Hoje, ó piedosíssima
Senhora, contemplamos a tua segunda dor, perdoaste hoje, ó dulcíssima Mãe a tua
pátria. Teu amantíssimo Filho já não está mais seguro Senhora, nem sua terra
natal. Podemos aqui mencionar a frase que teu Filho disse: nenhum profeta é bem
aceito em sua terra. O Profeta dos profetas, o Senhor dos senhores, o Rei dos
reis, incomoda ao ponto de quererem matá-lo. Não podemos nos esquecer do
principal detalhe para nos horrorizamos como pedido, pois o que se pede é o
sangue de um recém nascido, envolto nos braços de sua dileta Mãe. Tão pequeno e
já incomoda o Senhor dos homens que veio ao encontro deles, e isso os amedronta.
Agora, Mãe
das Dores, fugi com teu menino, desterraio, para que Ele novamente se ache em
segurança, pois com certeza, Senhora, teu coração deve ter-se feito em pedaços. Quando, Senhora,
contemplamos teu tão pequeno Menino que estava ameaçado, que nós então, Mãe,
possamos nos colocar em seu lugar e imaginar, ainda que não totalmente, o teu
desespero. Que também nós, ó Mãe, tenhamos esta disponibilidade de deixar a
nossa terra para irmos onde o Senhor nos chama, para seguirmos nossa vocação.
Bem sabemos como é difícil deixar o lar, a
nossa família, nossa cidade, e aventurarmo-nos no deserto da vida, mas é
somente diante de um deserto que nós nos desvendamos, pois é no latente
silêncio ensurdecedor que conseguimos chegar a Jesus. Este silêncio não é
somente um silêncio físico, auricular. O deserto ao qual me refiro é nossa
alma, e o silêncio deve ser encutido na mesma, a qual se encontra perdida em
meio à aridez do mundo. O silêncio é a chave para se falar com Jesus.
E é sob
essas dores, que Maria nos ensina, nos inspira a silenciarmo-nos, Maria não se
desespera, mas pelo contrario, sua alma fulgurava cada vez mais ao realizar a
vontade do Senhor.
Que neste
mesmo fulgurar de Maria, possamos também nós, encontrarmo-nos novamente e sair
do desterro ao qual nos levou o pecado, para que possamos retornar a pátria
celeste. Numa breve comparação com o êxodo, podemos aqui refletir que o Senhor
sempre resgata seu povo, levando a uma terra de paz, onde emana leite e mel, que também nós, sejamos atentos
aos caminhos aos quais nos aponta o Senhor.
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