja que precisamos, o “novo” que nosso tempo e
nosso Papa pedem de nós, a responder às grandes urgências pastorais e
evangelizadoras da nossa diocese, a nos sintonizar pastoralmente com as
diretrizes para a Igreja no Brasil. E isso será feito de modo colegial e
dialogal, consciente e eficiente. Não dependerá exclusivamente dele o sucesso
desta empreitada, mas de todos: do bispo, dos padres, dos leigos e leigas, das
comunidades religiosas, das novas comunidades, de todo o corpo eclesial da
Diocese.
Esperanças e vontades positivas não faltam. Vigor e criatividade
também não. Só não avançaremos se não quisermos. Uns apoiando e estimulando os
outros. Às vezes, os padres estimulando as comunidades; às vezes, as
comunidades e lideranças estimulando os padres. Não importa de quem seja a
iniciativa. O que importa é que ninguém fique de fora da missão de fazer com
que nossa Igreja dê os frutos que “esta hora” exige e espera dela. Ninguém tem
o direito de, como no dizer paulino, “estar muito ocupado em não fazer nada”
(cf. 2Ts 3,11), nem de emperrar o processo de avanço, de renovação, de
encarnação da nossa Igreja diocesana neste chão e neste tempo!
A todos abençoo, pedindo também que fecundem com muitas
preces meu ministério, em favor desta Igreja.
José Carlos, Bispo da Igreja que está na Diocese
de Divinópolis.
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