sábado, 29 de janeiro de 2011

Discernimento Vocacional

Nunca foi fácil descobrir a própria vocação e ter a certeza de não errar. Enquanto seres humanos, vivemos, vivemos mergulhados nas relidades do mundo, influenciados pelas idéias, pelas emoções e por tudo o que nos circunda.
O que nos parece certo à noite pode ser que pela manhã, ao levantarmos, não seja mais tão certo como parecia. Ao meio-dia podemos ter, influenciados pelos acontecimentos, uma idéia diferente, a à noite termos uma visão nova da realidade e do mundo.
Quando penso no discernimento vocacional me vem a mente o texto do Evangelho em que Jesus diz: “hipócritas! Sabeis interpretar os fenômenos da terra e do céu; então como não sabeis interpretar os momentos presentes? Por que não julgais vós mesmos o que é justo”? (Lc 12,56-57)
O discernimento é uma atitude permanente do ser humanoque procura acertar os seus passos para alcançar o ideal a que se propõe na abertura interior e intelectual à vontade de Deus, que pode mudar a sua contextualização.
O diretor espiritual não se coloca na vida de alguém como aquele que decide, determina, traça caminhos e obriga os outros a seguir, mas como alguém que, tendo colocado na escuta da palavra e na observação dos sinais, orienta o dirigido para que ele tome as suas decisões com maior responsabilidade.
Todos nós sabemos que a felicidade está em fazer aquilo que gostamos. Mas os gostos podem mudare por isso há quem defenda que vocações que duram para sempre seja utopia. No entanto devemos também admitir que mudar constantemente de rumo não leva a lugar algum.
A força do amor faz com que possamos entregar a nossa vida corajosamente, não às estruturas, mas às pessoas. Jesus merece a nossa vida, bem como as pessoas que amamos, escolhemos e decidimos amar para sempre.
A vida não é feita de relacionamento com coisas, mas de relacionamento com a própria vida.
O discernimento espiritual vocacional, que normalmente acontece na juventude, porque é a idade da efervescência e da sedução idealista, exige muita escuta por parte do diretor espiritual e muita coragem por parte dos jovens que, na intimidade do seu coração, dão o seu sim ou o seu não à própria vida.

Do livro A pedagodia da direção Espiritual de Frei patrício Sciadini, OCD

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